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C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia
FREQUÊNCIA E TIPAGEM DE GENES DE VIRULÊNCIA DE ESTIRPES DE Escherichia coli SHIGA TOXIGÊNICA (STEC) ISOLADAS DE BOVINOS
Larissa Comarella 1 (laricomarella@ufpr.br), Fábio de Oliveira Pedrosa 2, Emanuel Maltempi de Souza 3, Liu Un Rigo 4, Maria Berenice R. Steffens 5, Caroline Peters Pigatto 6 e Cyntia M. T. Fadel Picheth 7
(1. Graduanda de Farmácia, Universidade Federal do Paraná - UFPR; 2. Depto. de Bioquímica e Biologia Molecular, UFPR; 3. Depto. de Bioquímica e Biologia Molecular, UFPR; 4. Depto. de Bioquímica e Biologia Molecular, UFPR; 5. Depto. de Bioquímica e Biologia Molecular, UFPR; 6. Doutoranda do Depto. De Medicina Veterinária Preventiva, UNESP; 7. Depto. de Patologia Médica, UFPR)
INTRODUÇÃO:
Escherichia coli Shiga Toxigênica (STEC) é um patógeno emergente transmitido principalmente através de alimentos contaminados. Pode causar diarréia, colite hemorrágica e síndrome urêmico-hemolítica. O principal reservatório das STEC é o gado bovino. Essas bactérias diferenciam-se das demais estirpes de E. coli pela produção de toxinas Shiga. Existem dois tipos principais dessas toxinas: Stx1 e Stx2, codificadas respectivamente pelos genes stx1 e stx2. Essas toxinas são o principal fator de virulência das STEC, mas outros genes de virulência também podem estar presentes. Genes associados com estirpes mais virulentas incluem stx2, o gene eaeA, que codifica a intimina, responsável pela forte adesão da bactéria aos enterócitos e o desenvolvimento de lesões intestinais, e o gene hlyA, uma enterohemolisina. A adesina saa foi descrita recentemente, mas seu papel na patogênese ainda não foi bem estabelecido. O objetivo deste trabalho foi determinar a freqüência de STEC no gado bovino leiteiro da região de Curitiba e verificar a presença dos genes stx1, stx2, eaeA, hlyA e saa nas estirpes isoladas. Os resultados obtidos permitirão avaliar o potencial do rebanho analisado na transmissão de STEC e avaliar a virulência das estirpes isoladas, além de gerar subsídios para estudos epidemiológicos.
METODOLOGIA:
Foram analisadas 44 amostras fecais coletadas de gado leiteiro da região de Curitiba, PR. As amostras foram cultivadas em ágar MacConkey, e a extração de DNA foi realizada pelo método da fervura. A PCR para identificar as amostras que continham STEC foi realizada com os iniciadores stxF 5’ATACAGAG(A/G)G(A/G)ATTTCGT3’ e stxR 5’ C(C/A)TGATGATG(G/A)CAATTCAG 3’, que amplificam um fragmento de 217 pb dos genes stx. Uma colônia de STEC de cada amostra foi analisada através de PCR-Multiplex utilizando os iniciadores (5’→3’) saa F CGTGATGAACAGGCTATTGC e saa R ATGGACATGCCTGTGGCAAC; stx1F ATAAATCGCCATTCGTTGACTAC e stx1R AGAACGCCCACTGAGATCATC; stx2F GGCACTGTCTGAAACTGCTCC e stx2R TCGCCAGTTATCTGACATTCTG; eaeAF GACCCGGCACAAGCATAAGC e eaeAR CCACCTGCAGCAACAAGAGG; hlyAF GCATCATCAAGCGTACGTTCC e hlyAR AATGAGCCAAGCTGGTTAAGCT, que amplificam fragmentos de 119, 180, 225, 384 e 534pb dos genes saa stx1, stx2, eaeA e hlyA, respectivamente. A PCR foi realizada em volume final de 25 µL, contendo 2 µL dos extratos de DNA, 1U de Taq DNA polimerase, tampão de Taq 1X, MgCl2 1,5 mM, dNTP 200 µM e 300 nM de cada um dos iniciadores. Foi utilizado 1 ciclo de 94°C por 5 min; 35 ciclos de 94°C por 1 min, 64°C por 30 seg e 72°C por 1 min; 1 ciclo 72°C por 5 min. A detecção dos produtos de PCR foi realizada por eletroforese em gel de agarose a 2% corado com brometo de etídeo.
RESULTADOS:
Das 44 amostras analisadas 10 apresentaram bandas de amplificação de 217 pb do gene stx, sugerindo a presença de STEC. A presença dos genes de virulência foi verificada em uma colônia stx positiva de cada amostra. Os seguintes genótipos foram detectados: saa, stx1, stx2 e hlyA em duas estirpes; stx2 em duas estirpes; saa, stx2 e hlyA em 6 estirpes. O gene stx2 está presente em todas as estirpes, sendo que em duas delas em associação com stx1. A presença de hlyA e saa foi detectada em 8 das 10 estirpes. O gene eaeA não foi detectado em nenhuma das estirpes.
CONCLUSÕES:
A presença de STEC foi observada em 23% da amostra analisada. A presença do gene stx2 foi detectada em todas as estirpes de STEC, sendo que em 8 delas em associação com o gene hlyA. Os resultados sugerem que essas estirpes de STEC oferecem risco à saúde humana.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  : Escherichia coli Shiga Toxigêni; Stx; STEC.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005