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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial | ||
DESVELANDO OS PROCESSOS DE INCLUSÃO NO COTIDIANO ESCOLAR | ||
Karolini Galimberti Pattuzzo 1 (karolinipattuzzo@hotmail.com), Ariadna Pereira Siqueira 1, Vasti Gonçalves de Paula Correia 1, Sonia Aparecida Alvarenga Vieira 1 e Denise Meyrelles de Jesus 1 | ||
(1. CFEOE/CENTRO DE EDUCAÇÃO/UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - UFES) | ||
INTRODUÇÃO:
O nosso estudo tem por objetivo contribuir com os profissionais de uma escola da rede regular de ensino do município de Vitória/ES a refletir criticamente sua prática de forma a efetivar o processo de inclusão de alunos com deficiência na sala regular. Assim realizamos duas análises de caso envolvendo dois alunos com deficiência que estavam inseridos na sala de aula, contudo estes não se encontravam incluídos neste contexto. Desta forma, trabalhamos de forma colaborativa, envolvendo as professoras juntamente com as pedagogas, estagiárias e coordenadoras de Laboratório Pedagógico. Compreendemos que para se efetivar a inclusão é preciso uma mudança educacional voltada para atender a diversidade encontrada no contexto escolar, buscamos envolver os professores de forma a participarem de uma formação continuada para que assim, tenham a oportunidade de refletir sobre sua prática, respeitando o aluno com deficiência de forma a assumi-los como sendo seus alunos, reconhecendo sua responsabilidade enquanto seus professores. Sendo assim, buscamos desenvolver análises de caso de forma colaborativa com o intuito de trabalhar a autonomia dessa instituição para que desta forma eles consigam aprender e refletir a partir de suas vivências do cotidiano. |
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METODOLOGIA:
Os sujeitos do estudo foram Martin e Lucas, alunos da 4 e da 6 série, respectivamente, que no início do nosso estudo se encontravam inseridos na sala de aula regular, porém estes não eram tidos como alunos regulares por parte de seus professores, que “inconscientemente” os ignoravam. Martin é uma criança de 11 anos que tem Síndrome de Dubowitz que consiste em um retardo do crescimento, inteligência próxima dos limites normais, diminuição do prazo de atenção, tendência a hiperatividade e atraso do desenvolvimento da linguagem; Lucas tem 12 anos e apresenta um quadro de atraso no desenvolvimento global com hiperatividade, além do comprometimento motor e dificuldade de se expressar oralmente. Primeiramente, realizamos observações no cotidiano escolar desses alunos de forma a compreender e analisar sua interação na escola, por dois dias semanais no período de dois meses. Após essa etapa, buscamos envolver os profissionais que trabalham direta e indiretamente com eles para que pudessem repensar os seus papéis enquanto professores, pedagogos e coordenadores que tentam efetivar a inclusão desses alunos, ampliando a reflexão sobre a práxis inclusiva para além desses dois discentes. As estratégias utilizadas foram construções de planejamentos semanais em conjunto com as professoras, estagiárias e pedagogas, estudos sobre o processo de inclusão e recursos disponíveis, acompanhamento em sala de aula e atividades extra-classe. |
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RESULTADOS:
Concretizamos parcerias com alguns professores, estagiárias e pedagogas para a efetivação do processo de inclusão, onde realizamos projetos educativos envolvendo os interesses demonstrados pelos alunos, tentando realizar trabalhos em multiníveis e em pares de forma colaborativa na sala de aula. Buscamos também possibilitar um novo papel para as famílias desses alunos de modo a serem participativos no processo educacional de seus filhos, além de transmitirmos “segurança” no que diz respeito ao processo de inclusão, demonstrando que estes não se encontram sozinhos nesta caminhada. Além disso, encorajamos um trabalho conjunto envolvendo a sala de aula e o Laboratório Pedagógico que atende a esta instituição, visando uma parceria entre os profissionais e apresentam estratégias concretas para os professores regulares de sala de aula. Desta maneira, compreendemos a formação continuada como significativa e relevante para que ocorra mudança nas práticas pedagógicas, assim sendo, foi programada para a escola a participação no projeto de pesquisa “Construindo uma Prática Pedagógica Diferenciada pela Via da Formação Continuada”, que tem por objetivo promover reflexões sobre a prática inclusiva. |
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CONCLUSÕES:
Tendo em vista os resultados apresentados obtivemos avanços no cotidiano desta instituição escolar, referentes a inclusão dos alunos que apresentam necessidades educativas especiais (NEE), de forma a verificar uma credibilidade maior tanto das professoras regulares quanto dos colegas de classe, reconhecendo os “novos” colegas e alunos que tentam mostrar seus avanços e conquistas do processo ensino-aprendizagem. Com isso, eles deixaram de ser vistos a partir de seus diagnósticos e síndromes, passando a serem percebidos a partir de seus potenciais e de seus desenvolvimentos alcançados. Ao objetivarmos o processo de inclusão desses alunos percebemos a necessidade de focarmos a atenção no processo de formação continuada, de forma a possibilitar uma construção de currículo que atenda a todas as diversidades apresentadas no contexto educacional. Assim sendo, os profissionais perceberam que os alunos diferentes podem desenvolver as mesmas atividades realizando trabalhos diferentes, enfocando o ensino cooperativo na classe. Isto foi possível com a realização de atividades em multiníveis que envolveu a participação de Martin e Lucas no desenvolvimento em sala de aula, além do início de projetos educativos que tem a mesma intenção no cotidiano escolar. |
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Instituição de fomento: CNPq | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Inclusão; Práticas pedagógicas; Cotidiano. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |