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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
O CONHECIMENTO DAS MULHERES FREQUENTADORAS DO PLANEJAMENTO FAMILIAR ACERCA DE MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
Mônica Taynara Muniz Ferreira 2 (maframf@uol.com.br), Francisco Rafael de Araújo Rodrigues 1, Marcos Paulo de Oliveira Lima 3, Érica Vanessa Freire de Castro 2, Lidiane Colares Monteiro 4, Mafra Muniz Ferreira 6 e Maria Ligia de Oliveira dos Santos 5
(1. Graduando em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará/UECE. Bolsista CNPq; 2. Graduanda em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará/UECE. Bolsista PROVIC; 3. Graduando em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará/UECE. Bolsista FUNCAP; 4. Graduanda em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará/UECE; 5. Profa. Ms. em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará/UECE; 6. Enfermeira. Esp. em SILOS pela Escola de Saúde Pública do Ceará/ESP)
INTRODUÇÃO:
O planejamento familiar apresenta como objetivo ajudar o cidadão na sua conformação familiar, agindo tanto na concepção como na contracepção. Na contracepção, o planejamento familiar explica aos seus usuários os métodos contraceptivos existentes, as vantagens e as desvantagens destes métodos, e só depois desta explicação e de uma análise em conjunto com a paciente pode-se chegar a um método mais adequado ao usuário, porém há a necessidade de um acompanhamento desta após a escolha, para que haja uma avaliação procurando identificar se o usuário conseguiu ou não se adaptar ao método escolhido e retirar deste alguma dúvida existente. Como a mulher é essencial neste processo tende-se muito a enfocá-la, mas ambos, homem e mulher, são focos ativos neste processo. Este trabalho apresenta como objetivo verificar o conhecimento que as mulheres freqüentadoras do planejamento familiar possuem acerca da contracepção, para que desta maneira possamos avaliar a qualidade deste serviço, procurando identificar se este esta suprindo as necessidades dos seus usuários.
METODOLOGIA:
Este estudo tem natureza descritiva. Foi realizado em uma Instituição Pública/Centro de Saúde que fica situado no município de Fortaleza-CE. Esta unidade foi escolhida devida ao fato de localizar-se em uma área populosa, facilitando desta maneira o acesso aos participantes da pesquisa. A referida Instituição funciona de segunda à sexta-feira, no horário das 8:00 às 17:00, sendo o planejamento familiar realizado as segundas e quartas-feiras no período da tarde. A amostra foi composta por 31 mulheres entre 15 e 45 anos freqüentadoras a mais de 6 meses do planejamento familiar. A coleta de dados realizou-se no período de maio e junho de 2004, utilizou-se como instrumento uma entrevista estruturada devido ao fato de possibilitar uma quantificação e a facilidade de realização, as perguntas são predefinidas o que prejudica um aprofundamento dos dados. A análise dos dados coletados foi fundamentada na literatura levantada. O estudo seguiu os preceitos da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, Brasil (1996), que incorpora quatro resoluções básicas da ética, que são: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça. Todas as entrevistas só foram realizadas após o consentimento livre e esclarecido da entrevistada e/ou responsável pela jovem.
RESULTADOS:
As entrevistadas possuíam em média 27 anos, destas 3,2% eram alfabetizadas, 16,1% relataram estar no ensino fundamental I, 25,8% ensino fundamental II e 54,8% no ensino médio, o que demonstra uma relativa escolaridade destas mulheres. Dos entrevistados 19,35% não possuíam filhos, sendo a media de filhos para o restante de 2 por mulher. 100% delas relataram ter conhecimento da camisinha e da pílula sendo seguida pelo: injetável 96%, DIU 90%, tabelinha 83%, vasectomia 74%, laqueadura 70%, coito interrompido 38% , diafragma 38%, espermicida 35%, muco cervical 16%, LAM 9% e temperatura basal 9%. 90,3% das entrevistadas diziam utilizar algum método, destas: 75% camisinha, 67% pílula, 32% injetável, 10% laqueadura, 7% DIU, 3% tabelinha, 3% coito interrompido e 3% diafragma. A maior parte da amostra citou como a principal fonte de informação os profissionais, sendo seguida pelos conhecidos, estudos, trabalho, televisão e a família. Das entrevistadas 35,4% não conversam com a família, ou seja, 64,5% conversam com algum familiar, destes o preferido é a irmã, sendo seguida pela mãe, marido, filho, sogra, cunhada e prima, 30% dos que conversam com algum familiar relatam que não gostam de falar do assunto ou preferem fazê-lo com outra pessoa, 20% relatam não possuir problema de falar do assunto com ninguém e metade, ou seja, 50% realmente prefere falar com a família.
CONCLUSÕES:
Através do estudo concluímos que a camisinha e a pílula são os métodos mais conhecidos pelas as usuárias do planejamento familiar e os mais utilizados por estas nesta respectiva ordem e a laqueadura é utilizada como método por 10% das mulheres que utilizam algum método. O que demonstra um quadro diferente do que era citado pelo ministério da saúde de 1996, onde os métodos mais utilizados eram a laqueadura por 27,3%. Sendo seguida pela pílula 15,8% e o preservativo com 4,3%. O referido estudo também aponta que a principal fonte de informações por parte destas é o profissional da área da saúde e que a televisão para estas não é uma fonte significativa de informações já que apenas 9,6% a citaram. Dos entrevistados apenas 45% conversam com a família e a preferem. A pesquisa demonstrou sua relevância em conformidade com os dado obtidos, em que a população encontrou meios que favoreceram seu esclarecimento e o profissional da saúde tornou-se um elo importante para esta comunidade.
Palavras-chave:  Planejamento Familiar; Métodos Contraceptivos; Conhecimento.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005