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C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 2. Ecologia Aquática | ||
COMPOSIÇÃO, RIQUEZA E DIVERSIDADE DA COMUNIDADE DE PEIXES EM IGARAPÉS DA RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTETÁVEL DO TUPÉ -MANAUS, AMAZONAS- | ||
Sandra Beltran-Pedreros 1 (beltranpedreros@hotmail.com), Rosseval Galdino Leite 2, Assad José Darwich 3, Luciene de Paula Ferreira 4 e Alex Lee Araruna Mesquita 4 | ||
(1. Profa. MSc. Laboratório de Ecologia de Peixes II - Coordenação de Biologia Aquática -INPA; 2. Prof. Dr. Laboratório de Ecologia de Peixes II - Coordenação de Biologia Aquática -INPA; 3. Prof. Dr. Laboratório de Limnologia - Coordenação de Biologia Aquática -INPA; 4. Faculdade de Ciências Biológicas -CEULM-ULBRA) | ||
INTRODUÇÃO:
A região amazônica possui a maior bacia hidrográfica do mundo composta por corpos de água de origens e características diversas, contribuindo assim para a grande diversidade íctica nela existente. O conhecimento da diversidade de peixes na região tem sido aprimorado nos últimos anos com o aumento do esforço de pesca. A inclusão de dados obtidos em ambientes de igarapés, além daqueles efetuados ao longo do tempo em rios e lagos da região amazônica tem contribuído decisivamente para o melhor conhecimento acerca dessa diversidade e dos fatores inerentes a ela. As causas dos padrões de diversidade, considerando processos ecológicos e evolutivos, eventos históricos e as circunstâncias geográficas, são de grande importância na tentativa de entender e conhecer os fatores controladores da estrutura de comunidades de peixes. Teorias postulam que as mudanças temporais na estrutura de comunidades aquáticas são mais influenciadas pelas condições abióticas, enquanto as diferenças espaciais, podem estar mais ligadas às interações biológicas que ocorrem entre os membros de uma comunidade. Estas mudanças podem afetar a diversidade local e regional. Por isso, no presente estudo objetivou-se estudar a diversidade de peixes em três igarapés de uma reserva de desenvolvimento sustentável próxima à cidade de Manaus-AM e tentar explicar as possíveis influências bióticas e abióticas sobre a mesma. |
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METODOLOGIA:
Foram estudados três igarapés de terra-firme na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé de agosto de 2003 a janeiro de 2005 em coletas bimensais. Os igarapés foram divididos em três zonas ecológicas (foz, médio e alto) de 20 a 30m de comprimento cada. Em cada zona ecológica foram distribuídas dez armadilhas iscadas, totalizando 30 armadilhas expostas durante 24 horas em 7 micro-habitats (fundo arenoso, barrancos marginais, serrapilheira submersa, vegetação aquática, vegetação marginal, pedral e paulama), com despescas efetuadas aproximadamente a cada 4 horas, por igarapé. Os peixes foram separados por zona no campo e, em laboratório, foram identificados, medidos, pesados e sexados. Calculou-se a diversidade de Shannon (H’), a riqueza e índice de ocorrência (C) e dominância (D), considerando espécie constante para C≥50%, espécie acessória para 25% |
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RESULTADOS:
Foram identificadas 37 espécies de 17 famílias com destaque para Characidae (11 espécies). No igarapé da Cachoeira, a riqueza foi de cinco espécies pertencentes a quatro famílias, sendo Erythrinidae a mais representativa. No igarapé Central, a riqueza foi de 30 espécies pertencentes a 16 famílias. No igarapé Terra Preta, a riqueza foi de 11 espécies representando 6 famílias. Nesses igarapés, a família Characidae foi a melhor representada com 9 e 4 espécies respectivamente. A diversidade total foi de 0,79, com diferença significativa entre os igarapés Cachoeira 0,31; Central 0,52 e Terra Preta 0,86. As espécies de ocorrência constante somaram 21,6%, as espécies acessórias representaram 13,5% e as espécies acidentais totalizaram 64,9%. Uma espécie, Hemigrammus stictus, não se enquadrou em nenhuma das categorias, podendo ser considerada apenas como espécie sazonal. As espécies classificadas como intermediárias foram: Pyrhulina brevis, Ancistrus aff. hoplogenys, Boulengerella lateristriga, Copella nattereri, Crenicinhla nothophthalmus, Crenuchus spilurus, Hemigrammus bellotii, Erythrinus erythrinus, Pyrrhulina brevis. |
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CONCLUSÕES:
Existe maior riqueza nos igarapés diretamente influenciados pelo pulso de inundação do rio Negro. Do total de espécies identificadas apenas 21,6% podem ser consideradas típicas de igarapés. No igarapé da Cachoeira Pyrhulina brevis foi a espécie dominante. Nos demais igarapés não foi destacada nenhuma espécie dominante e sim, foi observada alta diversidade. |
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Instituição de fomento: FAPEAM, CPBA-INPA | ||
Palavras-chave: Comunidade de peixes de igarapés; Diversidade de peixes de igarapés; Amazônia central. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |