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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia | ||
EFEITO DE DIFERENTES SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO NA QUALIDADE DO CAFÉ | ||
Renea Barbosa Oliveira e Silva 1, 5 (reneabarbosa@bol.com.br), Camila Bitu Moreno Braga 1, 6, Guilherme Pádua Rodrigues 2 e André Luís Teixeira Fernandes 3, 4 | ||
(1. Graduanda do Curso de Nutrição, Universidade de Uberaba - UNIUBE; 2. Prof. Ms. do Curso de Nutrição, Universidade de Uberaba - UNIUBE; 3. Prof. Dr. do Curso de Nutrição, Universidade de Uberaba - UNIUBE; 4. Coordenador de Pós-graduação, Universidade de Uberaba - UNIUBE; 5. Bolsista do PIBIC-CNPq, Universidade de Uberaba - UNIUBE; 6. Bolsista do PIBIC-FAPEMIG, Universidade de Uberaba - UNIUBE) | ||
INTRODUÇÃO:
A qualidade do café é o fator chave para a valorização do produto, visto que o café é um dos poucos produtos agrícolas, no Brasil, que tem seu preço associado a parâmetros qualitativos. A qualidade da bebida do café depende das fases de pré e pós-colheita e da interação entre fatores que garantam a expressão final das características de aroma e sabor. Para isso, deve-se dispor de meios adequados para a avaliação da qualidade desta bebida, como a análise física (seca, cor, tipo, aspecto, dentre outros), química e sensorial. Vários autores já observaram os efeitos benéficos da irrigação no desenvolvimento e na produção do cafeeiro. Ainda sabe-se que técnicas diferentes de irrigação produzem bebidas que apelam de maneira diferenciada à preferência do consumidor. Sendo assim, o uso da irrigação tem se tornado cada vez mais bem aceita pelos produtores, porém nem sempre seguindo padrões corretos de dimensionamento e manejo. É preciso, desta forma, estudar, detalhadamente, comparativamente, os diversos sistemas de irrigação para a cultura do café e sua influência na qualidade da bebida final do mesmo, com o intuito de se obterem subsídios que indiquem recomendações práticas ao cafeicultor. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar a qualidade de bebida do café produzido em diferentes sistemas de irrigação, pela análise física. |
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METODOLOGIA:
Foi colhido o café produzido no Campo Experimental da Universidade de Uberaba –MG, no ano de 2003, onde foram estudados quatro sistemas de irrigação, sendo dois por aspersão (em malha e pivô central) e dois por irrigação localizada (gotejamento –convencional e autocompensante; tripa), além da testemunha, sem irrigação. O cultivar estudado foi Catuaí vermelho IAC 144 no espaçamento de 4,0m entre ruas por 0,5m entre plantas para todos os tratamentos. Para pivô central, avaliou-se também, no mesmo espaçamento, o cultivar Mundo Novo. Para efeito de comparação entre os tratamentos, todos os tratos culturais, fitossanitários e nutricionais na lavoura foram mantidos constantes. Todas as amostras (amostra 1 = gotejo autocompensante; amostra 2 = tripa; amostra 3 = testemunha; amostra 4 = aspersão em malha; amostra 5 = Catuaí – pivô; amostra 6 = gotejo autocompensante) foram colhidas manualmente, sendo a secagem feita em terreiro de terra, até que atingissem a umidade de 11,5%. Após a secagem o café foi beneficiado em máquina de benefício de amostras. Foram coletadas amostras de 100 g de café beneficiado, sendo torrado a 220ºC e moído com moinho elétrico, regulado para moagem fina de modo a se obter um tempo de extração médio de 15 a 20 segundos. Para a classificação da bebida, optou-se por utilizar a análise da renda (física: aspecto, seca, cor, tipo), padrão do Ministério da Agricultura (provadores oficiais). |
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RESULTADOS:
De posse dos resultados, verificou-se, através de estatística descritiva, que a amostra que teve maior renda foi a Testemunha (sem irrigação) enquanto a de menor foi a do sistema de irrigação tipo Tripa. Quanto ao aspecto, o café colhido do cultivar Mundo Novo (pivô central) recebeu melhor nota, enquanto a pior foi o café irrigado por Aspersão; este resultado pode ser explicado pelo fato de que o cultivar Mundo Novo apresenta maturação mais precoce, sendo seus grãos mais uniformes, diferentemente, do cultivar Catuaí que teve pior nota. Em relação à seca, notas similares foram obtidas por todos os tratamentos, com exceção do sistema Tripa, que obteve conceito (má) para seca. As cores obtidas variaram de verde manchada à esverdeada manchada. Os conceitos dados para tipo foram: (mau) para Testemunha e Gotejo autocompensante, enquanto os outros receberam conceito péssimo. No conceito final - incluindo não só a análise física, mas a química e a sensorial - a amostra que recebeu melhor nota foi a proveniente do sistema Tripa; com nota 3,5 (bom). |
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CONCLUSÕES:
Na avaliação deste ano, conclui-se que o sistema de irrigação tipo Tripa apresentou-se, no conceito geral (incluindo todas as análises), com a melhor nota; sendo, de um modo geral, o sistema de irrigação que produziu café de melhor qualidade. Porém esta superioridade não se repetiu em todos os quesitos. Quando comparado aos outros sistemas de irrigação, quanto à renda, a amostra teve a menor nota; assim como a seca, também com a pior nota (má). Dessa forma, a análise física não exerce influência direta no conceito final. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: irrigação; café; qualidade. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |