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C. Ciências Biológicas - 12. Neurociências e Comportamento - 1. Neurociências e Comportamento
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DEPRESSOR DA IANGAMBINA NO MODELO DO NADO FORÇADO E NO TESTE DO SONO INDUZIDO POR PENTOBARBITAL
Vera Targino Moreira Lima 1, 2 (veratargino@unifor.br), Edenilce Evangelista Correia 3, Danielle Silveira Macedo 1, 4, Silvânia Maria Mendes Vasconcelos 5, Celidarque da Silva Dias 6, José Maria Barbosa-Filho 6, Glauce Silva de Barros Viana 3 e Francisca Cléa Florenço de Sousa 3
(1. Departamento de Fisiologia e Farmacologia, Universidade Federal do Ceará - UFC; 2. Universidade de Fortaleza - UNIFOR; 3. Universidade Federal do Ceará - UFC; 4. Faculdade Integrada do Ceará - FIC; 5. Universidade Estadual do Ceará - UECE; 6. Laboratório de Tecnologia Farmacêutica, Universidade Federal da Paraíba - UFPB)
INTRODUÇÃO:
A iangambina , uma lignana furofurânica foi isolada da Ocotea duckei Vattimo, uma planta da família Lauraceae, conhecida popularmente como “Louro de cheiro” (Barreto, 1990)1, encontrada no Nordeste Brasileiro. No estudo químico com as cascas do caule desse vegetal foram obtidas seis lignanas furofurânicas identificadas como epi-de-O-metiliangambina, epivattimfurano, sesartemina, sesamina, endesmina e iangambina (Almeida et al., 1995). O uso tradicional desta planta não é registrado na literatura, no entanto recentes estudos farmacológicos com o constituinte maior isolado, a iangambina, mostram vários efeitos biológicos (Almeida et al., 1995). Estudos realizados por Castro-Farias-Neto et al., 1995, mostraram que a administração de iangambina provocou desvio paralelo para direita na curva dose-resposta da hipotensão arterial induzida pelo PAF, sem reduzir a resposta máxima, sugerindo a existência de antagonismo competitivo com o PAF. Estudos comportamentais preliminares indicaram que esta lignana apresentou indícios de uma provável atividade depressora a nível do Sistema Nervoso Central. Visto que, estes efeitos foram pouco estudados, o objetivo deste trabalho foi verificar suas ações comportamentais usando os modelos de nado forçado e da potencialização do tempo de sono induzido por pentobarbital.
METODOLOGIA:
Camundongos Swiss, machos (25-30g, N= 8-15) foram tratados com iangambina (IAG) 25 ou 50 mg/kg, v.o., ou imipramina (IMP) 10 mg/kg, i.p. ou pentobarbital (PTB) 40 mg/kg, i.p. Os animais controle receberam salina. Teste do nado forçado (Porsolt et al., 1977a): O animal não tratado foi colocado numa cuba de acrílico (40 cm de altura, por 18 cm de diâmetro, contendo 15 cm de água fresca a 25 0C) durante 15 minutos, para induzir a depressão. A segunda exposição foi feita 24 horas após a primeira, onde o camundongo foi colocado na cuba, 1 hora após o tratamento com a IAG. Durante 5 min. foi observado o tempo em que o animal apresentou-se imóvel. A IMP 10 mg/kg, i.p., foi usada como droga padrão. Teste do sono induzido por pentobarbital: Geralmente as drogas depressoras do sistema nervoso central atuam sinergicamente aumentando o tempo de sono induzido por barbitúricos (Riley & Spinks, 1958). Uma hora ou trinta min. após a administração oral e intraperitoneal de IAG, ou DZP, respectivamente, todos os grupos receberam PTB. O tempo desde a injeção do PTB até o animal perder o reflexo de endireitamento é registrado como latência de sono (LS) e o tempo de latência entre a perca e a recuperação voluntária do reflexo de endireitamento é registrado como tempo de sono (TS) (Wambebe, 1985; Rolland et al., 1991). Tempo máximo de observação foi de 240 s.
RESULTADOS:
Após o tratamento com a iangambina por via oral ocorreu aumento significativo no tempo de imobilidade dos animais em relação ao grupo controle: (controle = 116,70 + 11,50, Iag 25 = 156,90 + 10,00; Iag 50 = 163,13 + 12,80). O cloridrato de imipramina 10 mg/kg, i.p., usado como droga padrão, reduziu o tempo de imobilidade dos animais em relação ao grupo controle (controle = 116,70 + 11,50, Clor. de imipramina 10 mg/kg, i.p. = 18,10 + 2,7). Nenhuma alteração no tempo de latência foi vista após administração oral da iangambina, 1h antes da injeção de pentobarbital (TL: controle = 353,50 + 27,19; Iag 25 = 317,88 + 25,79; Iag 50 = 311,13 + 15,70), contudo, foi observado aumento significativo na duração do sono em ambas as doses quando comparado ao controle (DS: controle = 26,81 + 2,19; Iag 25 = 49,56 + 2,61; Iag 50 = 43,48 + 3,62). O diazepam 1 mg/kg, i.p., reduziu o tempo de latência do sono e aumentou a duração do sono respectivamente (TL: 187,6 + 9,25 e DS: 74,18 + 6,82) em relação aos grupos controle (TL: controle i.p. = 276,92 + 14,63 e DS:controle i.p. = 37,62 + 1,64) e (TL: controle v.o. = 353,50 + 27,19 e DS: = 26,81 + 2,19).
CONCLUSÕES:
Os efeitos da iangambina na potenciação do sono induzido pelo pentobarbital e no aumento do tempo de imobilidade no teste do nado forçado, sugerem efeito depressor central.
Instituição de fomento: CNPq, FUNCAP
Palavras-chave:  Iangambina; Nado forçado; Sono induzido.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005