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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 7. Educação Infantil | ||
APLICABILIDADE DA TEORIA CONSTRUTIVISTA NA ÁREA DE EDUCAÇÃO INFANTIL: UM ESTUDO DE CASO | ||
Ana Carina Freire Barbosa 1, 2 (acfbarbosa6@hotmail.com) e Geida Maria Cavalcanti de Sousa 3 | ||
(1. Departamento de Educação e Ciências Humanas – Faculdade de Formação de Professores de Petrolina-UPE; 2. Fundação para o Desenvolvimento dos Estudos Jurídicos do Vale do São Francisco – FUNDESJUSF; 3. Fundação Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF) | ||
INTRODUÇÃO:
Hodiernamente, reconhece-se a importância da educação, aumentando a preocupação social com esta área, inclusive por parte dos governantes. Conforme últimos dados do IBGE, há 97% de crianças em idade escolar matriculadas na escola. Quantitativamente é um número significativo, mas o quesito qualidade é ainda questionado e almejado, sendo elemento de inquietação para toda a sociedade: assunto de discussão remota. Desse modo, formulou-se várias teorias a fim de encontrar soluções para esta problemática, sendo interessante ressaltar a inclusão no discurso oficial da proposta de trabalho baseada nas teorias sócio-construtivistas. Por outro lado, a sociedade brasileira e a mundial, desde os anos 90, têm vivenciado várias transformações sociais, econômicas e tecnológicas decorrentes da globalização, gerando uma maior complexidade na organização social brasileira e uma sensível mudança na relação dos indivíduos e, sobretudo, nas formas de acesso e apreensão do conhecimento. Diante de tais mudanças exige-se um novo perfil de cidadão apto a conviver com a modernidade e suas implicações. Em face da situação histórica, o construtivismo surge como alternativa de construção desse indivíduo. Sendo esta teoria nova no Brasil, nosso trabalho desenvolveu-se no afã de descobrir o modo de aplicação do construtivismo na educação infantil, investigando qual o nível de conhecimento dos professores sobre a teoria e a maneira de organização do ambiente pedagógico, tanto física como socialmente. |
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METODOLOGIA:
A pesquisa se constituiu num estudo de caso, tomando como universo uma turma de Jardim II do turno vespertino do Centro de Educação Infantil Professora Maroquinha, em Petrolina-PE, no período de março a junho de 2003. Desse modo, procedeu-se a um estudo aprofundado do universo pesquisado, sendo que os dados observados e obtidos se aplicarão somente à citada realidade. Como sugere o estudo de caso, compararam-se as hipóteses formuladas e os dados coletados no universo de pesquisa sob o olhar das teorias que versam sobre o construtivismo. A pesquisa subdividiu-se na observação in loco e pesquisa bibliográfica. No primeiro momento, analisou-se a metodologia da professora, a disposição do ambiente físico escolar e os materiais didáticos/pedagógicos disponíveis, usando para tal fim o diário de campo. Ainda fez parte desta fase, a reflexão sobre o projeto pedagógico da escola, traçando-se um paralelo entre este e os objetivos de aprendizagem consolidados no ambiente escolar correlacionados ao construtivismo. Outro elemento de coleta de dados constituiu-se na entrevista em profundidade, tendo como atores sociais envolvidos a diretora, a diretora adjunta, a educadora de apoio, a secretária e a professora de turma em questão, procedendo-se à análise das informações coletadas sob a perspectiva qualitativa. A pesquisa bibliográfica foi fundamentada no interacionismo formulado por Jean Piaget e Lev Vygotsky, pois estes teóricos visualizam o indivíduo como ser interativo. |
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RESULTADOS:
Percebeu-se, através do estudo de campo e dos depoimentos, a necessidade de haver maior tempo para o estudo da teoria. A falta de oportunidades de estudo tem levado à ocorrência de equívocos quanto à natureza do construtivismo, ao passo que, embora pareça contraditório, houve uma introspecção acerca do seu uso, sendo ponto comum entre as professoras ser o aluno construtor de seu conhecimento. Desse modo, tem sido realizado um trabalho comprometido, perseguindo desenvolver atividades que propiciem a construção do conhecimento. Isso mostra ter havido uma internalização da praticidade do construtivismo, entretanto, há uma falta de amadurecimento acerca dos seus fundamentos, acarretando num grande risco: não saber se relacionar com o novo. Para resolver questões diferentes das vivenciadas no processo de ensino-aprendizagem, é imprescindível possuir as bases teóricas que subsidiem a prática, reorientando a ação na busca de soluções para as problemáticas surgidas. Sobre o ambiente, os materiais didáticos/pedagógicos, em sua maioria, são construídos pelas professoras e alunos. É interessante ressaltar que deveria haver uma maior riqueza de materiais: isso aumentaria a qualidade educativa, ao passo que, a estrutura física deveria oferecer melhores condições de acomodação aos alunos, disponibilizando-se salas que atendessem quantidades menores de crianças. Sobre o aspecto social é perceptível a compreensão acerca a importância das trocas coletivas e da intervenção do professor. |
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CONCLUSÕES:
Visualizou-se a necessidade de haver diversas oportunidades de estudo, colocando os professores em contato direto e íntimo com o construtivismo. Essa ação propiciará uma qualidade no trabalho desenvolvido, resultando na compreensão das deficiências de aprendizagem, implicando assim, na sua solução com mais eficácia. Ainda, é preciso o investimento na melhoria das instalações, diminuindo-se a quantidade de alunos por turmas, como a obtenção de uma grande quantidade e diversidade de materiais concretos. Isto ajudará na formulação do pensamento abstrato da criança, e, simultaneamente, turmas com uma menor quantidade de alunos permitirão a intervenção do professor no momento apropriado. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: ambiente pedagógico; construtivismo; educação infantil. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |