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A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 8. Física Médica
AVALIAÇÃO DAS LANTERNAS DE SEGURANÇAS USADAS EM CÂMARAS ESCURAS
Sergio Ricardo de Oliveira 1 (oliveirasr@terra.com.br), Marcos Otaviano da Silva 2, 3, Ana Cecilia Pedrosa de Azevedo 2, 3, Arnaldo Levy Lassance Cunha 2, 3 e Luis Alexandre Gonçalves Magalhães 4
(1. Instituto Oswaldo Cruz - FIOCRUZ; 2. Escola Nacional de Saúde Pública, CESTEH - FIOCRUZ; 3. Centro de Vigilância Sanitária, Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro; 4. Laboratório de Ciências Radiológicas, Instituto de Biologia - UERJ)
INTRODUÇÃO:
Um dos principais aspectos de um Programa de Garantia da Qualidade em Radiologia Diagnóstica é garantir condições de processamento adequadas para os filmes radiográficos. Uma das principais exigências para um processamento correto é garantir o nível adequado de iluminância no interior das câmaras escuras. Um alto nível de iluminância causa velamento do filme radiográfico, redução do contraste e da qualidade da imagem, podendo contribuir para o aumento de dose nos pacientes. Esta motivação foi um dos fatores para a realização deste trabalho, que buscou determinar a performance de algumas lanternas de seguranças, regularmente comercializadas, que são instaladas no interior das câmaras escuras.
METODOLOGIA:
Foram avaliados cinco modelos de lanternas de segurança chamadas de: A, B, C, D e E. Elas foram posicionadas e testadas a 1,20m (distância padrão) da base da bancada de procedimento, e a outros valores de altura (±10% e ±20%), ou seja, a distâncias de 96, 108, 132 e 144 cm. A direção do foco de luz das lanternas também foi testada para as posições 0º, 90º e 180º em relação à bancada. Somente 3 dessas lanternas (C, D e E) possibilitavam mudança na direção do foco luminoso. As lanternas D e E embora não mudassem a direção, possuíam potências diferentes: D (11W) e E (4W). As lanternas possuíam lâmpadas incandescentes ou fluorescentes (eletrônica) de acordo com o modelo, e suas potências variavam entre 4 e 15W. Para a determinação da iluminância no interior da câmara escura foram adotados dois métodos: o primeiro foi realizado com o uso de um fotômetro e o segundo foi realizado com exposições em um mesmo filme radiográfico em intervalos de tempo de 0, 1, 2 e 4 minutos, sendo feitas leituras de densidade óptica com a ajuda de densitômetro. Foram realizados, também, testes com os filtros encontrados nas lanternas, que poderiam ser opacos ou transparentes. Para isso, foram realizadas exposições sobre em um mesmo filme radiográfico, utilizando tempos diferentes (como descrito anteriormente), para cada tipo de filtro comercializado sob a exposição de uma mesma lâmpada.
RESULTADOS:
Os resultados encontrados para a iluminância da câmara escura, a uma distância padrão (1,20 m) sobre a bancada, variaram entre 1 e 5,1 lux. Em relação às demais alturas estudadas, as lanternas que utilizavam lâmpadas incandescentes apresentaram um decréscimo linear, enquanto que as lanternas que utilizavam lâmpadas fluorescentes (eletrônica) apresentavam um decréscimo exponencial, à medida que se aumentava a distância da bancada. Em relação ao teste, medindo-se as densidades ópticas, os valores encontrados para a distância padrão (1,20 m) variaram entre: 0,20 a 0,22 para tempo zero; 0,20 a 0,32 para 1 minuto; 0,20 a 0,39 para 2 minutos e 0,22 a 0,70 para 4 minutos de exposição à luz ambiente na interior da câmara escura. Este mesmo teste também foi realizado com as lanternas direcionando o foco para cima. Os resultados encontrados, para o tempo de 4 minutos, foram: 55% (lanterna C), 50% (lanterna D) e 25% (lanterna E) em relação a redução de densidade óptica no filme radiográfico. No último teste da avaliação das lanternas, verificou-se uma melhor eficiência dos filtros opacos sobre os filtros transparentes, da ordem de 23% menor de densidade óptica para o tempo mais longo.
CONCLUSÕES:
Analisando os resultados encontrados, podemos concluir que as lanternas A e B apresentaram um resultado satisfatório, em relação ao velamento do filme, de acordo com as recomendações das normas Brasileiras. Por outro lado, a iluminância no interior da câmara escura é muito reduzida utilizando essas lanternas. As lanternas C, D e E apresentaram um resultado insatisfatório, sob o aspecto do velamento do filme para tempo de exposição maior que 1 minuto. Em contra partida, essas lanternas apresentam a possibilidade de direcionamento do foco. O fato das lanternas C, D e E apresentarem resultados insatisfatórios se deve ao fato de que elas utilizam lâmpadas fluorescentes que variam de 4 a 11W, o que equivale a 30 e 60W respectivamente com lâmpadas incandescentes. No entanto, a utilização dessas lanternas facilita contribui para a redução de riscos de acidente para os trabalhadores de câmaras escuras.
Palavras-chave:  Câmara escura; Lanterna de segurança; Controle de qualidade.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005