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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
SABERES E PRÁTICAS DAS MULHERES SOBRE O AUTO-EXAME DAS MAMAS
Lidiane Colares Monteiro 1 (lidianecolares@yahoo.com.br), Érica Vanessa Freire de Castro 2, Francisco Rafael de Araújo Rodrigues 4, Marcos Paulo de Oliveira Lima 3, Mônica Taynara Muniz Ferreira 2 e Maria Vilani Cavalcante Guedes 5
(1. GRADUANDA EM ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ-UECE; 2. GRADUANDA EM ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ-UECE/ BOLSISTA PROVIC; 3. GRADUANDO EM ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ-UECE/ BOLSISTA FUNCAP; 4. GRADUANDO EM ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ-UECE/ BOLSISTA CNPq; 5. Profª LIVRE DOCENTE DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ-UECE)
INTRODUÇÃO:
O câncer de mama no Brasil é responsável por muitas mortes em mulheres com idade acima de 35 anos. A detecção precoce do câncer de mama é realizada por meio do auto-exame das mamas (AEM), exame clínico das mamas e mamografia. A não realização regular do auto-exame das mamas contribui para descoberta tardia de anormalidades e mesmo de câncer e, conseqüentemente, dificuldade de cura. Assim, é necessário investimento do governo, participação dos meios de comunicação e incentivo pelo profissional de saúde, informando às mulheres como o AEM deve ser feito e o período adequado. De acordo com o Ministério de Saúde, em 2003, somente em Fortaleza, 23% dos 2.300 casos novos de neoplasia foram de câncer de mama e dos 890 óbitos, 130 foram de câncer de mama. Com esta incidência, o estudo torna-se relevante à medida que busca identificar o que as mulheres sabem e como praticam o AEM na perspectiva de modificar o futuro de muitas mulheres em relação a esse tipo de câncer. O estudo tem como objetivos identificar os saberes e práticas das mulheres sobre AEM; analisar o conhecimento delas sobre os principais fatores de risco para o câncer de mama; conhecer as orientações fornecidas pelos profissionais de saúde sobre o auto-exame das mamas e verificar se este é praticado por elas regularmente.
METODOLOGIA:
O estudo, do tipo descritivo, foi realizado em um Centro de Saúde do bairro Parque Dois Irmãos, localizado na Secretaria Executiva Regional (SER) VI, no município de Fortaleza (CE). Neste local são realizados exames preventivos ginecológicos em mulheres residentes em todo o bairro. A amostra foi constituída por 50 mulheres com idade acima de 20 anos que freqüentavam o Centro de Saúde há, no mínimo, 6(seis) meses, que fizeram exame preventivo no referido centro às terças e quintas feiras, nos meses de maio e junho de 2004 e que quiseram participar espontaneamente da pesquisa. Para a coleta de dados, foi aplicado um formulário, enquanto as mulheres aguardavam atendimento ginecológico ou ao saírem do consultório, após a realização do exame. Os dados coletados foram organizados, analisados e discutidos de acordo com a literatura revisada, procurando responder aos objetivos propostos. Os aspectos éticos e legais foram respeitados segundo a Resolução 196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde. As mulheres participantes da pesquisa foram informadas sobre os objetivos do estudo, a liberdade de participação e assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes do início da aplicação do formulário.
RESULTADOS:
Os resultados da pesquisa mostram que a média de idade das mulheres foi de 33 anos. Todas declararam ser importante fazer o exame clínico, porém 19(38%) não tinham período certo para realizá-lo. Com relação ao conhecimento sobre os fatores de risco para o câncer de mama foram enumerados: ingestão regular de álcool 40(80%), história familiar 34(68%), obesidade 32(64%) e idade 25(50%). Apenas 5(10%) delas não conheciam a técnica do AEM; 45(90%) conheciam o AEM, mas 12(24%) não o praticavam, e destas 9(18%) apontaram como motivo o esquecimento. Trinta e quatro mulheres praticavam o AEM, porém a metade destas eram irregulares quanto à freqüência. A principal fonte de conhecimento do AEM foram as orientações dos profissionais de saúde do próprio centro 28(56%), seguido pelos meios de comunicação, como rádio ou TV 17(34%). Com relação ao período adequado para realização do AEM, 15(30%) mulheres declararam ser em qualquer dia do mês. Sobre o modo de realizar o AEM, apenas 9(18%) delas afirmaram que o auto-exame pode ser feito em pé, deitada, no banho e em frente ao espelho como recomenda a literatura. Segundo as mulheres, o médico ou enfermeiro que faz o exame clínico no centro de saúde incentiva a prática do auto-exame 39(78%), dentre estas, o profissional também ensina como fazê-lo 35(89,7%). Contudo, este ensino ainda se mostrou insatisfatório, uma vez que as mulheres não sabiam o período adequado para a realização do auto-exame, desconhecendo também como ele deve ser feito.
CONCLUSÕES:
De acordo com os resultados, pode-se verificar que as mulheres apresentaram um conhecimento fragmentado sobre o AEM, apesar da maioria declarar conhecer o auto-exame e a metade o fazer regularmente. Com relação aos fatores de risco, elas conheciam a maioria dos que eram apontados pelo Instituto Nacional do Câncer. A principal fonte de conhecimento do AEM foram as orientações dos profissionais de saúde do próprio Centro de Saúde, e a maioria declarou que o profissional de saúde incentiva e ensina como e quando fazer o AEM. É necessário que as mulheres façam o auto-exame das mamas e ao detectarem alguma anormalidade procurem os serviços de saúde para o atendimento pelo profissional. Por isso, é importante que o profissional de saúde seja comprometido com essas mulheres, pois ele tem o conhecimento científico necessário para informá-las que a melhor arma contra o câncer de mama ainda é o diagnóstico precoce, que inclui o auto-exame mensal, o exame clínico e, se necessário, a mamografia.
Palavras-chave:  Auto-exame das mamas; Detecção precoce; Câncer de mama.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005