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C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 5. Micologia
OCORRENCIA DE PESTALOTIOPSIS LONGISETULA EM MORANGO NO DISTRITO FEDERAL.
Caroline Pedroso de Azevedo 1 e Adalberto Corrêa Café Filho 1
1- Depto. de Fitopatologia, Instituto de Ciências Biológicas-UnB, UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB
A cultura do morangueiro vem crescendo de importância no Distrito Federal desde a década de 90, com aumento da área plantada e da produção, principalmente na região de Brazlândia-DF. Sintomas de lesões foliares, inicialmente desconhecidos, foram encontrados nesta região na safra de 2003, em alta incidência. Este trabalho objetivou identificar o patógeno causador dessa mancha foliar, efetuando a microscopia de sinais fúngicos e executando os Postulados de Koch. Cortes de lesões foliares da cv. Sweet Charlie foram desinfestados, secos em papel, colocados em meio PGA (peptona-glucose-agar) e incubados por 7 dias a 22o C ± 2o C e fotoperíodo de 12 h para obtenção de cultura pura do fungo. Realizou-se teste de patogenicidade, no qual seis mudas de ‘Sweet Charlie’ foram pulverizadas com suspensão de 104 conídios/ml, seguidos de câmara úmida por 12 horas. Culturas puras do fungo apresentaram crescimento micelial cotonoso branco, frutificação em acérvulos e conídios de conformação típica do gênero Pestalotiopsis. Cinqüenta deles foram medidos em comprimento e largura (médias de 24,7µm e 7,6 µm, respectivamente). Esses resultados foram comparados com a literatura (Camili et al., 2002. Summa Phytopathologica 28: 213-214; Howard & Albregts, 1973. Phytopathology 63:862-863.) e revelaram se tratar da espécie Pestalotiopsis longisetula Guba. Cinco a seis dias após a inoculação, todas as plantas de “Sweet Charlie” testadas apresentaram lesões foliares e manchas necróticas nos pecíolos, semelhantes às encontradas no campo. Dessas lesões procedeu-se o reisolamento do patógeno, confirmando a patogenicidade dos isolados de P. longisetula do DF ao morangueiro. A doença é de ocorrência esporádica no país. Isolados de Pestalotiopsis longisetula foram recentemente (2002) caracterizados no estado de São Paulo, causando podridão em frutos e lesões em pecíolos e estolões. É possível que a doença tenha sido introduzida no DF através de mudas contaminadas oriundas de SP.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Pestalotiopsis; morangueiro

Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005