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B. Engenharias - 1. Engenharia - 12. Engenharia Química | ||
RECUPERAÇÃO DE ÓLEOS USADOS EMPREGANDO ADSORVENTES CLÁSSICOS E PRODUTOS REGIONAIS | ||
Lyzette Gonçalves Moraes de Moura 1 (blazeofglorybj@hotmail.com), José lima Assunção Filho 2 e Antonio Carlos da Silva Ramos 3 | ||
(1. Graduanda do Departamento de Tecnologia Química - UFMA; 2. Pós-Graduando do Programa de Pós-Graduação em Química Analítica - UFMA; 3. Prof. Dr. do Departamento de Tecnologia Química - UFMA) | ||
INTRODUÇÃO:
Óleos lubrificantes são derivados do petróleo constituídos basicamente de hidrocarbonetos saturados de cadeias longas, podendo conter compostos aromáticos, dependendo da composição do petróleo bruto do qual se originou. Os óleos comerciais são obtidos pela mistura adequada dos óleos básicos até às viscosidades desejadas, quando são acrescentados os aditivos responsáveis pelas suas particularidades. Durante o uso, estão mais suscetíveis à degradação termo-oxidativa, que gera partículas e substâncias como hidrocarbonetos poliaromáticos (HPA’s), que são potencialmente carcinogênicos. A recuperação de óleos usados visa à obtenção de um produto apto a voltar à cadeia produtiva, proporcionando empregos, economia e preservação ambiental. Em trabalhos anteriores buscou-se a avaliação de um procedimento global para a recuperação de óleos usados cuja etapa de adsorção sobre sólidos foi empregada na remoção dos HPA’s. Neste trabalho foram testados novos adsorventes, incluindo rejeitos sólidos obtidos no estado do Maranhão, tais como, a palha de arroz e o epicarpo de babaçu. Uma caracterização do óleo recuperado foi realizada indicando a possibilidade de uso como lubrificante, mas, para algumas amostras, foi necessário um procedimento complementar para redução da acidez. |
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METODOLOGIA:
O processo de recuperação de óleos lubrificantes usados avaliado neste trabalho baseia-se nas etapas de extração líquido-líquido, adsorção sobre sólidos e evaporação do solvente. O óleo usado foi inicialmente misturado a cada um dos solventes (etanol, 1-butanol, 2-propanol, terc-butanol), respectivamente, obtendo-se um sistema bifásico, sendo que na fase refinado (borra) concentram-se materiais particulados, aditivos e uma pequena quantidade de solvente, enquanto o óleo é recuperado no extrato (fase solvente). A fase extrato das misturas iniciais foram colocadas em contato com os adsorventes carvão ativado, quitosana, sílica-gel, palha de arroz, sílica modificada com NH2, fuligem da síntese do acetileno e epicarpo de babaçu, respectivamente, à temperatura ambiente. A concentração dos HPA’s foi monitorada através de espectrofotometria de absorção molecular em 350 nm. |
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RESULTADOS:
A maior eficiência em remover HPA’s foi verificada para o carvão ativado, quanto à massa, e para a quitosana, em relação à área superficial. A sílica-gel também mostrou bons resultados. A palha de arroz exibiu uma dessorção com o tempo e os demais adsorventes não apresentaram efeito adsortivo aparente. O melhor desempenho do carvão ativado deve-se, provavelmente, à semelhança destas substâncias, concordando com Ramos et al. 2001 na extração de frações poliaromáticas do petróleo. Foi observada uma boa linearidade entre absorbância e concentração dos HPA’s, enquanto que a sua natureza polidispersa foi confirmada pela ausência de picos de absorção no espectro de varredura UV-visível. Na extração por solvente, as melhores condições foram verificadas com o 1-butanol, que forneceu a maior recuperação de óleo, seguido imediatamente do terc-butanol, e, depois, do 2-propanol e do etanol, mostrando uma tendência a melhores resultados com o aumento da massa molar do álcool utilizado. |
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CONCLUSÕES:
A metodologia de quantificação de HPA’s utilizada apresentou bons resultados, possibilitando o monitoramento das concentrações das soluções nos vários solventes através da curva de calibração obtida a partir do tolueno. Isso permitiu verificar que o 1-butanol foi o melhor solvente na recuperação do óleo básico, dentre os avaliados, enquanto que na etapa de adsorção sobre sólidos, o carvão ativado mostrou ser o melhor adsorvente de HPA’s. Assim, o processo baseado em extração por solvente e adsorção sobre sólidos mostrou-se viável para o restabelecimento das propriedades do óleo básico a partir de óleos lubrificantes usados, permitindo a obtenção de um produto novamente adequado ao emprego como lubrificante. |
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Instituição de fomento: CNPq | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Óleos lubrificantes; Adsorção; HPA's. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |