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E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 3. Engenharia Agrícola | ||
BIOATIVIDADE DA EMULSÃO DO NIM INDIANO (Azadiracta indica L), NO COMPORTAMENTO DA SAÚVA DO NORDESTE (Atta opaciceps Borgmeier, 1939), SOBRE O FEIJÃO-DE-CORDA (Vigna unguiculata (L.) Walp. | ||
Maria Luciana Ponte Parente 1 (marlucianapparente@yahoo.com.br), Maria Luciana Rodrigues Andrade 1, Francisco Ancelmo barboza Melo 1, Samuel Victor da Silva Portela 1, Aleandra Mara Furtado 1, Francisca das Chagas de Sousa Alves 1, Euclides Gomes Parente Filho 1 e Kátia Maria da Silva Parente 1 | ||
(1. Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA; 2. Universidade Federal do Ceará-UFC) | ||
INTRODUÇÃO:
Desde as mais remotas eras o homem iniciou a luta contra as pragas. Os danos que elas causam são de grande importância econômicas acarretando enormes prejuízos em todo o Globo terrestre. Atualmente o controle de pragas é dependente, em primeira instância, do uso de agroquímicos, de variedades resistentes em menor escala e ainda o controle biológico, utilizado em casos específicos. Apesar do gasto de sete bilhões de dólares anuais com agroquímicos, estima-se que 37% da produção mundial é perdida pela ação de pragas e doenças, deste total 13% deve-se aos insetos. Dentre os insetos que mais danos causam a agricultura nacional estão às formigas cortadeiras de folhas (Atta sp.). As formigas cortadeiras de folhas também denominadas saúvas, são protagonistas da história da agricultura brasileira, sua importância decorre de fatos como: danifica quase todas as plantas cultivadas, apresenta elevada densidade de formigueiro por área quando não controlada, apresenta elevado número de indivíduos por formigueiro, apresenta extrema capacidade de adaptação aos mais variados ecossistemas e ainda o controle é difícil e oneroso. Com isto, surge a necessidade de aumentar o grau de proteção das plantas, visando o aumento da produção, preservando o ambiente e a saúde do homem. Objetivou-se com este trabalho verificar a ação protetora da emulsão de Nim indiano (Azadiracta indica L.) como agente protetor da cultura do feijão-de-corda (Vigna unguiculata L.), sobre a preferência do corte pelas saúvas. |
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METODOLOGIA:
Utilizou-se sementes de feijão-de-corda, V. unguiculata (L.) Walp., cultivar EPACE-10, cultivadas em recipientes de vidro contendo vermiculita como substrato. Após quinze dias de cultivo as plântulas foram oferecidas às saúvas. As plântulas foram previamente pulverizadas com as soluções testes, recebendo 2,0 ml da solução igualmente distribuída. Antes da aplicação da solução teste, o copo foi coberto com papel alumínio para evitar resíduos no mesmo. A preparação do solvente foi realizada, sempre, momentos antes da instalação do ensaio. Foram utilizados 12 (doze) sauveiros artificiais em condições normais de desenvolvimento pertencentes ao Laboratório de Entomologia Agrícola (LEA/UFC), com idade intervalada entre 03 e 05 anos, mantidos a uma temperatura de 27,0 5,0 0C e 14 horas de fotofase. Antes da realização de cada ensaio os sauveiros foram submetidos a 24 horas de “jejum”. O experimento contou com quatro (04) concentrações da emulsão do NIM (T1 = 0,0ppm, T2 = 1,0ppm, T3 = 2,0ppm e T4 = 4,0ppm), compondo os tratamentos, aplicados em doze (12) sauveiros constituindo as repetições. O grau de pureza média da emulsão foi de 99%. A avaliação comportamental das saúvas foi obtida em função do tempo de corte por plântula ofertada na área de provisão em hora (TC/P) e do volume da massa fungica (VMF). Para a análise de dados adotou-se o delineamento experimental em blocos ao acaso e a comparação múltipla de médias foi realizada pelo teste de Tukey. |
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RESULTADOS:
Baseados nos estudos realizados verificou-se que em todas as concentrações ensaiadas a emulsão do NIM (Azadiracta indica L.) não influenciou o comportamento das saúvas que utilizaram as plântulas de feijão como fonte de provisão, pois as variáveis estudadas (tempo de corte por plântula – TC/P e volume da massa fúngica -VMF) não apresentaram diferença significativa ao nível fiducial de 5% de probabilidade, deste modo, nas concentrações investigadas, a emulsão de NIM (A. indica L.) não demonstrou efeito como agente controlador e/ou repelente à saúva do Nordeste (Atta opaciceps Borgmeier, 1939). Estes dados são contrários aos encontrados por Khan e Ahmed (2000) que verificaram o efeito do NIM sobre a mosca domestica (Musca domestica L.), e Shumutterer e Singh (2002) com o barbeiro (Triatoma infestans L.) onde anormalidades no crescimento e em altas concentrações ocorreu à mortalidade de indivíduos. No entanto, dados similares foram encontrados por Varma et al. (1995) em ensaios com cupins, onde o NIM não afetou seu desenvolvimento. O NIM mesmo entrando no ciclo alimentar do sauveiro, não afetou o comportamento de suas castas e nem o desenvolvimento fúngico de seu simbionte, pois não verificamos alterações no seu volume, provavelmente, as saúvas são capazes de produzir substâncias que degradam ou inibem o constituinte químico tóxico do NIM, a azadiractina. |
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CONCLUSÕES:
Nas concentrações ensaiadas a emulsão do NIM (Azadiracta .indica L.) não conferiu proteção a cultura de feijão-de-corda (Vigna unguiculata L.), ao ataque da saúva do Nordeste (Atta opaciceps Borgmeier, 1939), não sendo adequado para ser usado como agente controlador a saúvas. |
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Instituição de fomento: Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA, Universidade Federal do Ceará-UFC | ||
Palavras-chave: Atta opaciceps; vigna unguiculata; Azadiracta indica. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |