|
||
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências | ||
O OLHAR DO ALUNO SOBRE AS OFICINAS PRÁTICAS DE GENÉTICA E BIOTECNOLOGIA OFERECIDAS PELO O DNA VAI À ESCOLA | ||
Myrtes Rufier 1 (rufier@superig.com.br), Patrícia Abrão Possik 1 e Marcia Lachtermacher-Triunfol 1 | ||
(1. COLÉGIO SANTO INÁCIO) | ||
INTRODUÇÃO:
Estes últimos vinte anos têm sido marcados pelo extraordinário avanço na pesquisa biomédica e biotecnológica, causando grande impacto na biologia, medicina, agricultura e indústria. Este impacto também ocorre em nossa sociedade, já que o avanço da pesquisa biomédica introduz questões morais, de privacidade e de direito que devem ser encaradas com atenção e cautela. A informação é fundamental para que se possa compreender o impacto desta tecnologia em nossas vidas e avaliar os riscos e benefícios da aplicação de novas tecnologias. Além das muitas iniciativas já realizadas no país com o objetivo de aproximar a ciência do público, como por exemplo a criação da Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, instituída por Decreto pelo Governo Federal em 2004, espera-se também que o ensino de ciências, e mais especificamente de genética, atue no ambiente escolar como importante veículo de informação sobre estes temas, com o objetivo de instrumentalizar o jovem de hoje e cidadão de amanhã, para uma participação responsável na sociedade. |
||
METODOLOGIA:
Tendo isso em mente, a organização sem fins lucrativos O DNA vai à Escola tem realizado oficinas práticas de genética e biotecnologia para alunos e professores do ensino médio em escolas do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. As oficinas acontecem dentro da escola e geralmente têm duração de 12 horas divididas em 4 módulos de 3 horas cada um. Nas oficinas, os participantes têm a chance de realizar extração de DNA, técnicas de eletroforese de DNA, transformação de bactérias e reação em cadeia da polimerase, além de debates sobre questões éticas envolvendo a pesquisa biomédica e biotecnológica. Com o intuito de (i) avaliar o impacto das oficinas, (ii) analisar sua eficácia em proporcionar conhecimento aos alunos, (iii) conhecer a visão e opinião dos alunos sobre a oficina e (iv) avaliar a eficiência da realização de debates sobre questões éticas, pedimos que os participantes de duas oficinas de escolas classe A no Rio de Janeiro e São Paulo preenchessem um questionário anterior à participação nas oficinas. Ao final das oficinas, os mesmos participantes fizeram uma avaliação do trabalho realizado e avaliaram o impacto da mesma em suas vidas, assim como sua eficiência em passar conhecimento. |
||
RESULTADOS:
Todos os questionários foram preenchidos eletronicamente por todos os participantes. A análise dos questionários demonstrou que aproximadamente 100% dos participantes considera que a participação na oficina proporcionou uma melhor compreensão do assunto. Alguns alunos manifestaram que a oficina foi fundamental para que pudessem tomar decisões quanto a carreira profissional (havendo aqueles que manifestaram que a participação na oficina foi fundamental para que decidissem não seguir a carreira científica), enquanto outros informaram o quanto haviam aprendido através da participação nas atividades práticas. Todos os alunos também manifestaram que tipo de atividade e módulo acharam mais instrutivo e fizeram sugestões e críticas em relação ao material utilizado, assim como a metodologia. Além do aspecto científico, foi pedido que os alunos comentassem sobre a realização dos debates éticos na sala de aula durante as oficinas. |
||
CONCLUSÕES:
A análise das respostas dos alunos nos permite concluir que oficinas práticas de genética e biotecnologia realizadas no ambiente escolar representam uma eficiente forma de levar este conhecimento ao aluno, estimulando seu interesse por esses tópicos. Além disso, a participação nas oficinas também teve papel importante no auxílio à escolha de carreira feita pelos alunos. Nossa experiência demonstra que os alunos que participaram da oficina desenvolveram um interesse especial por discussões na área da genética e biotecnologia e, desse modo, recomendamos que outras organizações e grupos desenvolvam atividades práticas semelhantes à aqui apresentada. |
||
Palavras-chave: Educação; Oficinas Práticas; Genética e Biotecnologia. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |