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H. Artes, Letras e Lingüística - 3. Literatura - 1. Literatura Brasileira | ||
CONTOS E ROMANCE UBALDIANO: UM ESTUDO DA ENUNCIAÇÃO | ||
Eliane Maria de Oliveira Giacon 1 (giaconeliane@bol.com.br) | ||
(1. Pró-reitoria de pesquisa, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS) | ||
INTRODUÇÃO:
O projeto a princípio se centralizaria na questão da identidade nacional presente em algumas obras de João Ubaldo Ribeiro. O pesquisa doi caminhando para a análise da enunciação de algumas obras desse autor datadas de 1981 até 1998, partindo das crônicas e dos contos, pois tanto nas crônicas quanto nos contos, o autor deixa pistas de como ele irá trabalhar nos romances a construção da narrativa. Em determinado momento da pesquisa, optou-se por duas obras Livro de Histórias ( 1982) e Viva o povo brasileiro ( 1984) com a intenção de confrontá-las. E a partir dos pontos de contato, foi possível observar a presença de um texto subliminar, que sugere os temas recorrentes da obra ubaldiana: identidade nacional, a licenciosidade, a colonização do Brasil e a relação entre sul e com o nordeste do país. |
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METODOLOGIA:
Os métodos utilizados foram alicerçados em leituras, fichamentos e produção textual bem como o aprendizado sobre como uma pesquisa pode adquirir vários corpus de acordo com mudanças ocorridas durante o processo chegando ao ponto da proposta incial ser bem diferente do resultado final. |
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RESULTADOS:
A enunciação dos contos ubaldianos apresenta uma estrutura, na qual denotam-se os mecanismos utilizados pelo narrador no ato da criação. E a partir dessa observação é possível proceder a uma teorização, que tente definir como esse esquema se repete de conto a conto, e do conto para o romance, pois, segundo Barthes, a análise das narrativas deve “tentar extrair delas uma estrutura” (1975, p.158) que sirva de modelo enunciativo a ser seguido por um estudo científico baseado nos detalhes subjacentes da diegese. Detalhes que podem ser observados entre obras Livro de histórias (1981) e Viva o povo brasileiro (1984) de João Ubaldo Ribeiro quanto ao esquema da enunciação, pois após a análise foi possível levantar elementos bakhtinianos como paródia, heteroglosia, intertextualidade e carnavalização num esquema, no qual o autor/narrador utiliza o espaço da narrativa para instaurar conceitos relativos às teorias sobre a Colonização do Brasil, a Identidade Nacional, a Licenciosidade e a Metafísica, que são metaforizadas em um discurso, cujo foco de dirige para os animais, as personagens típicas e a “causos” pitorescos da ilha de Itaparica (BA). Em determinado momento da narrativa, ocorre a passagem desse discurso informativo para o enunciado, no qual a polifonia representará a “ síntese peculiar de todas as vozes” ( BAKHTIN, 2002, p.12) dos personagens e do autor/narrador |
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CONCLUSÕES:
A obra ubaldina é centrada num certo humanismo que tenta representar com certo humor o homem de todas as épocas e a visão que esse homem tem do seu tempo. A partir dessa constatação podermos verificar que, muitas vezes, os discursos polifônicos dos personagens revelam conceitos, que ora representam a o pensamento das elites ora dos outros grupos sociais, numa representação do brasileiro na sua busca pela identidade, que não é mais a do colonizador, nem do elemento autóctone, mas sim um dilacerar de conceitos conflitantes que os nega na busca de uma terceira via, centrada na palavra semanticamente articulada exposta pela enunciação dos textos, a fim de definir a brasilidade pelo riso e pelo chiste. |
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Instituição de fomento: Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul- UEMS | ||
Palavras-chave: Enunciação; Ubaldiano; Brasilidade. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |