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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
INFLUÊNCIA DOS HIDROLATOS DE CAULE E FOLHA DE ESPÉCIES DE EUPHORBIACEAE SOBRE LARVAS DE 3° ÍNSTAR DE Aedes aegypti
Ismália Cassandra Costa Maia 1 (ismalita@yahoo.com.br), Maria Goretti Araújo de Lima 1, Bruna Dantas de Sousa 1, Cristiane Maria Souza de Castro 2 e Selene Maia de Morais 2
(1. Depto. de Ciências Biológicas - UECE; 2. Depto.de Química-UECE)
INTRODUÇÃO:
O Aedes aegypti atua como vetor para um arbovírus responsável pela Febre Amarela na América Central e do Sul e no Oeste da África; ele é também o vetor da Dengue e da Febre Hemorrágica do Dengue que são endêmicas no Sudeste Asiático, em áreas das Ilhas do Pacífico, na África e nas Américas. Os 50 milhões de casos anuais de Dengue no mundo permitem questionar a competência dos responsáveis pelo controle de vetores em relação ao freqüente emprego de inseticidas químicos. Diversos casos de resistência têm sido registrados no mundo para espécies de mosquitos vetores, e mais particularmente para populações de Aedes aegypti no Brasil. Numerosas plantas têm demonstrado a produção de pesticidas e outros compostos como mecanismo de defesa contra a predação ou infecção. Assim, uma medida alternativa de controle para insetos e outros organismos é a utilização de derivados vegetais. Hidrolatos vegetais são subprodutos dos óleos essenciais, de fácil obtenção e custo que apresentam apenas compostos solúveis em água, fato que pode facilitar a identificação das substâncias bioativas responsáveis por suas propriedades. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade larvicida dos hidrolatos das espécies de Croton argyrophylloides, Croton nepetaefolius, Croton sonderianus e Croton zehntneri contra Aedes aegypti, utilizando hidrolatos de partes dos vegetais utilizados (caule e folha), obtidos por destilação com arraste à vapor.
METODOLOGIA:
As larvas de Aedes aegypti foram mantidas no Laboratório de Entomologia do Núcleo de Endemias da Secretaria de Saúde do Ceará. Em cada bioensaio foram utilizadas 25 larvas de 3° instar, dispostas em recipientes plásticos com capacidade para 150mL, num esquema de quatro repetições com delineamento inteiramente casualizado. Foram testados 50ml de cada hidrolato retirado do caule e folha, utilizando-se como controle a água destilada e avaliando-se a mortalidade com 24 horas de tratamento. Durante os experimentos, a temperatura e umidade do ambiente foram observadas e anotadas. Os dados obtidos foram submetidos à análise de Variância e ao teste de Tukey.
RESULTADOS:
Pode-se verificar que houve diferença significativa entre os tratamentos testados, tanto em relação aos hidrolatos das diferentes espécies vegetais, quanto em relação às diferentes partes de cada planta. Em relação ao caule, o tratamento à base de Croton zehntneri não diferiu daquele realizado com o caule do Croton nepetaefolius , que promoveram 100% de mortalidade larval. Ambos, entretanto, foram significativamente diferentes do tratamento com o Croton argyrophylloides, com índice de mortalidade de 54%. Este último tratamento, também foi estatisticamente diferente do observado com o Croton sonderianus que promoveu 8% de mortalidade, não diferindo do controle. Para os tratamentos feitos com folhas, o realizado à base de Croton zehntneri não diferiu dos tratamentos com Croton argyrophylloides nem com o hidrolato do Croton nepetaefolius, que apresentaram 100 % de atividade larvicida. Contudo, os três resultados referidos foram significativamente superiores daqueles obtidos pelo uso do Croton sonderianus (com 52% de atividade), que também diferiu do grupo controle.
CONCLUSÕES:
Os hidrolatos do Croton sonderianus e do Croton argyrophylloides apresentaram diferença estatística significante entre o uso do caule e da folha, sugerindo que diferentes princípios ativos estão distribuídos nestas partes ou que um mesmo princípio ativo esteja presente em concentrações diferentes. Por sua vez, o caule e a folha de Croton zehntneri e de Croton nepetaefolius não apresentaram resultados estatisticamente significativos indicando a possibilidade que o princípio ativo se distribua igualmente entre as partes testadas. Esta pesquisa evidenciou que todas as espécies testadas possuem compostos com propriedades larvicidas, com diferenças entre as partes da planta analisadas.
Instituição de fomento: CNPq
Palavras-chave:  Aedes aegypti; Euphorbiaceae; hidrolatos.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005