IMPRIMIR VOLTAR
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
DETERMINAÇÃO DO PERÍODO QUE ANTECEDE A INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA SOJA, VAR. COODETEC 202, POR MEIO DE TESTEMUNHAS DUPLAS
Ana Carolina Roso 1 (carolroso@hotmail.com), Rubem Silvério de Oliveira Jr. 1, Jamil Constantin 1, João Guilherme Z. Arantes 1, Diego Gonçalves Alonso 1 e Sidnei Douglas Cavalieri 1
(1. Departamento de Agronomia da Universidade Estadual de Maringá - UEM)
INTRODUÇÃO:
Na Ciência das Plantas Daninhas, a competição em si pode ser definida como o recrutamento conjunto, por duas ou mais plantas, de recursos essenciais aos seus crescimentos e desenvolvimentos, que são limitados no ecossistema comum. Vários fatores relacionados à cultura e às plantas daninhas têm grande influência na competição, tais como a época, as condições edáficas, climáticas e tratos culturais. Uma das principais definições em termos de competição de plantas daninhas refere-se ao Período que Antecede a Interferência (PAI). O PAI é o período que, a partir da emergência ou semeadura da cultura, em que esta pode conviver com a comunidade infestante antes que sua produtividade ou outras características seja afetada negativamente. Dada a importância e a magnitude da cultura da soja no país, é imprescindível otimizar a tecnologia de produção disponível, visando reduzir ao máximo as perdas impostas pela competição das plantas daninhas. Informações que esclareçam o momento correto de controle das mesmas podem contribuir neste sentido. O objetivo deste trabalho foi de determinar o período anterior de interferência em soja, var. COODETEC 202, em área de plantio direto na região de Maringá, PR, comparando os períodos observados com manejos de plantas daninhas em pré ou pós-emergência.
METODOLOGIA:
O experimento foi instalado em condições de campo, na propriedade do Sr. Flávio Dias, localizada no município de Maringá, PR. Antes da semeadura, a área foi dessecada. A semeadura ocorreu em 22/10/2003, distribuindo-se 15 sementes por metro linear, no espaçamento de 0,45 m entre linhas. A principal infestante da área após a instalação da cultura foi Bidens pilosa, numa densidade de infestação média de 50 a 70 plantas/m2. Outras plantas daninhas presentes na área em menor quantidade foram Euphorbia heterophyla, Brachiaria plantaginea, Sida rhombifolia, Acanthospermum hispidum, Commelina benghalensis, Cenchrus echinatus e Desmodium tortuosum. A cultura foi mantida na presença de plantas daninhas por períodos iniciais crescentes (7, 10, 14, 21, 28, 35, 42, 49 dias e ciclo todo - 118 dias) a partir da emergência da soja. Após o período de convivência, as plantas daninhas foram eliminadas por capina e arranquio manual, sendo que as novas infestantes que emergiam também foram eliminadas, mantendo-se a soja no limpo até a colheita. Além dos nove períodos de convivência, dois tratamentos padrões adicionais com herbicidas, em PRÉ (após a semeadura) e PÓS (aos 18 dias após a emergência). Todos os tratamentos foram instalados a campo com a utilização de testemunhas duplas. Tal procedimento tem por finalidade aumentar a precisão experimental e implementar um controle local dentro de cada repetição.
RESULTADOS:
Com relação às densidades e composição dos fluxos de emergência das plantas daninhas o picão-preto foi considerada a infestante mais importante na área experimental. Em todas as avaliações, ambos os tratamentos com herbicidas apresentaram excelente eficácia sobre a principal planta daninha da área, proporcionando acima de 96% de controle do picão por todo o período avaliado. Já para o controle da guanxuma, observa-se uma eficácia superior dos tratamentos aplicado em pré-emergência, o que é fruto da reconhecida eficácia desta mistura para o controle desta espécie de planta daninha. Constata-se que, convivendo com a população infestante por 7 ou 10 dias após a emergência, a variedade COODETEC 202 conseguiu manter seu desenvolvimento e produtividade. No entanto, para períodos de convivência iguais ou superiores há 14 dias, observa-se à redução significativa da produtividade. É evidente também que aplicações únicas em pós-emergência podem ser pouco eficazes no sentido de controlar a competição inicial das plantas daninhas. Tal fato dependerá da composição da flora da área, da precocidade de emergência das plantas daninhas e da capacidade de crescimento inicial da variedade em questão. Neste experimento, as perdas contabilizadas pelo retardamento do controle das plantas daninhas até 18 dias após a emergência foram de 452 kg/ha, o que equivaleu a 16,74% em relação à sua respectiva testemunha.
CONCLUSÕES:
Para períodos de convivência iguais ou superiores há 14 dias, observou-se a redução significativa da produtividade quando os tratamentos foram comparados com as respectivas testemunhas duplas, o que significa que o PAI foi de 10 dias após a emergência da soja. As perdas variaram de 16,8% (competição por 14 dias após a emergência) até 28,03% (competição por todo o ciclo).
Palavras-chave:  Dessecação; Período que antecede a interferência; Soja.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005