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G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 11. Psicologia Social | ||
LEVANTAMENTO DE ATITUDES DE ESTUDANTES DE MEDICINA QUANTO AO PROJETO DE LEI DO ATO MÉDICO. | ||
Ayla Cristina de Oliveira Alves 1 (aylacristina@hotmail.com), Conceição Santos Fernandes 1, Samira Meletti da Silva Goulart 1, Carolina de Freitas Oliveira Porto 1, Cristiane Silva da Cunha 1 e Cláudio São Thiago Cavas 1 | ||
(1. Dept de Fundamentos de Psicologia Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ) | ||
INTRODUÇÃO:
Nosso interesse ao desenvolver esta pesquisa surgiu a partir da polêmica iniciada pelo Projeto de Lei do Senado número 25 de 2002 que define o Ato Médico, visando a regulamentação da atividade médica. Esse projeto possui, originalmente seis artigos que vêm sendo debatidos ao longo desses dois anos e que geraram um Texto Substitutivo que possui cinco artigos. Nesses artigos temos a explicitação dos direitos da classe médica, colocando-a hierarquicamente acima das demais profissões de saúde; com a atribuição de diversas funções como sendo privativas aos médicos. Portanto, esse projeto tem causado grande polêmica entre os profissionais de Medicina e os de Psicologia, Química, Serviço Social, Fonoaudiologia, Biomedicina, Biologia, Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia, Farmácia e demais carreiras da saúde; pois consideram que o Projeto de Lei 25/2002 fere, entre outras coisas, o trabalho multidisciplinar que tem surtido efeitos positivos na recuperação de pacientes. A partir dessas informações, decidimos averiguar qual seria a atitude de futuros médicos quanto ao Projeto de Lei que define o Ato médico, através da elaboração de uma escala de atitude de formato Likert. Acreditamos que essas informações sejam úteis e relevantes para sabermos o quão difundido e discutido está sendo este Projeto de lei entre os futuros profissionais de medicina e qual a atitude deles frente às objeções dos demais profissionais de saúde. |
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METODOLOGIA:
Para a coleta de dados foi elaborada uma escala de atitude composta inicialmente por 32 afirmativas, sendo metade delas favoráveis ao Projeto de Lei e a outra metade desfavorável. As afirmativas eram seguidas de cinco opções de resposta: Concordo Plenamente; Concordo; Não tenho opinião; Discordo; Discordo Plenamente. Estas categorias foram graduadas com os seguintes valores: 5, 4, 3, 2 e 1 pontos respectivamente, para as afirmativas favoráveis ao Projeto de Lei. As afirmativas desfavoráveis foram graduadas no sentido inverso. A forma piloto da escala foi então aplicada em uma amostra de 30 estudantes de medicina da UERJ e UNIRIO, tendo como objetivo selecionar as afirmativas com poder discriminante. Para isto foram selecionados os 25% sujeitos mais favoráveis ao Projeto de Lei e os 25% mais desfavoráveis. Foi testada a diferença entre as médias dos dois grupos para cada afirmativa pelo teste t de Student ao nível de significância de 0.05, o que resultou na escolha de 22 afirmativas para compor a forma final da escala. A escala final foi aplicada individualmente, em uma amostra aleatória de 50 estudantes na Faculdade de Medicina da UERJ e UNIRIO, de ambos os sexos e faixa etária de 18 a 27 anos, de diferentes períodos. Os participantes foram solicitados a colaborar em uma pesquisa sobre o Ato Médico, sendo pedido que respondessem todas as questões e que não deixassem nenhuma em branco, podendo esclarecer qualquer dúvida a respeito das afirmativas com o pesquisador. |
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RESULTADOS:
O tratamento estatístico utilizado para inferir a média da população foi o teste z para uma amostra, obtendo-se uma média de 70,2766 a 84,8034 ao nível de significância de 0,01. |
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CONCLUSÕES:
A análise dos resultados mostrou que há uma orientação favorável para com O Projeto de Lei do Ato Médico entre os estudantes de medicina da UERJ e da UNIRIO. No entanto, a análise qualitativa da escala nos mostrou que os estudantes não estavam a par da polêmica que envolve os demais profissionais. Algumas respostas indicavam que os estudantes não possuíam conhecimento maior das reivindicações feitas pelas demais áreas da saúde; e que todas as informações que tinham provinham, majoritariamente de médicos, principalmente, dos seus professores. Expomos, desta forma, a necessidade de maior divulgação e discussão a respeito desse Projeto de Lei que envolve tantas profissões e profissionais, de forma que todos possam ter informações suficientes sobre o mesmo, sabendo das implicações que traz, não só para os médicos, mas, principalmente, para os outros profissionais envolvidos. |
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Palavras-chave: Ato Médico; PL 25/02; Atitudes. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |