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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 2. Currículo
ACELERAÇÃO DA APRENDIZAGEM: O PROPOSTO E O VISÍVEL NA INTENÇÃO DE INCLUSÃO ESCOLAR
Maria Auxiliadora Soares Fortes 1 (dorafortes@uol.com.br)
(1. Prefeitura Municipal de Fortaleza)
INTRODUÇÃO:
Esse trabalho decorre da preocupação com resultados de pesquisas, os quais indicam que, ainda hoje, a educação de nível fundamental continua um grave problema do ensino público brasileiro a ser solucionado, realçado, dentre outros, pelos dados que denunciam um grande número de crianças e jovens, excluídos do sistema escolar ou retidos em função das sucessivas repetências. Nesse contexto, privilegiamos as classes de aceleração da aprendizagem, cuja meta refere-se a correção do fluxo escolar. Referida modalidade de ensino, legitimada pelos altos índices de evasão e repetência, bem como amparada na Lei 9.394/96, compôs o cenário educacional cearense, segundo a orientação governamental, de 1998 a 2002, com forte apelo de inovação pedagógica capaz de inserir os alunos defasados no ensino dito regular. Desse modo, o presente estudo tem como objetivo central explicitar o sentido e o alcance que a implantação das classes de aceleração da aprendizagem adquire quando focaliza a homogeneidade etária como elemento central para a efetivação de propostas educativas que preconizam o sucesso escolar e o desenvolvimento de uma escola sem exclusão.
METODOLOGIA:
A metodologia empregada engloba um estudo de caso com técnicas da história oral, tendo em vista o resgate da memória dos que participaram do trabalho com as classes de aceleração, delineado com base na pesquisa em jornal e bibliográfica, análise documental, conversas informais e entrevistas semi-estruturadas com técnicos, gestores, professores e alunos de uma escola da rede estadual e uma da rede municipal, em Fortaleza.
RESULTADOS:
Os resultados esclarecem que, apesar do universo escolar se apresentar como grupo social instituído por normas, regras e prescrições, também é uma construção coletiva, pois dele fazem parte sujeitos com experiências diversas, fruto da dinâmica presente na própria vida, bem como que decisões curriculares excludentes e discriminatórias em nada contribuem para a justiça social. Cabe realçar que, o período de vigência das classes de aceleração no cotidiano escolar reforçou tanto o discurso do senso comum que deslegitima a escola pública, como situações de constrangimento para alunos e professores.
CONCLUSÕES:
A implantação das classes de aceleração, na rede pública cearense, não resolveu o problema do fluxo escolar durante esses cinco anos, notadamente, porque os alunos não retornaram, em sua grande maioria, ao ensino regular, obrigando a escola a criar alternativas, para mantê-los na instituição escolar, porém, sob a mesma condição de excluído.
Instituição de fomento: CNPq
Palavras-chave:  Aceleração da Aprendizagem; Currículo; Escola Pública.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005