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F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Turismo e Hotelaria - 1. Turismo e Hotelaria | ||
TURISMO COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL | ||
Madalena Pedroso Aulicino 1 (mada@anhembi.br) | ||
(1. Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo - USP) | ||
INTRODUÇÃO:
O objetivo desta pesquisa foi verificar a possibilidade da atividade turística constituir-se em fator de desenvolvimento regional, como uma atividade econômica básica ou exportadora a estimular atividades econômicas não-básicas, numa associação já referida por outros pesquisadores, oferecendo assim subsídios para o planejamento desse mesmo desenvolvimento regional. Numa breve abordagem do conceito de região, discutiu-se sua atualidade em tempos de globalização, as peculiaridades de sua aplicação no caso do Brasil e as possibilidades da organização regional como estratégia de desenvolvimento a partir do fenômeno turístico. Tomando colocações da Organização Mundial do Turismo – OMT, sobre bens e serviços específicos da atividade turística, a pesquisa coletou dados de municípios do Estado de São Paulo, e a partir da Teoria da Base Econômica Regional, aplicou a fórmula do Quociente Locacional em dados de empregos ocupados em hotéis, ficando demonstrada a qualificação do turismo como atividade econômica básica estimulando atividades não-básicas e fomentando o desenvolvimento regional. |
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METODOLOGIA:
Usou-se a Teoria da Base Econômica Regional, que diferencia as atividades econômicas em básicas que produzem para não-residentes e em não-básicas que produzem para os residentes, podendo-se usar o emprego como unidade de medida. Essa teoria usa a fórmula do Quociente Locacional que procura medir a concentração de uma certa atividade numa determinada área, em relação à distribuição dessa mesma atividade num espaço geográfico que abrange a primeira e que supõe a aplicação de uma fórmula. Quando o resultado for maior que a unidade, significa que a atividade considerada está mais concentrada na região em relação à área de referência e que está havendo atividade exportadora ou básica, estimulando as atividades locais e distribuindo renda na região. A pesquisa coletou dados de municípios identificando-os assim, com o espaço de uma região e usou como área de referência: a Região de Governo, a Região Administrativa e o próprio Estado de São Paulo; entre outras variáveis, trabalhou-se com o número de: empregos ocupados em hotéis, residências secundárias, hotéis e Unidades Habitacionais coletados principalmente via IBGE, SISTEMA ESTADUAL DE ANÁLISE DE DADOS – SEADE, GUIA BRSIL e predominantemente para o ano de 2000. |
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RESULTADOS:
Foram selecionados dois conjuntos de municípios, diferenciados pela presença ou não da atividade turística, o que foi confirmado pela comparação entre Unidades Habitacionais, entre hotéis e entre residências secundárias, sempre com índices per capita. Em seguida, aplicou-se a fórmula do Quociente Locacional, entre outros dados, em empregos ocupados em hotéis, a partir das três áreas de referência: Região de Governo, Região Administrativa e Estado de São Paulo, constatando-se que os municípios chamados de especialização turística apresentaram resultados bem superiores à unidade, nas três abrangências consideradas, confirmando-se então a concentração da atividade turística e a geração de desenvolvimento regional a partir da Teoria da Base Econômica Regional. A par disso, além de dados referenciados como de demanda, procurou-se pesquisar variáveis do lado da oferta, como o tamanho da população e do número de hotéis, confirmando-se então numa série de tempo entre 1995 e 2000, o crescimento desses valores para os municípios considerados. Finalmente, é preciso destacar que não se conseguiu isolar perfeitamente a atividade turística e suas repercussões, porque por vezes os municípios do grupo de controle aproximaram-se nos resultados aos de especialização turística, o que não invalida a pesquisa, mas atenta para a possibilidade de que esse isolamento talvez não seja possível e mesmo que pode estar havendo uma expansão do turismo ainda não registrada. |
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CONCLUSÕES:
A pesquisa teve como principal objetivo demonstrar a possibilidade da atividade turística constituir-se em fator de desenvolvimento regional, usando para isso a Teoria da Base Econômica Regional, que por meio do Quociente Locacional procura averiguar se está havendo concentração de empregos numa determinada atividade, dada então como básica, a estimular outras atividades não-básicas, gerando crescimento econômico e distribuindo renda na região. A pesquisa foi desenvolvida com dados de municípios do Estado de São Paulo, para o ano de 2000, diferenciados pela presença da atividade turística e tendo como fonte o IBGE, SEADE e GUIA BRASIL, usando-se o número de empregos em hotéis, entre outras coisas, como variável do lado da demanda e a população e quantidade de hotéis, como variáveis do lado da oferta. Os resultados foram favoráveis aos municípios de especialização turística, constatando-se que a atividade turística está gerando desenvolvimento regional a partir dos parâmetros fixados, embora não se tenha conseguido isolar completamente a presença e as repercussões do turismo. |
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Palavras-chave: turismo; desenvolvimento; regional. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |