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H. Artes, Letras e Lingüística - 2. Letras - 3. Línguas Estrangeiras Modernas | ||
FAMILIARIDADE E INTELIGIBILIDADE DE PRONÚNCIA DE GRADUANDOS DE INGLÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA (ILE) | ||
Márcia de Albuquerque Pereira 1 (marseaa@hotmail.com) e Neide de F. C. da Cruz 1 | ||
(1. Departamento de Letras, Universidade Federal de Campina Grande - UFCG) | ||
INTRODUÇÃO:
Uma pronúncia ‘inteligível’, em oposição à pronúncia semelhante a do falante nativo - tradicionalmente reconhecida como a ‘correta’ - vem sendo considerada uma alternativa mais realista na aprendizagem de pronúncia de Inglês Língua Estrangeira (ILE). A necessidade de desenvolver esta pesquisa resulta da importância que tem sido dada à inteligibilidade de pronúncia, assim como da escassez de pesquisas em inteligibilidade envolvendo aprendizes brasileiros de inglês. Inteligibilidade é um fenômeno complexo de se medir, pois envolve uma série de variáveis que podem contribuir para facilitar ou impedir a inteligibilidade da fala de aprendizes de ILE. Uma dessas variáveis é a familiaridade do ouvinte com um sotaque estrangeiro em particular. Como nos mostra Smith & Bisazza (1982), ‘o inglês de alguém é mais compreensível para aqueles que já tiveram exposição ativa a ele’(p.269). Assim, diante da influência que a familiaridade pode representar na inteligibilidade de falantes de ILE, a nossa pesquisa tem como objetivo investigar se a familiaridade de ouvintes nativos do inglês com o ‘falar em inglês’ do brasileiro pode afetar a inteligibilidade da fala de graduandos de ILE do curso de letras da UFCG. |
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METODOLOGIA:
A coleta de dados envolveu dois grupos de informantes. O primeiro foi o de alunos de ILE do curso de letras da UFCG. Esses alunos foram solicitados a escolher dois tópicos relacionados à vida real sobre os quais realizaram monólogos de aproximadamente 20 minutos que foram gravados em minidisc. A fala dos alunos foi editada e dividida em 14 amostras contendo desvios de pronúncia que foram apresentadas ao segundo grupo. O segundo grupo de informantes compôs-se de 8 ouvintes nativos do inglês residentes na Paraíba. Esses nativos ouviram cada amostra uma vez e foram solicitados a: 1- escrever o que ouviram; e 2 - ao serem apresentados a transcrição ortográfica do trecho, identificar a(s) palavra(s) que houvessem achado difícil, muito difícil ou impossível de entender. Ao final dessas atividades, os ouvintes responderam a um questionário no qual estava incluída uma questão a respeito de seu contato prévio com falantes brasileiros de ILE. |
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RESULTADOS:
Com o propósito de investigar se a familiaridade dos ouvintes afetou a inteligibilidade das amostras, dividimos os ouvintes em dois grupos. O primeiro grupo é o de ouvintes com mais familiaridade com o ‘falar em inglês’ do brasileiro. Nesse grupo estão três ouvintes que tiveram mais contato com brasileiros falantes de ILE no Brasil ou no exterior. O segundo grupo é o de ouvintes com menor familiaridade e envolve os outros cinco ouvintes. Em seguida, consideramos o número de amostras compreendidas corretamente por cada ouvinte e calculamos uma média aritmética da seguinte forma: a soma das amostras compreendidas corretamente por cada grupo foi dividida pelo número de ouvintes de cada grupo. Os resultados mostraram que houve um maior número de amostras compreendidas corretamente pelos ouvintes do primeiro grupo, os quais têm mais familiaridade, que obtiveram a média 8,0. O grupo com menos familiaridade apresentou uma média de 6,2. Apesar da média do primeiro grupo ter sido maior que a do segundo, podemos observar que essa média não representou uma diferença muito expressiva. |
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CONCLUSÕES:
Deste modo, podemos concluir que a familiaridade dos ouvintes nativos participantes deste estudo com o ‘falar em inglês’ do brasileiro não representou uma variável determinante na compreensão da fala dos graduandos de ILE da UFCG. |
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Instituição de fomento: PIBIC/CNPq/UFCG | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Inteligibilidade de pronúncia; Familiaridade; Graduandos de ILE. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |