|
||
G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 6. Sociologia Urbana | ||
VANTAGENS E DESVANTAGENS DO MURO DO PARQUE AMBIENTAL DE BELÉM: QUEM GARANTE A PROTEÇÃO? | ||
Maria José Campos Moura Melo 1 (mmoura@amazon.com.br), Alessandra Santos de Souza 2 e Katyuscia do Socorro de Oliveira Menezes 3 | ||
(1. Profa.Mestre,Pesquisadora da Universidade da Amazônia-UNAMA-PA; 2. Pesquisadora da Universidade da Amazônia-UNAMA-PA; 3. Bolsista de Iniciação Científica da Universidade da Amazônia-UNAMA-PA) | ||
INTRODUÇÃO:
Este trabalho tem como objetivo identificar as vantagens e as desvantagens apresentadas pelos dirigentes de organizações sociais (associações de moradores e centros comunitários) nos bairros Curió-Utinga, Souza e Castanheira, quanto a construção de um muro de 18 km de extensão para proteger o Parque Ambiental de Belém, onde se encontra os lagos Bolonha e Água Preta que abastecem 80% da população da Região Metropolitana de Belém. O Parque é uma área ambientalmente frágil por constituir-se área de mananciais, vulnerável a ilegalidade da ocupação indiscriminada, por falta de moradia da população metropolitana (MARICATO, 2001); exposta à poluição com sérios riscos à saúde (MOTA, 1999). O muro é solução para proteção dos mananciais do Utinga? |
||
METODOLOGIA:
A pesquisa foi fundamentada em referência bibliográfica e documental sobre o tema. Foram realizadas visitas técnicas às organizações sociais; observação direta à barreira física construída, nos limites da separação do Parque aos bairros contíguos, com apoio de mapas e fotografias. As reuniões foram espaços de socialização de informações, os 29 dirigentes de cinco organizações sociais responderam formulários, incluindo questões abertas que embora dificultassem a análise quantitativa dos dados, por outro lado, viabilizava a análise qualitativa das informações (MELO,2004). |
||
RESULTADOS:
As informações, obtidas de técnicos das organizações governamentais envolvidas no projeto de construção do muro, remanejamento, indenização, e ações de educação ambiental possibilitaram compreender as razões técnicas da realização da obra relacionadas à proteção de mananciais, decorrentes da invasão das áreas periféricas do Parque e da poluição dos lagos. As respostas dos moradores dirigentes das organizações sociais mostraram entre as vantagens da construção do muro: acesso restrito, maior segurança , evita invasão , melhoria da qualidade da água e do visual do Parque. Entre as desvantagens: separação da comunidade, dificuldade de acesso ao Parque, retiradas de moradores, perda de lazer, revolta dos moradores, restrição ao uso de água. |
||
CONCLUSÕES:
Os resultados da pesquisa mostraram que na conjuntura histórica da construção da uma obra física para proteger os mananciais do Utinga, os moradores de bairros em suas organizações sociais manifestaram a capacidade de pensar criticamente as vantagens e as desvantagens da intervenção de política pública, uma modificação no espaço urbano e nas relações sociais, incluindo a retirada de aproximadamente, 1.250 famílias moradoras dentro do Parque. É possível, mas resta pensar e discutir sugestões de educação ambiental, individual e coletiva que ultrapassem os limites do muro desta unidade de conservação. |
||
Instituição de fomento: Fundação Instituto para o Desenvolvimento da Amazônia-FIDESA/UNAMA | ||
Palavras-chave: organização social; conservação ambiental; proteção ambiental. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |