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G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 11. Psicologia Social
DO BAIRRO PRA FLORESTA: PERCEPÇÕES AMBIENTAIS DE ADOLESCENTES MORADORES VIZINHOS DE FRAGMENTOS FLORESTAIS URBANOS.
Katiane Silva 1 e Maria Inês Gasparetto Higuchi 2
1-Laboratório de Psicologia e Educação Ambiental – LAPSEA/INPA, Bolsista PIBIC/INPA/CNPq. 2-Laboratório de Psicologia e Educação Ambiental - LAPSEA/INPA, Pesquisadora, INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA
As percepções que são apreendidas sobre o espaço permitem compreender o processo de construção de comportamentos ecológicos. O mundo não é percebido apenas em cor e forma, mas como um mundo de sentido e significado, num processo complexo e dinâmico, no qual as imagens são ao mesmo tempo produto e produtores das relações sociais. Esse fenômeno possibilita múltiplas formas de atuação no mundo as quais corroboram no contínuo processo de formação da consciência social. Estudar os aspectos das percepções dos adolescentes implica em procurar a essência de sua totalidade, dando um sentido mais amplo de sua inserção no mundo. O presente estudo enfoca a percepção ambiental de adolescentes moradores vizinhos da Reserva Florestal Adolpho Ducke (RFAD) de Manaus, Am. Com uma abordagem qualitativa, e utilizando mapas mentais como instrumento, a pesquisa propôs-se a investigar as percepções e experiências dos adolescentes. De modo particular procura-se fazer uma análise da relação do adolescente com a floresta e sua vida cotidiana urbana. Viver próximo à floresta, significa estar na condição de distanciamento da cidade, e neste caso, a floresta pode se transformar num empecilho para aquilo que os adolescentes julgam como progresso. Este conflito se mostra através da percepção da natureza, representando a harmonia, e ao mesmo tempo revelando sérios problemas sociais. Isso leva a sentimentos ambivalentes com relação ao local em que vivem, pois eles também se percebem desprotegidos e oprimidos nesta fronteira entre o natural e o construído. Estes adolescentes acreditam que esse lugar é um local bom para morar, que a natureza traz conforto, mas que não lhe oferece oportunidades e liberdade de movimento. Morar nessa condição de “vizinho da floresta” é um espaço de privação, mas esse espaço físico se dilui quando o lugar é feito por outras pessoas. São nessas relações sociais que o lugar se torna humanizado, repleto de afetividades e solidariedade. A objetividade do lugar não é suficiente para caracterizar o ambiente vivido pelo adolescente. O bairro e a floresta são duas dimensões físicas que abarcam subjetividades presentes nas relações pessoais e sociais do adolescente e fomentam práticas de cidadania.
Instituição de fomento: INPA/CNPQ
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Adolescentes; percepções ambientais; espaço.

Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005