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H. Artes, Letras e Lingüística - 2. Letras - 1. Língua Portuguesa
LER, ANALISAR E PRODUZIR TEXTOS: ARTICULANDO NOVOS SENTIDOS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
Danielle da Mota Bastos 1 (daniellemb_pe@yahoo.com.br), Djário Dias de Araújo 1, Lívia Suassuna 2 e Marta Janaína Farias da Costa 1
(1. Depto. de Letras, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; 2. Depto. Métodos e Técnicas de Ensino, Universidade Federal de Permanbuco - UFPE)
INTRODUÇÃO:
Levando em consideração a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) a respeito do ensino de língua materna (entendido este como um processo no qual se deve possibilitar que todo aluno desenvolva sua competência comunicativa nas mais diferentes situações de uso da língua) tem este trabalho o objetivo de mostrar como o ensino de língua portuguesa centralizado nas práticas de leitura, produção de textos e análise lingüística pode ser uma forma adequada de fugir do uso artificial da linguagem, assegurando, assim, o domínio da língua em suas modalidades oral e escrita e contribuindo para a formação crítica e cidadã do aluno.
METODOLOGIA:
As aulas de língua materna aqui descritas foram ministradas na Escola Municipal Poeta Joaquim Cardozo (rede municipal de ensino do Recife), em três turmas do 2º ano do 4º ciclo, durante o ano letivo de 2004, e foram estruturadas de forma a interligar diferentes práticas de linguagem (uso da língua e reflexão sobre seus mecanismos e recursos expressivos). Tentou-se criar situações que possibilitassem ao aluno o contato efetivo com os usos sociais da língua; para tanto, foram utilizados como material de trabalho vários gêneros textuais (das modalidades oral e escrita), já que com eles é possível articular um trabalho de leitura (tanto crítica quanto de fruição), conhecimento de características lingüísticas próprias desses gêneros e de discussão de variados temas para o desenvolvimento da compreensão; após a consolidação desses conhecimentos, solicitava-se a produção de textos.
RESULTADOS:
O que percebemos, logo nas primeiras aulas, foram alunos participativos, interessados na proposta e mais conscientes da sua responsabilidade no processo da aprendizagem e na construção do conhecimento. Essa motivação proporcionou uma aprendizagem rápida e eficaz dos gêneros e temas. Outros frutos foram colhidos ao longo do processo vivido: os alunos ficaram mais confiantes em si mesmos, passaram a valorizar sua variedade lingüística e compreenderam que a variedade padrão é, apenas, mais uma que deve ser aprendida na escola e utilizada em contextos sociais que a exigem; o resultado disso foi uma maior disposição, da parte deles, de opinar em sala, através de produções orais e escritas (seminários e artigo de opinião, por exemplo). Além disso, o resultado mais significativo foi a superação de uma forma de ensino de língua fragmentada e alienante, como tradicionalmente acontece; tínhamos a preocupação de abordar de modo articulado os diferentes eixos da prática lingüística, ou seja, as atividades de leitura conduziam à produção textual e à reflexão metalingüística, num processo contínuo orientado pelos diferentes temas trabalhados.
CONCLUSÕES:
A implementação do projeto didático conferiu às aulas de língua portuguesa um novo sentido e permitiu aos alunos das três turmas do 2o ano do 4º ciclo da Escola Municipal Poeta Joaquim Cardozo assumir uma nova postura diante do ensino-aprendizagem de língua materna. Esses alunos perceberam que a língua é viva e utilizada também fora da escola, cabendo, portanto, a nós, professores, desenvolver as competências comunicativas relevantes para vida social. A partir dessas novas noções e práticas, “a matéria de português” passou também a ter um novo valor, deixando de ser “chata” e sem praticidade e passando a ser, mais do que tudo, uma ferramenta na formação de cidadãos livres, preparados para a vida democrática e transformadores do seu tempo e do seu meio.
Instituição de fomento: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Palavras-chave:  PROJETOS; DIDÁTICOS; PORTUGUÊS.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005