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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia | ||
MORTALIDADE E ANOS POTENCIAIS DE VIDA PERDIDOS POR TUBERCULOSE EM DOZE CAPITAIS BRASILEIRAS EM 1979-1981 E 1999-2001 | ||
Clarissa Gondim Picanço 1 (clarissagp@terra.com.br), Marcelle Parente Breckenfeld 1 e Marcelo Gurgel Carlos da Silva 1 | ||
(1. Depto. de Ciencias da Saude, Universidade Estadual do Ceara) | ||
INTRODUÇÃO:
A tuberculose apresenta-se como uma das maiores causas de morte por doenças infecto-contagiosas. Segundo Organização Mundial de Saúde (OMS) o Brasil está entre os 22 países que concentram 80% dos casos de tuberculose no mundo, sendo o 14° em número de casos e o 22° em incidência. A tuberculose constitui prioridade de saúde pública no Brasil, caracterizando-se por apresentar elevada incidência e distribuição espacial heterogênea nas diferentes regiões do país, guardando estritas relações com as condições sócio-econômicas da população. O objetivo deste trabalho é determinar e analisar a mortalidade por tuberculose na faixa etária de 05 a 64 anos e seu impacto em Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP) em doze capitais brasileiras selecionadas nos triênios 1979-1981 e 1999-2001 |
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METODOLOGIA:
O material foi constituído de dados das declarações de óbito dos residentes em doze capitais brasileiras selecionadas: Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia e Brasília referentes aos triênios1979-1981 e 1999-2001, obtidos do CD-ROM do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Os resultados foram consolidados para apresentação, conforme a Lista de Mortalidade Evitável, proposta por ORTÚN & GISPERT (1988), observando a faixa etária restritiva de redutibilidade na tuberculose (05-64 anos). Os dados populacionais foram gerados a partir de resultados dos Censos do IBGE, mediante projeção pelo método geométrico. Os APVP foram calculados segundo a técnica de Romeder & McWhinnie. |
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RESULTADOS:
Dentre as capitais estudadas, no primeiro triênio (1979-81) as maiores taxas de mortalidade por tuberculose na faixa etária de 5 a 64 anos, por 100.000 homens, foram em Recife (25,71), Salvador (25,02) e Belém (22,50); nas mulheres, as maiores taxas foram vistas em Salvador (13,28), Belém (13,27) e Recife (11,43). Para o segundo triênio (1999-2001), as taxas por 100.000, nos homens, foram mais altas em Recife (17,07), Rio de Janeiro (11,56) e Salvador (9,86); nas mulheres, as maiores taxas foram vistas em Recife (4,24), Manaus (3,97) e Salvador (3,51). De 1979-81 para 1999-01, o risco de morte por tuberculose declinou de 13,72 para 7,69 por 100.000 homens e de 5,59 para 2,42 por 100.000 mulheres, representando uma queda de 43,96% para os homens e de 56,71% para as mulheres. Essa queda foi mais relevante para o sexo masculino em Belo Horizonte (77,09%), Manaus (66,62%) e Belém (66,04%) e, para o feminino, em Goiânia (87,19%), Curitiba (81,35%) e Belo Horizonte (80,07%). Com o limite superior de vida média fixado em 65 anos, em 1979-81 ocorreram 78.997,5 APVP, em homens, e 42.367,5 APVP, em mulheres, correspondendo às taxas de APVP por 1.000 de 2,86 e 1,41. Para o segundo triênio , estes valores caíram para 61.020 APVP nos homens e 24.097,5 APVP nas mulheres, com taxas de 1,50 e 0,54por 1.000. Essas reduções das taxas de APVP foram de 47,55% nos homens e 61,70% nas mulheres. As capitais que mais contribuíram para a queda dos APVP foram Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. |
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CONCLUSÕES:
A tendência de mortalidade no conjunto das doze capitais brasileiras selecionadas por tuberculose na faixa etária de 05 a 64 anos é de declínio. Cabe ressaltar que a mortalidade entre os homens é explicitamente maior do que entre as mulheres. Comparando o primeiro triênio com o segundo, percebe-se também uma redução nas taxas de APVP por tuberculose em todas as capitais nos dois sexos. |
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Palavras-chave: tuberculose; taxa de mortalidade; anos potenciais de vida perdidos. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |