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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
ELETROTERAPIA ASSOCIADA A CINESIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA - UM ESTUDO DE CASO.
Mariana Veras Coan 2, 4 (marianavc19@hotmail.com), Mirella Dias 3, 4, Raquel Spader Biava Savi 2, 4, Soraia Cristina Tonon 1, 4 e Tuany Pereira Maria 2, 4
(1. Dep.de Fundamentos Human. e Metod., Univers.do Estado de Santa Catarina - UDESC; 2. Curso de Graduação em Fisioterapia, Univers.do Estado de Santa Catarina - UDESC; 3. Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC; 4. Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC)
INTRODUÇÃO:
A Incontinência Urinária (IU) é a condição na qual a perda involuntária de urina, ocasiona problema social, higiênico e psicológico à mulher.
A Incontinência Urinária de Esforço (IUE), é a forma mais freqüente e conceituada como perda involuntária de urina em situações de aumento da pressão intra-abdominal como tossir, espirrar, subir escadas, na ausência de atividade do detrusor.
O presente estudo de caso teve como objetivo geral à reabilitação do assoalho pélvico através das técnicas de eletroestimulação transvaginal e cinesioterapia específica.
Os recursos fisioterapêuticos à mulher com Incontinência Urinária, em particular a IUE, têm possibilitado na grande maioria dos casos a cura, não necessitando intervenção cirúrgica.
O emprego de Eletroestimulação (EE) é extremamente bem-vindo para os tratamentos da incontinência urinária. Somado a esse recurso, pode ser utilizada a cinesioterapia para a conscientização proprioceptiva e sinestésica desses músculos, e ainda a reeducação postural a partir de exercícios específicos para o padrão postural de cada paciente.
METODOLOGIA:
Os dados foram obtidos na Maternidade Carmela Dutra, em Florianópolis (SC), no Projeto de Extensão “Fisioterapia Aplicada a Incontinência Urinária” do CEFID/UDESC.
Paciente de 47 anos, IMC de 27,2 kg/cm2 com queixa de perda de urina aos esforços, obesidade e sedentarismo, Histerectomia Abdominal Total com menopausa em 2003; não realizava hormonioterapia, não ativa sexualmente, Gesta 4, Para 1 (Parto Normal) Aborto 3. As complicações da IUE surgiram há 5 anos.
A avaliação foi realizada através de uma ficha com dados pessoais, história atual e pregressa da IUE. Utilizou-se um miofeedback para avaliação, aparelho composto por display com escalas de intensidade de força e sensor intravaginal inflável que gradua a força e conscientiza a paciente em relação à contração perineal.
O Diário Miccional foi utilizado como método de avaliação da eficácia da terapia com questões que possibilitavam conhecer as rotinas miccionais e suas relações com ingesta de líquidos e atividades efetuadas. As técnicas utilizadas foram a EE e Cinesioterapia em todas as sessões. O eletroestimulador com 2 canais independentes e um emissor de pulso bipolar com compensação simétrica foi utilizado com largura de pulso de 0,4 ms, f=50 Hz para fibras rápidas durante 15 minutos e f=20 Hz para fibras lentas por 15 minutos.
A cinesioterapia, com contração do assoalho pélvico, foi realizada em várias posturas (sentada, em ortostatismo, agachamento) começando com as de menor dificuldade. Foram realizadas 13 sessões, 2x/semana, com duração de 50 min., entre 08 a 12/2004.
RESULTADOS:
Após as 13 sessões foi realizada a reavaliação da paciente. Esta referiu eliminação total de seus sintomas de perda urinária sem dificuldades com o controle miccional contrastando com o achado da avaliação inicial onde a paciente não conseguia segurar o fluxo urinário com perdas antes de chegar até o banheiro.
Utilizava protetores (fraldas, absorventes) com trocas 2 vezes ao dia demonstrando na reavaliação eliminação dos mesmos. As perdas urinárias ocorriam quando espirrava, caminhava, ria, tossia, sentava, levantava da posição sentada e deitada e ao contato com a água. A reabilitação proporcionou à paciente realizar as mesmas atividades sem perda urinária. O constrangimento físico, social e psicológico associados à IUE deixou de existir possibilitando à melhora na qualidade de vida da paciente.
Na avaliação, apresentou à resistência ao toque intravaginal AFA 2 (função perineal objetiva débil, reconhecida à palpação), na reavaliação esta resistência atingiu AFA 5 (função perineal objetiva e resistência opositora mantida à palpação por mais de 5 s).
Na avaliação com o miofeedback a paciente contraiu a musculatura apenas na escala fácil, ao final do tratamento, realizou contração na escala intermediária.
CONCLUSÕES:
O estudo possibilitou concluir que o plano de assistência fisioterapêutica proposto à paciente com IUE, através da EE transvaginal e Cinesioterapia foram satisfatórios.
Pode-se perceber resultados positivos com relação à evolução da paciente com relação ao aspecto físico, social e psicológico possibilitando à melhora na qualidade de vida da paciente. O tratamento conservador com os recursos fisioterapêuticos utilizados evitaram uma intervenção cirúrgica da paciente.
Instituição de fomento: Universidade do Estado de Santa Catarina
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Incontinência Urinária; Eletroestimulação; Cinesioterapia.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005