|
||
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem | ||
O USO DA CALCULADORA EM SALA DE AULA: UMA ANÁLISE DE LIVROS DIDÁTICOS DE 1ª A 4ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL | ||
Ana Coêlho Vieira Selva 1 (anacvselva@uol.com.br), Fabíola Santos Martins de Araújo 2, Ana Paula Bastos de Lima 3 e Jacqueline do Nascimento Barcelos 4 | ||
(1. Departamento de Psicologia e Orientação Educacionais, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; 2. Curso de Pedagogia, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; 3. Curso de Pedagogia, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; 4. Curso de Pedagogia, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE) | ||
INTRODUÇÃO:
A análise de livros didáticos através do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático) tem realçado a necessidade de um olhar mais crítico por parte dos professores para este recurso tão utilizado no ensino de matemática. Em relação a calculadora, ainda se constatam diversos preconceitos relacionados à sua utilização no processo de ensino-aprendizagem, tal como aqueles que afirmam que a mesma inibe o raciocínio dos alunos (Medeiros, 2000). Entretanto, algumas pesquisas (Nunes e Bryant, 1997; Araújo, 2002; entre outras) já têm mostrado a importância do uso deste instrumento em sala de aula, enfatizando as possibilidades de ampliação conceitual com o seu uso. O objetivo deste trabalho foi analisar coleções de livros didáticos de matemática de 1a à 4a série do ensino fundamental em relação aos tipos de atividades propostas que incluem o uso da calculadora, de modo a verificarmos se os livros didáticos têm proporcionado ao professor uma maior reflexão sobre este instrumento e estimulado o seu uso em sala de aula. |
||
METODOLOGIA:
Foram analisadas seis coleções de livros didáticos recomendadas pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD-2000/2004) no que se refere às atividades em que era solicitado ao aluno o uso da calculadora. Quatro aspectos foram tomados como eixos de análise: (a) A frequência de atividades em cada coleção e a sua distribuição entre os volumes; (b) A coerência entre a proposta observada no manual do professor e as atividades propostas no livro do aluno; (c) O domínio conceitual em que a atividade estava inserida (estrutura aditiva, estrutura multiplicativa, estrutura aditiva e multiplicativa e, sistema de numeração decimal); (d) O objetivo da atividade proposta (resolução de problemas; verificação do resultado de um cálculo já realizado mentalmente, por escrito ou por estimativa; exploração do teclado de modo a facilitar o manuseio da calculadora pelo aluno; exploração conceitual em que o objetivo era ampliar a compreensão do aluno sobre algum conceito que estava sendo estudado). |
||
RESULTADOS:
Observamos grande variação na quantidade de atividades com a calculadora nas coleções analisadas. Enquanto uma coleção apresentou 92 atividades, outra coleção apresentou apenas 10. Das coleções analisadas, três iniciaram atividades com a calculadora no segundo volume e concentraram no quarto volume, uma coleção apresentou atividades com a calculadora apenas no quarto volume, uma apresentou atividades apenas no primeiro volume e uma coleção apresentou atividades nos três volumes iniciais. Em relação ao manual do professor, observamos em três coleções coerência entre a proposta do manual e o livro do aluno. Em três coleções não há esta coerência. Destas, em duas encontramos sugestões de atividades no manual para todos os volumes, enquanto que no livro do aluno (volumes 1 a 3) aparecem raras ou nenhuma atividade com a calculadora e, em uma coleção, apesar de observarmos atividades no livro do aluno, não verificamos nenhuma proposta no manual. Em relação ao campo conceitual em que a atividade estava inserida constatou-se a predominância de atividades que envolviam tanto o campo das estruturas aditivas como o das multiplicativas. Todas as coleções apresentaram atividades de exploração conceitual, ainda que se constatasse maior freqüência de atividades de realização de cálculos ou de verificação de resultados em quatro coleções. Vale ressaltar que nas atividades de realização de cálculos, observamos 60,61% de atividades contextualizadas e 39,39% de resolução de contas. |
||
CONCLUSÕES:
Os resultados obtidos sugerem que ainda há um número reduzido de atividades envolvendo a calculadora nos livros didáticos e que tais atividades encontram-se mal distribuídas entre os volumes de uma mesma coleção. Em geral, foi no último volume que se observou maior concentração de atividades envolvendo a calculadora. Observamos também, que apesar de encontrarmos em todas as coleções atividades de exploração conceitual, o que já representa um avanço, ainda há necessidade de que este tipo de atividade faça parte desde o primeiro volume das coleções e que envolva diferentes campos conceituais. Assim, apesar do avanço observado no trabalho com a calculadora proposto nos livros didáticos, ainda há lacunas a serem superadas que envolvem também a necessidade de maior articulação entre a proposta do manual do professor e as atividades sugeridas para os alunos. |
||
Instituição de fomento: PIBIC – UFPE – CNPq / FACEPE (Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco) e do MCT/CNPq (Setorial de Infra-Estrutura). | ||
Palavras-chave: calculadora; livro didático; matemática. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |