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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade | ||
IMPACTO DA TÉCNICA DE ENXERTIA NA INTENSIDADE DE OÍDIO EM HÍBRIDOS DE PEPINO “JAPONÊS” EM ESTUFAS PLÁSTICAS | ||
Emi Rainildes Lorenzetti 1, 2 (elorenzetti@gmail.com), Jaqueline Rosemeire Verzignassi 2, 3, João Batista Vida 2, Francielli Gasparotto 2, 4, Gilmara de Sá Faria 2, 4, Johnny Heber Miyabara Marques 2 e William Robert Freitag 2 | ||
(1. Bolsista PET-Agronomia, participante do Programa de Iniciação Científica (PIC); 2. Universidade Estadual de Maringá - Departamento de Agronomia; 3. Pesquisadora CAPES/PRODOC; 4. Programa de Pós-Graduação em Agronomia) | ||
INTRODUÇÃO:
A plasticultura foi introduzida na Região Norte do Paraná no início de 1980 e tem alcançado grande sucesso econômico no agronegócio familiar. Apesar do sucesso econômico, a plasticultura tem deparado com problemas que reduzem os lucros, sendo um dos mais importantes as doenças. O oídio, causado por Oidium sp., tem constituído uma das principais doenças que acometem a cultura do pepino “japonês”, podendo causar perdas significativas na produção quando medidas adequadas de controle não são adotadas. O uso de fungicidas e de poucos híbridos com algum nível de resistência têm sido as alternativas de controle do oídio. Porém, a utilização de fungicidas na cultura, que apresenta colheita diária, acaba por resultar em produção de frutos impróprios para o consumo, pois o período de carência dos fungicidas utilizados, via de regra, não é respeitado, somado ao número elevado de aplicações demandado. Assim, métodos alternativos de controle, menos prejudiciais à saúde e ao ambiente e menos onerosos ao agricultor, são desejáveis nesse sistema de produção. A enxertia tem sido citada para o controle de doenças, principalmente do sistema radicular, em várias espécies de olerícolas, além de promotora da melhor qualidade dos frutos, da maior precocidade da produção e do aumento da produtividade. Com o objetivo de avaliar o efeito da técnica da enxertia na intensidade de oídio, híbridos de pepino “japonês” foram enxertados em híbridos de abóbora e cultivados sob estufas plásticas. |
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METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido em estufa plástica utilizando-se os híbridos de pepino “japonês” ‘Hokushin’ e ‘Natsubayashi’, em pé-franco, e os mesmos híbridos enxertados nas abóboras híbridas ‘Shelper’ e ‘Excite Ikki’. A enxertia foi realizada por garfagem de fenda cheia. Após a enxertia, as plantas foram mantidas em câmara úmida por cinco dias, seguidas por três dias em casa-de-vegetação e, seqüencialmente, transplantadas para as estufas plásticas. As plantas na estufa foram espaçadas de 1,20m entre linhas e de 0,30m entre plantas. O delineamento experimental foi o blocos casualizados, com 8 tratamentos (‘Hokushin’ enxertado em ‘Shelper’; ‘Hokushin’ enxertado em ‘Excite Ikki’; ‘Hokushin’ pé-franco; ‘Natsubayashi’ enxertado em ‘Shelper’; ‘Natsubayashi’ enxertado em ‘Excite Ikki’; ‘Natsubayashi’ pé-franco; ‘Shelper’ pé-franco; ‘Excite Ikki’ pé-franco), 4 repetições por tratamento e 5 plantas por parcela. A irrigação foi por gotejamento e as podas foram efetuadas semanalmente, retirando-se todos as brotações laterais até o quarto nó da planta. Acima do quinto nó da planta, podou-se a partir da quarta folha de cada brotação lateral. Após o surgimento dos primeiros sintomas de oídio nas folhas (infecção natural), cada uma de todas as folhas de cada uma das 5 plantas da parcela foram avaliadas semanalmente quanto à severidade da doença, através de avaliação visual em percentagem de área foliar afetada e perfazendo o total de 5 avaliações durante o ciclo da cultura. |
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RESULTADOS:
A área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) permitiu a verificação (Duncan, p<0,05) de maior severidade da doença no híbrido ‘Hokushin’ enxertado, com valores de AACPD 695,16 e 651,89, respectivamente para plantas enxertadas nas abóboras ‘Shelper’ e ‘Excite Ikki’. O híbrido ‘Hokushin’, em pé-franco, apresentou valor de AACPD 452,04, significativamente menor que quando enxertado em qualquer dos híbridos de abóbora. O híbrido ‘Natsubayashi’, em pé-franco, apresentou menor severidade da doença (36,01) em relação ao híbrido ‘Hokushin’ (452,04). Porém, quando ‘Natsubayashi’ foi enxertado em abóbora ‘Excite Ikki’, houve aumento do nível da doença, com valor de AACPD de 122,00. Para ‘Hokushin’ enxertado em ‘Shelper’, o valor de AACPD foi 58,86, não apresentando-se diferente do valor de ‘Hokushin’ pé-franco (36,01). Ambas as abóboras, cultivadas sob pé-franco, apresentaram os maiores valores de AACPD, correspondendo a 815,45 e 781,68, respectivamente para ‘Shelper’ e ‘Excite Ikki’. De acordo com esses resultados, os híbridos de pepino “japonês” testados enxertados sobre as referidas abóboras apresentaram maior suscetibilidade a oídio. |
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CONCLUSÕES:
Os híbridos de pepino “japonês” enxertados sobre as abóboras apresentaram maior suscetibilidade a oídio. |
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Instituição de fomento: Trabalho realizado com o apoio financeiro da CAPES - Brasil. | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Cucumis sativus; Oidium sp.; Enxertia. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |