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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva | ||
ANÁLISE DOS CUSTOS HOSPITALARES COM A VIOLÊNCIA NO ESTADO DE ALAGOAS DE 1998 A 2002. | ||
Diogo Ulisses Houly Almeida de Oliveira 1 (diogoulisses@yahoo.com.br), André Falcão Pedrosa Costa 1, José Anselmo Nunes Brasil 1, Jairo Calado Cavalcante 1 e Iulo de Araújo Lima Lôbo 1 | ||
(1. Fundação Universitária de Ciências da Saúde de Alagoas Governador Lamenha Filho - UNCISAL) | ||
INTRODUÇÃO:
No Brasil vem ocorrendo importante crescimento da violência, cujas manifestações afetam todos os setores da sociedade.Tal crescimento gerou a discussão de que se trataria de uma nova epidemia social e de um dos mais graves problemas de saúde pública a ser enfrentado.Essa argumentação se fundamenta no número total de óbitos, na intensidade e na variedade das formas de violência,e na penetração que esse fenômeno passou a ter nos cenários da vida individual e coletiva,significando a deterioração da qualidade de vida e nas condições de saúde da população.Os acidentes e violências são responsáveis por uma perda social e econômica,caracterizada por enorme quantidade de seqüelas, gastos hospitalares e previdenciários e desintegração familiar provocada pela morte de vítimas,na sua maioria em idade produtiva.O impacto destas causas na morbidade da população demonstra que, por sua magnitude e transcendência social,este é um problema de saúde pública que precisa ser enfrentado através de políticas intersetoriais que contribuam para a adoção de comportamentos preventivos.O Ministério da Saúde criou um Comitê Técnico com a finalidade de diagnosticar e de propor ações específicas para o setor(Minayo,2002).O presente trabalho tem como objetivo a análise dos custos diretos do Sistema Único de Saúde com internações hospitalares por causas externas em Alagoas,no período de 1998 a 2002,pesquisando os valores pagos de acordo com os municípios alagoanos,destacando o sexo e faixa etária. |
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METODOLOGIA:
Será utilizado o Banco de Dados do Sistema de Informações Hospitalares do DATASUS,construído a partir das informações contidas nas Autorizações de Internação Hospitalar (AIH),onde se comporá à busca através do CID-10 (grupo XX), que corresponde às causas externas. No banco de dados do DATASUS,buscar-se-á os dados referentes a Custos Hospitalares decorrentes de internações hospitalares por causas externas, correspondentes aos anos de 1998 a 2002,no Estado de Alagoas.Além disso,no mesmo sistema de busca será levado em consideração as variáveis como os diversos municípios do Estado, o sexo(masculino e feminino) e faixa etária em anos de acordo com a padronização do sistema: menor que 1 ano,intervalos de quatro anos entre as idades de 1 a 19 anos, intervalos de nove anos entre 20 a 79 anos e mais que 80 anos. |
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RESULTADOS:
Em Alagoas,de 1998 a 2002,os custos hospitalares com internações por causas externas, apresentou um aumento gradativo com o decorrer dos anos.Em 1998 os custos hospitalares foram de aproximadamente 2 milhões de reais.Já em 2002 os gastos foram de cerca de cinco milhões de reais.Isto corresponde a um aumento de 152% dos custos em cinco anos.Dos 102 municípios apenas 9 declararam os custos hospitalares por causas externas.Houve uma pequena redução dos custos hospitalares nos municípios de Coruripe,Penedo e São Miguel dos Campos.Em 6 municípios, verificou-se uma elevação nas cidades de Maceió com um aumento de 2,5 milhões de reais,Arapiraca com cerca de 400 mil reais e União dos Palmares com um aumento de 80 mil reais.A despesa total com o sexo masculino foi de 13 milhões de reais,enquanto com o sexo feminino foi de 5 milhões e meio de reais.Na população masculina houve crescimento 163% com relação aos custos hospitalares,isto corresponde a um aumento de aproximadamente dois milhões e duzentos mil reais.As despesas também estão aumentando consideravelmente entre o sexo feminino,correspondendo a 127%,aproximadamente 1 milhão de reais.A faixa etária com maior despesa é entre 20 a 29 anos,onde em 2002 houve uma elevação de 164% dos custos, equivalendo a 500 mil reais.A segunda maior faixa etária está entre 30 a 39 anos, com um aumento de 500 mil reais.Até os 9 anos de idade observou-se importante crescimento com estes custos , cerca de 121%. |
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CONCLUSÕES:
Em Alagoas,nos 5 anos pesquisados,os custos hospitalares por causas externas representou impacto social e econômico,com elevação nas despesas e déficit social por causa da grande quantidade de pessoas incapacitadas ou pela morte precoce.A concentração dos acidentes e violências é visivelmente mais clara nas áreas urbanas.Cidades menores como Penedo,São Miguel dos Campos e Coruripe ocorreu redução.Nas cidades maiores como Maceió e Arapiraca os custos aumentaram,onde Maceió apresentou crescimento de 167%.Os indivíduos do sexo masculino,de 20 a 29 anos, e 30 a 39 anos, foram os que apresentaram maiores custos hospitalares por causas externas,significando perdas na população economicamente ativa, trazendo implicações para o estado funcional do indivíduo,englobando as funções física, psíquica e social.Em relação ao sexo feminino, também se evidencia um crescimento nas despesas hospitalares por causas externas, porém este crescimento é menor quando comparado ao sexo masculino.Alagoas é um estado que apresenta altos índices de violência infantil através de agressões corporais,abusos sexuais,intoxicações,entre outros,o que ficou evidente pela elevação nos custos hospitalares por causas externas até a faixa etária de 9 anos.Isto indica a vitimização cada vez mais precoce dos cidadãos alagoanos.As causas externas configuram um grave problema social e de saúde,que exige uma melhor compreensão e esforços coordenados de setores governamentais,segmentos sociais e da população em geral. |
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Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas-FAPEAL | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Violência; Custos hospitalares; Causas externas. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |