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E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 6. Recursos Florestais e Engenharia Florestal | ||
CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DE DUAS ESPÉCIES DE BAMBU Phyllostachys aurea e Bambusa tuldoides | ||
Leonardo Menezes Xavier 1 (ecoleo@bol.com.br), Andréia Colli 2, Maria Beatriz de Oliveira Monteiro 3, Regina Paula Willemen Pereira 3, Alexandre Miguel do Nascimento 4 e Héber dos Santos Abreu 4 | ||
(1. Doutorando em Design – PUC-RIO, MSc. em Ciências Ambientais e Florestais - UFRuralRJ; 2. Graduanda em Engenharia Florestal, Instituto de Florestas - UFRuralRJ; 3. Mestranda em Ciências Ambientais e Florestais, Instituto de Florestas - UFRuralRJ; 4. Prof. Dr. do Departamento de Produtos Florestais, Instituto de Florestas - UFRuralRJ) | ||
INTRODUÇÃO:
O bambu é um recurso florestal que apresenta excepcional desenvolvimento, múltiplas utilizações, apresentando elevada resistência mecânica e durabilidade satisfatória, conforme a espécie e o método de preservação, podendo vir a compor interessante alternativa aos demais materiais industrializados empregados na indústria da construção. Sua utilização pelos seres humanos remonta há milênios, em continentes como a América e a Ásia, principalmente, onde existem indústrias voltadas para exploração e comercialização de produtos manufaturados como pisos, forros e laminados. É utilizado como matéria-prima na utilização de polpa celulósica, chapas de aglomerados e como fonte de energia. Trata-se de espécie passível de utilização em reflorestamentos, podendo desempenhar papel importante na manutenção do funcionamento dos ecossistemas, além de promover contenção de áreas erodidas. O objetivo desta pesquisa foi quantificar os teores de extrativos, lignina, celulose e hemicelulose das espécies Phyllostachys aurea e Bambusa tuldoides da família Poaceae, sub-família Bambusoideaea. |
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METODOLOGIA:
O material livre de extrativos foi obtido em extrator de Soxhlet, utilizando: hexano, acetato de etila, metanol e água. Os extratos obtidos foram secos e quantificados. O material foi seco em estufa a 60o C, onde, foram feitas três repetições para obtenção da lignina, com 3 mL de ácido sulfúrico a 72%, deixando durante uma hora em banho-maria a 25-30oC sob maceração. Em seguida, o material ficou em refluxo durante quatro horas em água destilada quente sob vácuo em um filtro de Redner. Este procedimento baseou-se no método de Klason modificado. Com as amostra livre de extrativos e totalmente seca, obteve-se a holocelulose, por cloração, com os seguintes reagentes: ácido acético e clorito de sódio a 80%, usando 2,5g de amostra com 3 repetições. A partir da holocelulose, utilizando hidróxido de sódio a 17,5% e o ácido acético 10%, obtendo-se a celulose a partir da exclusão da hemicelulose. Macerou-se até que as partículas fossem separadas. Manteve-se a mistura reacional a 20oC por 30 min., adicionando-se água destilada a 20oC, Agitando-se por uma hora, o qual foi filtrado e lavado com NaOH, e água destilada, até o resíduo celulósico ficar completamente livre do ácido acético. |
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RESULTADOS:
Os teores de celulose, hemicelulose, lignina e extrativos, respectivamente, foram de 40,49%, 23,36%, 28,15% e 8% para o Phyllostachys aurea e 41,40%, 18,24%, 36,67% e 3,69% para o Bambusa tuldoides. Observa-se que o teor de celulose para ambas as espécies está na mesma faixa, ou seja, da ordem de 40%, apesar da constatação macroscópica de uma porcentagem maior de tecido parenquimatoso em relação aos feixes de fibras, observado no Bambusa tuldoides em relação ao Phyllostachys aurea. A proporção dos extrativos obtidos com os quatro tipos diferentes de solventes, tanto polares quanto apolares para o Phyllostachys aurea, foi de 5,5% para o metanol, e de 0,375% tanto para o ciclo hexano quanto para o acetato de etila, e a com água foi de 1,75%, de um total de 8% e de 4,63% para o metanol, e de 0,5% para o ciclo hexano, 0,5 para o acetato de etila, e a com água foi de 1,82%, de um total de 7,7%. Há uma tendência de aumento da resistência mecânica, a medida que o teor de carboidratos diminui, enquanto a porcentagem de lignina comporta-se de maneira diretamente proporcional em relação as propriedades mecânicas, considerando as duas espécies em análise. |
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CONCLUSÕES:
Estas propriedades, associadas ao fato do bambu ser um recurso florestal renovável de excepcional desenvolvimento, e com excelentes propriedades físico-mecânicas, confere ao material o potencial de utilização em diversos setores, tornando-se uma alternativa para as populações de baixa renda, no que tange ao contexto da construção civil. |
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Palavras-chave: caracterizacao; quimica; bambu. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |