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G. Ciências Humanas - 5. História - 4. História e Filosofia da Ciência | ||
UM MUNDO MENSURÁVEL: O PENSAMENTO QUANTITATIVO PORTUGUÊS NO SÉCULO XVI. | ||
Camila Fernanda de Souza 1 (camilaf.desouza@uol.com.br) | ||
(1. Depto. de História, Universidade Estadual Paulista - UNESP, Franca/SP) | ||
INTRODUÇÃO:
A quantificação, antes de ser elemento modificador dos modos de pensar de fins da Idade Média, é um indicador de alteração de certas formas de comportamento inseridas no âmbito das navegações portuguesas. O modo como o homem se vê e se coloca em relação ao mundo passa pelo processo de quantificação, que pode ser observado não somente em relação aos números e mensuração do espaço, mas também na forma precisa como os navegadores passarão a descrever a realidade observada, realidade que eles próprios reconhecem não estar descrevendo com a exatidão do observado. Este trabalho visa compreender, dentro daquilo que Duarte Pacheco Pereira, o autor da fonte analisada, O Esmeraldo de Situ Orbis, nos legou, seu posicionamento frente às questões que envolvem todo um processo de quantificação, desde as questões práticas e imediatas por ele consideradas como o necessário para o desenvolvimento de seu ofício, até seu posicionamento pouco entusiasmado frente a uma maior teorização da realidade. |
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METODOLOGIA:
A obra O Esmeraldo de Situ Orbis foi escolhida como a fonte a ser prioritariamente interrogada em busca de se entender como nesse período das grandes descobertas se torna possível pensar o mundo observável quantitativamente. Nesse relato de viagens, podemos perceber algumas das preocupações de um homem prático acostumado às exigências imediatas da marinharia, mas que, no entanto, obteve sua formação intelectual nos círculos da Corte. Para Vitorino Magalhães Godinho é a experiência mercantil que promove o alargamento de horizontes, que transforma as maneiras de pensar, pois o homem é levado a realizar cálculos, a aprimorar o sistema financeiro, a medir o tempo e o espaço em função do lucro. A perspectiva de Luís Felipe Barreto acerca desse processo é menos economicista e busca contemplar a maneira como os agentes históricos se colocaram em relação ao mundo fenomenal, é sob esta perspectiva que se desenvolve este trabalho. |
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RESULTADOS:
À medida em que o homem rompe com o modelo aristotélico, o mundo torna-se para ele mais amplo e passível de ser excursionado, desprendem-se algumas das amarras que limitavam os pobres habitantes do mundo sublunar, ou seja, podem-se empreender as grandes navegações. |
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CONCLUSÕES:
Não foi somente um novo modo de pensar, o quantitativo, que permitiu o acontecimento das Viagens de Descobrimento, nem tampouco foram as navegações que promoveram as formas de representação quantitativas, mas um dos pontos que ocasionou tal virada de pensamento, do qualitativo para o quantitativo, foi o desgaste de antigos modelos e as necessidades impostas pelos novos tempos, entre elas a própria Empresa dos Descobrimentos. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Descobrimentos portugueses; Quantificação; Duarte Pacheco Pereira. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |