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G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 7. Psicologia do Ensino e da Aprendizagem
METODOLOGIA CIENTÍFICA VIVENCIAL: UMA FORMA DE DESPERTAR O INTERESSE POR PESQUISA E FORMAR PESQUISADORES.
NILMA FIGUEIREDO DE ALMEIDA 1 (nilmaf@ig.com.br)
(1. DEPTO. DE PSICOMETRIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ)
INTRODUÇÃO:
A constatação do problema da carência na formação da atividade científica na graduação repercute nos cursos de pós-graduação, especialmente no que tange ao ensino da metodologia de pesquisa. Os cursos de metodologia são insuficientes para a formação de pesquisadores, sobretudo quando usados como substitutos da atividade de pesquisa. Observando a atitude de universitários em relação à disciplina de metodologia científica verificou-se um desinteresse pela mesma e uma dissociação entre a teoria e a prática, ou seja, não conseguiam perceber a importância da metodologia no dia-a-dia acadêmico e na construção dos trabalhos científicos, inclusive da futura monografia. A disciplina geralmente é oferecida no primeiro período da faculdade, quando os ingressos ainda estão em fase de adaptação a uma nova realidade e encontram-se muito imaturos para perceber a importância da sua aplicação na prática profissional. A proposta deste estudo foi investigar a possibilidade de despertar o interesse pela pesquisa, nos alunos de graduação, através de uma prática vivencial de pesquisa.
METODOLOGIA:
Foi desenvolvida uma prática pedagógica com duas turmas de primeiro período de graduação em psicologia da UFRJ, totalizando73 alunos, onde primeiramente foram dadas informações sobre o que é uma jornada de iniciação científica, Anais de congressos, periódicos, bolsas de iniciação científica, a importância de apresentar trabalhos em jornadas e congressos, etc. Em seguida comunicou-se à turma que esta deveria dividir-se em grupos e que deveriam escolher um tema para problematizar e pesquisar. O trabalho de campo fez com que criassem um instrumento e vivenciassem todas as etapas da pesquisa.
RESULTADOS:
As observações feitas revelaram a falta de informações sobre o que era uma jornada, se eles poderiam participar, se poderiam adquirir bolsa de iniciação, etc. Após a execução do trabalho de campo solicitou-se que eles montassem um trabalho escrito, de acordo com as normas da ABNT, que foi apresentado na turma sob forma de seminário. O passo seguinte foi fazer um resumo para inscrição em Jornada de Iniciação Científica. Foram inscritos dez trabalhos na JIC da UFRJ e dois na JIC da UFRRJ, totalizando 41 alunos (56,16%). Os trabalhos foram aceitos e apresentados no campus da UFRJ e da UFRRJ. A modalidade de apresentação escolhida foi em forma de painel, somente um grupo escolheu fazer comunicação oral.
CONCLUSÕES:
Em observações e relatos colhidos em diálogos informais sobre a experiência de participar de uma Jornada, disseram que foi muito bom, que não foi tão difícil como imaginavam, que haviam ficado satisfeitos e com vontade de participar mais vezes. Os alunos que não quiseram se inscrever na jornada (43,84%) apresentam mais dificuldades em participar de eventos e congressos do que os que já participaram de jornada. Percebeu-se ainda uma certa dificuldade, por parte dos alunos, em entender a importância da pesquisa em suas vidas profissionais, o que denota ainda uma falta de reconhecimento da sua função e utilidade. Pode-se concluir que a experiência realizada foi muito gratificante para eles, mas que ainda precisam de mais apoio e incentivo para darem continuidade neste tipo de atividade em outras disciplinas. Vale destacar que um dos painéis recebeu uma menção honrosa, demonstrando a qualidade dos trabalhos apresentados.
Palavras-chave:  Metodologia; Pesquisa; Formação de pesquisadores.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005