IMPRIMIR VOLTAR
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 5. Nutrição
EFEITO DA DIETA HIPERLÍPIDICO - PROTÉICA NO DESENVOLVIMENTO DE SOBREPESO E NA TAXA DE INGESTÃO DE RATAS WISTAR
Camila Bitu Moreno Braga 1 (camilabitu@terra.com.br), Renea Barbosa Oliveira e Silva 1, Geraldo Thedei Júnior 1, Denise Teresinha Sales Tibúrcio 1 e Geraldo Pereira de Araújo 2, 3
(1. Depto. de Nutrição e Alimentação, Universidade de Uberaba - UNIUBE; 2. Depto. de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade de Uberaba - UNIUBE; 3. Depto. de Ciências Biológicas e da Saúde, Fac. de Medicina do Triângulo Mineiro - FMTM)
INTRODUÇÃO:
O estado nutricional depende da alimentação. Se todos os nutrientes são proporcionados pela dieta em quantidades adequadas, disso resulta um bom estado nutricional, refletido por um perfil bioquímico normal que permite ao organismo desenvolver suas funções. A alimentação constitui um meio de proteger a infância e a maternidade, de lutar contra as enfermidades por carência e assegurar o desenvolvimento regular do ser humano. Dietas que alteram violentamente o balanceamento entre carboidratos-lipídeos-proteínas, apesar de representarem riscos à saúde, ciclicamente são lançadas pela mídia como promessas de emagrecimento rápido e sendo adotadas sem questionamento pela população. Recentemente um número muito grande de pessoas tem se submetido a dietas ditas “milagrosas”, que permitem o consumo indiscriminado de gorduras e proteínas, restringindo o consumo de carboidratos, assim, a diferença dos benefícios para a saúde ocasionados por uma dieta restrita em carboidratos ou por uma dieta restrita em calorias e gordura é considerada de interesse público. O objetivo compreende determinar os efeitos de uma dieta hiperlipidico-protéica oferecida ad libitum para ratas, em diferentes fases da gestação, sobre (i) a taxa de ingestão da dieta experimental e (ii) o desenvolvimento de sobrepeso:
A – durante a gestação
B – durante a lactação
C – desde a lactação até a idade adulta
D– pós desmame até a idade adulta
METODOLOGIA:
Para isso, ratas e sua ninhada receberam água filtrada e dieta controle (55,67% CHO; 22,93% PTN e 3,35% TAG (344,55 Kcal/100g) e experimental (10,21% CHO; 35,10% PTN e 43,44 % de TAG (344,55 Kcal/100g) ad libitum durante a gestação (G), lactação (L) e pós-desmame (/E; /C), sendo 36 ratos em cada etapa, totalizando 72 animais. Foram utilizados ratos machos e fêmeas Wistar fornecidos pelo Biotério Central da Universidade de Uberaba, mantidos à temperatura de 22 a 26 ºC, com ciclo de 12 horas claro e 12 horas escuro e umidade do ar 50%. A taxa de ingestão e o peso dos animais foram monitorada semanalmente, durante 8 semanas. Os dados foram submetidos ao teste de normalidade “Kolmogorov-Smirnov” , de homogeneidade de variâncias “Bartlett e em seguida uma análise de variância dos fatores seguido de teste de comparações múltiplas de Tukey e analise de variância de Newman- Kleus. O nível de significância para todos os teste será de =0,05.
RESULTADOS:
O grupo GELE apresentou um maior ganho de peso por 100/g e o GELC o menor, sugerindo que a dieta materna durante a lactação pode determinar o peso da sua prole na vida adulta. Após o desmame, o maior ganho de peso ocorreu no grupo GCLC/E, e o menor ganho de peso no grupo GELC/C, sendo, que, o grupo que obteve o maior ganho de peso por 100/g foi o GCLC/E e o menor o GELE/C, isso demonstra que peso corporal correlaciona-se com o nível lipídico da dieta. Com relação ao consumo, o grupo GCLE/C mostrou maior consumo em gramas da dieta e o grupo GELC/E o menor. O grupo que apresentou o maior consumo em calorias foi o GCLC/C e o menor o grupo GELC/C. O fato dos animais alimentados com dieta experimental (mais calórica) consumirem menor quantidade em gramas de dieta demonstra que o animal possui um mecanismo de regulação da ingestão alimentar, ou seja, a ingestão diminui quando o conteúdo energético da dieta é aumentado. Na quinta semana pode-se constatar que os grupos GCLC/C e GCLC/E apresentaram uma curva de comportamento semelhante, com picos de consumo calórico que pode estar relacionada ao fato de que o rato completa um ciclo vital a cada 14 dias, portanto, a ingestão energética dos animais pode estar aumentada durante este período. Esses picos de consumo não são observados nos grupos alimentados com dieta experimental durante a lactação (GCLE/C e GCLE/E), sugerindo influência da dieta oferecida durante a esse período na ingestão energética dos animais durante a idade adulta.
CONCLUSÕES:
Conclui-se que os animais que ingeriram dieta experimental consumiram, em média, menor quantidade de dieta que os animais que consumiram dieta controle na idade adulta; os animais que ingeriram dieta experimental tiveram um consumo calórico maior do que os animais que consumiram a dieta controle na idade adulta; os animais que consumiram dieta experimental desenvolveram sobrepeso na idade adulta, diferentemente dos animais que ingeriram a dieta controle; os animais que consumiram dieta experimental durante a lactação obtiveram maior ganho de peso em relação aos animais que ingeriram dieta controle durante a lactação, ou seja, a dieta oferecida para a mãe durante a lactação, pode influenciar o peso da sua prole; a dieta oferecida para a mãe durante a gestação influencia significativamente o consumo da dieta da sua prole, em gramas e calorias; filhotes de ratas que ingeriram dieta experimental durante a gestação, após o desmame consumiram maior quantidade de dieta, tanto controle quanto a experimental, ingerindo, portanto mais calorias no segundo caso; a dieta oferecida para a mãe durante a gestação não exerceu efeito sobre o peso da sua prole durante a fase de desenvolvimento.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  dieta hiperlipídico-protéica; sobrepeso; ratos.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005