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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental | ||
INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL DA TRILHA DO BURITIZAL NA FAZENDA ÁGUA LIMPA/UNB-DF | ||
Elisa Pereira Bruziguessi 1 (elisabruzi@pop.com.br) e Igor Alyson Alencar Oliveira 1 | ||
(1. Dept.de Engenharia florestal, Fac.de Tecnologia da Universidade de Brasília- UnB) | ||
INTRODUÇÃO:
O estudo foi realizado na Fazenda Água Limpa (FAL), que pertence a Universidade de Brasília, e está inserida na Área de Proteção Ambiental Gama e Cabeça de Veado que possui área total de 25.000 hectares. Dos 4.340 hectares da FAL, metade é destinada à preservação e outra metade utilizada para ensino, pesquisa e extensão. O grupo de ecoturismo científico Beija-FAL realiza atividades de educação ambiental por meio de visitas monitoradas a áreas naturais e atrativos utilitários (viveiro florestal, mirante de observação, horta medicinal). Esta vinculação propicia atividades que revelam a importância e as características do ambiente por meio de elementos originais e por experiência direta facilitando a sensibilização e o recebimento de novos conhecimentos relacionados a questões ambientais. O público alvo das atividades desenvolvidas pelo grupo são estudantes de ensino fundamental e médio e o objetivo principal é a sensibilização ambiental e divulgação do bioma Cerrado. O ecoturismo científico foi introduzido na FAL, como opção economicamente rentável e ambientalmente correta. Porém em muitos casos a falta de planejamento e conhecimento sobre os atrativos pode gerar uma sobrecarga do local causando graves interferências ao ambiente, inviabilizando a atividade. Por fim, pretende-se diagnosticar ambientalmente a Trilha do Buritizal para identificar, definir, e aprofundar os conhecimentos relativos aos atrativos, a fim de melhorar a qualidade dos serviços oferecidos. |
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METODOLOGIA:
Realizou-se revisão bibliográfica sobre diagnóstico de trilhas e atrativos encontrados. Foram feitas 10 saídas de campo com aproximadamente 4 horas de duração cada. Foram inventariadas todas as espécie arbóreas com diâmetro à altura do peito (DAP) maior que 5 cm que se encontram até dois metro de distância paralelamente as margem da trilha e com DAP superior à 10 cm quando distante até 4 metros. Selecionou-se as espécies que deviam receber placas de identificação contendo nome popular, científico e família de acordo com seu porte, freqüência, beleza, presença de estruturas morfológicas interessantes, potencial medicinal, alimentício e artesanal. Identificou-se as fitofisionomias possíveis de serem observadas durante a trilha. Foram levantados os animais que freqüentam a trilha através de observação direta e vestígios como pegadas, fezes e abrigos. Mediu-se as dimensões da trilha sendo que a largura média foi medida com o uso de uma fita métrica a cada 50 metros a partir do início da trilha e o comprimento foi medido coma utilização de um GPS GARMIN ETREX. Foram realizados levantamentos de pontos de impacto potencial e pontos com atrativos de acordo com o potencial didático para os visitantes. Fotos foram tiradas com objetivo de fabricar um folder para divulgação das atividades realizadas. |
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RESULTADOS:
Algumas das árvores selecionadas para receber placa de identificação foram: Copaifera langsdorffii; Solanum lycocarpum; Caryocar brasiliense; Pterodon emarginatus; Annona crassiflora; Stryphnodendron adstringens; Hymenaea stigonocarpa; Vellozia squamata; Cecropia pachystachya; Mauritia flexuosa. As fitofisionomias avistadas foram: Cerrado sensu-stricto; Campo Cerrado; Campo Sujo; Campo limpo; Mata de Galeria e Buritizal (que dá o nome à trilha). Algumas das espécies da fauna levantada pelas observações foram: Cariana cristata; Ramphastos toco; Chrysocyon brachyurus; Cabassous unicinctus. A trilha possui comprimento de 838 m e largura média de 3,5 m. Os pontos de impacto potencial encontrados foram uma voçoroca que atinge profundidade máxima de 4,0 m; trilhas secundárias e eventuais lixos. Os pontos atrativos encontrados foram um local de visível transição entre latossolo e cambissolo; um pequeno desvio de água (para captação) que percorre um canal de 40cm de largura e 30m de comprimento que logo em frente encontra seu curso natural; um ponto de elevada altitude de onde pode-se observar as diversas fitofisionomias; a transição do ambiente de Campo Sujo para Mata de Galeria onde percebe-se a abrupta mudança de umidade. Foi produzido o folder com fotos dos atrativos onde o Grupo Beija-FAL realiza suas atividades incluindo a trilha do Buritizal |
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CONCLUSÕES:
A trilha do Buritizal possui algumas características consideradas vantajosas como variabilidade de espécies típicas do cerrado próximas à trilha, 5 tipos de fitofisionomias em um percurso curto, trilha bastante larga possibilitando levar uma turma de até 40 estudantes, sem gerar grandes impactos. A voçoroca apesar de ter sido considerada um ponto de impacto potencial pode ser utilizada didaticamente como um local onde é possível fazer a sensibilização sobre os atuais problemas ambientais abordando suas causas, conseqüências, prevenções e soluções. Sugere-se que lixeiras sejam implantadas para tentar solucionar a questão do lixo na local. A trilha possui grande potencial educacional, pois através de seus aspectos naturais didáticos possibilita a interpretação científica do ambiente, facilitação da aprendizagem e sensibilização por questões ambientais. O diagnóstico ambiental realizado na Fazenda Água Limpa é uma importante ferramenta para a capacitação dos monitores da trilha assim como para subsidiar informações para um futuro estudo de impacto referente às atividades desenvolvidas na trilha. Através da implementação e consolidação da trilha do Buritizal pretende-se melhorar a qualidade das atividades de educação ambiental desenvolvidas pelo grupo Beija-FAL. |
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Palavras-chave: Educação ambiental; Trilhas interpretativas; Pontos atrativos. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |