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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
PROJETO MÃO NA MASSA EM MINAS GERAIS
Evandro Ferreira Passos 1 (epassos@ufv.br), Neli Gonçalves de Souza 2 e Juliana Rodrigues Franco 1
(1. Departamento de Física, Universidade Federal de Viçosa - UFV.; 2. Superintendência Regional de Ensino de Ponte Nova, Secretaria de Estado da Educação SEE-MG)
INTRODUÇÃO:
Os resultados das avaliações educacionais (SAEB) mostram que cerca de 60% das crianças brasileiras com 10 anos de idade não adquiriram ainda as competências básicas do letramento. Nas primeiras séries do ensino fundamental a atenção concentra-se nos problemas da alfabetização e da matemática elementar e, geralmente, os professores destas séries não sentem segurança para tratar de assuntos de ciências. O desenvolvimento da expressão oral e escrita tendo como ferramenta o ensino de Ciências, idéia central do projeto Mão na Massa, vem ao encontro à necessidade de melhor instrumentalizar os professores para construir as competências do letramento a partir de atividades concretas. O Projeto Mão na Massa objetiva assim capacitar os professores das séries iniciais do Ensino Fundamental para alfabetização de seus alunos através do ensino de ciências. Através de experiências simples, desenvolvem-se os atos de observação, discussão, avaliação e registro, elementos necessários à aquisição de conhecimento científico. Este trabalho relata os resultados de 30 oficinas oferecidas para um total de 1800 professores, provenientes de cerca de 200 escolas de 120 municípios do Estado de Minas Gerais.
METODOLOGIA:
Com a cooperação das Secretarias Municipais de Educação e Superintendências Regionais de Ensino e o apoio da Fundação Vitae, foram realizadas 30 oficinas de lançamento do projeto nas cidades de Viçosa, Ponte Nova, Alvinópolis, Ubá, Muriaé, Piranga, Rio Casca, Caratinga, Ipatinga e Governador Valadares no ano de 2004. As SME´s ou SRE´s convidavam ou convocavam os professores das séries iniciais, bem como supervisores, tanto da rede estadual como das redes municipais, para participarem da oficina. A oficina tinha duração de 8h e contava com cerca de 50 participantes divididos em grupos de quatro ou cinco pessoas, seguindo sempre um mesmo roteiro com 6 atividades ( 1- Flutua ou afunda? , 2-Testando a influência do volume dos objetos através da forma, 3 -Testando a influência da massa dos objetos, 4- Testando a influência da quantidade de água na flutuabilidade dos objetos, 5 - Testando a influência da densidade do meio na flutuabilidade dos objetos, 6 – A força empuxo) além de uma atividade suplementar (Construindo um Submarino). Ao final de cada oficina cada participante preenchia um questionário de avaliação da oficina. Era esperado que cada professor desenvolvesse as atividades propostas em sala de aula. Para avaliar a aplicação do Projeto nas Escolas foi distribuído um outro questionário de avaliação do Projeto.
RESULTADOS:
A grande maioria dos professores que realizaram a oficina mostrou-se interessada pelo projeto, participando ativamente das atividades propostas. De acordo com os questionários aplicados ao final da oficina, a grande maioria sentia-se motivada e instrumentalizada para realizar, em sala de aula, as atividades propostas. Os depoimentos dos participantes e dos dirigentes educacionais foram sempre muito positivos e gratificantes para nossa equipe. Alguns meses depois da oficina, um segundo questionário foi enviado para as S.R.Es e S.M.Es, com a solicitação de que fosse submetido aos participantes das oficinas e enviado de volta para Viçosa. Dos 133 questionários que retornaram, representando cerca de 7% do total de participantes, 66% realizou alguma atividade em sala e 60 % realizou mais de uma das atividades propostas.
CONCLUSÕES:
Pela análise dos Questionários de Avaliação das Oficinas concluímos que as oficinas de lançamento do Projeto Mão na Massa foram consideradas interessantes pela maioria dos participantes sendo que não exigiram muitos conhecimentos prévios, fazendo com que se sentissem seguros para tentar realizá-las. Além disso o material utilizado nas oficinas foi considerado de fácil acesso e manuseio. Tivemos dificuldades no retorno do Questionário pós-oficina. Pela análise dos que recebemos podemos concluir que maioria dos professores participantes mostrou-se interessada pelo projeto realizando com os seus alunos pelo menos uma ou duas das atividades propostas e concordando que o Mão na Massa pode ajudá-los na alfabetização e letramento. A metodologia de trabalho familiarizou os professores e alunos com a prática experimental, com a elaboração de hipóteses, verificação das mesmas e o registro das discussões e conclusões. Os depoimentos evidenciaram que o projeto provocou nos alunos maior participação e entusiasmo nas aulas de ciências.
Instituição de fomento: Fundação Vitae
Palavras-chave:  Letramento; Ensino de Ciências; Mão na Massa.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005