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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública | ||
AVALIAÇÃO DE DOSES NOS ÓRGÃOS DE PACIENTES SUBMETIDOS A EXAMES DE RADIOLOGIA CONVENCIONAL NO RIO DE JANEIRO | ||
Arnaldo Levy Lassance Cunha 1, 2, 3 (alassance@saude.rj.gov.br), Ana Cecilia Pedrosa de Azevedo 1, 2, Adelaja Otolorin Osibote 1 e Marcia Cristina Bastos Boechat 4 | ||
(1. Centro de Estudos da Saude do Trabalhador e Ecologia Humana - CESTEH-ENSP-FIOCRUZ; 2. Centro de Vigilância Sanitária - CVS-SES-RJ; 3. Laboratório de Ciências Radiológicas - LCR-UERJ; 4. Instituto Fernandes Figueira - IFF-FIOCRUZ) | ||
INTRODUÇÃO:
Em 1998, foi publicada no Brasil a Portaria 453/98 da SVS-MS. Esta portaria regulamenta o uso das radiações ionizantes nos serviços radiológicos de saúde. Dentre as exigências desta portaria está a obrigatoriedade da implantação de Programas de Controle e Garantia de Qualidade e a avaliação periódica das doses fornecidas aos pacientes para os exames radiológicos mais comuns. Grandes variações nas doses (até 100 vezes) têm sido encontradas na literatura, revelando a falta de padronização das técnicas radiográficas aliada ao desempenho precário dos equipamentos de raios X. No entanto, se esses parâmetros forem otimizados, uma redução significativa da dose coletiva poderá ser atingida. As razões para as variações das doses são complexas e de difícil identificação, sendo em geral associadas à baixa quilovoltagem, alta miliamperagem e filtração deficiente. O desenvolvimento de métodos práticos para avaliar doses em pacientes é uma necessidade atual dos serviços de radiodiagnóstico. O uso de programas computacionais é um recurso moderno e confiável em dosimetria e tem sido amplamente usado em hospitais nos países desenvolvidos. O software DoseCal, empregado nesse trabalho, utiliza os parâmetros técnicos dos aparelhos de raios X, incluindo seu rendimento, e os dados antropométricos dos pacientes para o cálculo das doses. |
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METODOLOGIA:
O objetivo deste trabalho é avaliar a Dose nos Órgãos (DO) Gy de pacientes adultos durante a realização de procedimentos radiológicos. Este projeto foi desenvolvido no Hospital Geral de Bonsucesso, um hospital público de grande porte da cidade do Rio de Janeiro. A avaliação envolveu um total de 489 exames em 386 pacientes nas projeções AP, PA e LAT. Os exames incluídos no estudo foram: abdômen, tórax, pelve, coluna cervical, crânio e coluna lombar. Para cada paciente foram registrados os principais dados antropométricos: idade, sexo e peso. Os parâmetros de exposição kV, mAs distância foco-pele e filtração também foram anotados. Apenas filmes considerados aceitáveis para o diagnóstico foram incluídos no trabalho. Os valores de DO foram calculados utilizando o software DoseCal (Radiological Protection Center, Saint George’s’ Hospital, Londres) Este software permite o cálculo das doses a partir dos parâmetros de exposição e dos dados dos pacientes. O DoseCal fornece as doses para 29 órgãos do corpo humano. Neste trabalho são identificados os órgãos que apresentaram as doses mais altas. |
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RESULTADOS:
Os resultados aqui apresentados fazem parte de um projeto amplo de avaliação de doses de radiação em pacientes em hospitais no estado do Rio de Janeiro. Em trabalhos anteriores foi calculada a Dose de Entrada na Pele (DEP) para pacientes nesse mesmo hospital. Os resultados da DEP foram inseridos no software DoseCal para serem então calculadas as Doses nos Órgãos (DO). A DO é a dose de radiação que atinge os órgãos do corpo humano durante a realização de um exame radiográfico. Os valores mais elevados de DO (Gy) foram encontrados nos seguintes órgãos: pâncreas (1117 Gy), resultante de radiografia de coluna lombar na projeção LAT; testículos resultante de exame de pelve AP (1102 Gy) , estômago 783 Gy de exame de coluna lombar em AP e na bexiga 678 Gy resultante de radiografia de coluna lombar AP. Pôde ser observado que os exames que forneceram as maiores doses foram os de coluna lombar nas projeções LAT e AP resultantes de radiografias de pelve e abdômen. |
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CONCLUSÕES:
Os resultados aqui apresentados fazem parte de um projeto amplo de avaliação de doses de radiação em pacientes em hospitais no estado do Rio de Janeiro. Em trabalhos anteriores foi calculada a Dose de Entrada na Pele (DEP) para pacientes nesse mesmo hospital. Os resultados da DEP foram inseridos no software DoseCal para serem então calculadas as Doses nos Órgãos (DO). A DO é a dose de radiação que atinge os órgãos do corpo humano durante a realização de um exame radiográfico. Os valores mais elevados de DO (microGy) foram encontrados nos seguintes órgãos: pâncreas (1117 microGy), resultante de radiografia de coluna lombar na projeção LAT; testículos resultante de exame de pelve AP (1102 microGy) , estômago 783 microGy de exame de coluna lombar em AP e na bexiga 678 microGy resultante de radiografia de coluna lombar AP. Pôde ser observado que os exames que forneceram as maiores doses foram os de coluna lombar nas projeções LAT e AP resultantes de radiografias de pelve e abdômen. |
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Instituição de fomento: FIOCRUZ, SES-RJ e TWOWS | ||
Palavras-chave: doses nos órgãos; programa de controle de qualidade; radiologia convencional. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |