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C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 6. Morfologia | ||
CARACTERIZAÇÃO DO CRISTALINO POR MAC MODE - SFM: AVALIAÇÃO ESTRUTURAL | ||
Fernanda Virgínia Gozzo 1 (fernvg@yahoo.com.br), Andrea Antunes 1, Marcelo Nakamura 2, Sérgio Luiz Morelhão 1 e Henrique Eisi Toma 2 | ||
(1. Instituto de Física, Universidade de São Paulo - IFUSP; 2. Depto. de Química Fundamental, Instituto de Química da Universidade de São Paulo - IQUSP) | ||
INTRODUÇÃO:
A avaliação morfológica de tecidos biológicos por Microscopia de Força Atômica (AFM) tem sido realizada recentemente com maior freqüência para caracterização de tecidos biológicos. O AFM possibilita uma varredura da superfície do tecido no plano XY e em profundidade Z, obtendo-se imagens topográficas com mínima preparação da amostra. Parâmetros estruturais da córnea e esclera foram caracterizados por AFM em publicações anteriores. Entretanto, trata-se o cristalino de um tecido mole composto basicamente de água e proteínas as quais são compostas por fibras alongadas cujas terminações são limitadas pela camada do epitélio. Sua estrutura corresponde à camada epitelial, córtex e núcleo. Para o cristalino não há na literatura um método de preparação específico para análise por AFM. Este fato justifica a necessidade de otimizarmos uma preparação para o exame por esta técnica. O principal objetivo desta pesquisa foi determinar os procedimentos de preparação do tecido, a fim de se obter imagens morfológicas do mesmo e estimar a dimensão das estruturas específicas do cristalino. Etapas de preparação do tecido foram suprimidas para AFM em comparação a métodos convencionais aplicados a tecidos biológicos. O principal interesse na caracterização de amostras sadias de cristalino foi obter informações estruturais precisas visando avaliar em futuras investigações distintas enfermidades de tecidos oculares. |
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METODOLOGIA:
O microscópio de varredura por sonda (SPM) empregado nesta investigação corresponde ao modelo Pico SPM I da Molecular Imaging operando no modo MAC Mode (AFM de contato intermitente). As imagens foram obtidas usando uma velocidade de varredura de 1Hz com 512 pontos por linha. Os cristalinos de coelho foram obtidos em procedimento cirúrgico. Para avaliar a morfologia preparamos o tecido usando diferentes soluções fixadoras. Selecionamos duas soluções empregadas comumente para a manutenção do tecido e avaliamos o uso de cada solução para posterior análise morfológica no microscópio de força atômica. O primeiro fixador utilizado foi o Bouin, composto por formaldeído e ácido pícrico, em meio ácido. O segundo fixador foi o Formol em solução a 10%. Paralelamente à preparação do tecido realizamos cortes nas direções sagital e transversal visando obter detalhes estruturais peculiares a cada direção. Foram analisadas distintas áreas do tecido. Regiões do córtex e do núcleo do cristalino foram observadas e comparadas, com a finalidade de caracterizar a disposição e organização das fibras. |
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RESULTADOS:
O aspecto morfológico apresentou variações segundo a solução fixadora utilizada. As amostras fixadas em Bouin apresentaram um maior ressecamento da superfície e nas imagens foram notadas rupturas de distintas extensões. As amostras fixadas em formol mantiveram a integridade estrutural e ausência de rupturas na superfície permitindo-nos quantificar através das imagens a largura média das fibras no tecido. A observação morfológica das amostras seccionadas sagitalmente indicou a presença de estruturas periódicas da ordem de 1 micrômetro de diâmetro e separações entre camadas de 500 nanômetros. O exame morfológico das amostras seccionadas transversalmente possibilitou o dimensionamento das estruturas fibrosas, as quais variaram em diâmetro de 1 para 2 micrômetros. Na região do córtex observamos a presença de estruturas hexagonais com comprimento médio de 5 micrômetros e com largura média de 2 micrômetros. |
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CONCLUSÕES:
Nesta investigação obtivemos imagens morfológicas do cristalino normal e efetivamos uma análise das imagens para secções do tecido no eixo sagital e transversal fornecendo indicativos da dimensão das fibras e das camadas do córtex e núcleo. Considerou-se o formol 10% como solução fixadora ideal para caracterização topográfica do cristalino por AFM. |
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Instituição de fomento: CNPq, FAPESP e IMMC. | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Microscopia de força atômica; Tecidos oculares; Cristalino. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |