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C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia | ||
EFEITOS DO ETANOL (E) EM NÍVEL CRÔNICO SOZINHO OU EM ASSOCIAÇÃO COM UM NEUROLÉPTICO ATÍPICO (RISPERIDONA – R) NAS CONCENTRAÇÕES SANGÜÍNEAS DE ENZIMAS HEPÁTICAS (ALT E AST), GLICOSE (G), COLESTEROL (C), TRIGLICERÍDEOS (TGI) E LIPOPROTEÍNAS DE ALTA DENSIDADE (HDL). | ||
Paula Matias Soares 1 (mathiaz77@yahoo.com.br), Ludmila Zuleika Chaves Bastos 3, Samara Gomes Matos 2, Rômmulo Celly Lima Siqueira 2, Marcelo de Moraes Andrade 2, Alice Maria Costa Martins 4, Maria Gorette Rodrigues Queiroz 4, Bruno Cardi Andrade 5, Krishnamurti de Morais Carvalho 5 e Silvânia Maria Mendes Vasconcelos 5 | ||
(1. Pós-graduanda do Mestrado em Ciências Fisiológicas, Univ. Est. do Ceará – UECE; 2. Alunos de graduação do Centro de Ciências da Saúde – CCS/UECE; 3. Aluna de graduação do CCS da Univ. Fed. do Ceará – CCS/UFC; 4. Profa. Dra. do Curso de Farmácia – CCS/UFC; 5. Prof. Dr. do Laboratório de Farmacologia Molecular e Toxinologia - UECE) | ||
INTRODUÇÃO:
O etanol (E), princípio ativo de bebidas alcoólicas, tem sido utilizado largamente pela população mundial. Farmacologicamente, apresenta absorção rápida logo em nível estomacal e sofre metabolização de primeira passagem (mais de 90%), podendo assim interferir no metabolismo de materiais hepáticos como na síntese de lipídeos e lipoproteínas, enzimas deste mesmo órgão (ALT e AST) ou mesmo em outras substâncias as quais são concomitantemente metabolizadas no fígado, como no caso de drogas neuropsiquiátricas (neurolépticos ou antipsicóticos). A risperidona (R) constitui-se como uma droga antipsicótica atípica utilizada no tratamento da esquizofrenia, onde seu princípio ativo é um derivado de benzoxazole (de alta atividade antiserotonérgica), sendo metabolizado por duas enzimas hepáticas (CYP2D6 e CYP3A4), havendo a necessidade de administração de doses mais elevadas do medicamento para uma ação terapêutica benéfica. Em relação às respostas interacionais dessas duas substâncias (E e R), diversos trabalhos apresentam informações antagônicas. Assim, o objetivo desse trabalho é determinar os níveis plasmáticos de enzimas hepáticas (alanina aminotransferase – ALT – e aspartato aminotransferase – AST), glicose (G), colesterol (C), triglicerídeos (TGI) e HDL em camundongos tratados com E, R ou associação (R+E) em nível crônico. |
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METODOLOGIA:
Animais: 60 camundongos Swiss, machos, peso médio de 28 gramas, provenientes do Biotério da Faculdade Christus. Os animais foram mantidos em caixas (10 animais/caixa), em condições ambientais semelhantes, ciclo de alternância claro/escuro de 12 horas, ração e água ad libitum, seguindo-se o Guia de Cuidados e Uso de Animais de Laboratório do CEUA/UECE. E: O álcool etílico a 99,9% (Merck, Alemanha) foi utilizado para o preparo de solução a 25% (em água bidestilada) para administração oral (v.o.) na dose de 2,0 g/kg (0,22 ml/animal). R: A risperidona (Risperidon® -1mg da Cristália, Brasil) foi macerada e diluída em 20 ml de água bidestilada e administrada por via intraperitoneal (i.p.) em concentrações de 0,1 ml/kg e 1,0 mg/kg (0,06 ml e 0,55 ml/camundongo, respectivamente). Tratamento e Análise: Os animais foram divididos em 6 grupos de 10 camundongos (jejum de 12 horas antes do experimento). Os grupos foram tratados com dose única de R (R0,1 ou R1,0 mg/kg, i.p.), E (E 2,0 g/kg, v.o.) ou água bidestilada, v.o. (controle). Os grupos R0,1+E ou R1+E foram pré-tratados com R (0,1 ou 1,0 mg/kg, i.p.) e 30 minutos depois com E (2,0 g/kg, v.o.). Meia hora após o último tratamento, o sangue dos animais foi coletado (sino orbital) e encaminhado para análise dos níveis de G, C, TGI, HDL, AST e ALT no Laboratório do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da UFC (utilização de métodos laboratoriais de rotina), seguindo-se posterior sacrifício por deslocamento cervical. |
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RESULTADOS:
Os resultados (expressos em mg/dl) mostram que a administração de E não demonstrou resposta significativa de aumento ou redução frente aos resultados obtidos, no entanto a administração de R, em ambas as doses, reduziram os níveis de C, HDL e ALT em relação ao grupo controle (R0,1= 2,0% em C, 10,1% em HDL e 25,7% em ALT*; R1= 23,0% em C*, 39,0% em HDL* e 12,1% em ALT) e ao E (11,3%, 4,2% e 20,5%; 30,4%*, 35,0%* e 5,9%, respectivamente). Os grupos pré-tratados com R apresentaram uma acentuação nessa redução do o C, HDL e ALT tanto quando foram comparados ao controle (R0,1+E= 26,3% em C*, 11,0% em HDL e 25,1% em ALT*; R1+E= 42,1% em C*, 33,4% em HDL* e 35,0% em ALT*) quanto ao E (33,4%*, 5,1% e 19,9%; 47,6%*, 29,0%* e 30,4%*, respectivamente). Nenhum resultado significativo foi observado nos testes de G e AST quando comparados ao controle (G= 166,8+4,2; AST= 90,0+7,7) e os dados referentes ao TGI permaneceram inconclusivos, necessitando de nova aferição. Os resultados seguidos de * apresentaram diferença significativa dentro do teste estatístico escolhido para comparação (ANOVA, Turkey, post hoc, programa GraphPad Prism 3.0 para Windows, p< 0,05). |
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CONCLUSÕES:
Esses resultados sugerem que a risperidona apresenta um efeito redutor nos níveis de C, HDL e ALT após tratamento crônico com etanol, não demonstrando somação ou reversão significativa de efeitos. |
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Instituição de fomento: FUNCAP | ||
Palavras-chave: Etanol; Neurolépticos; Material Hepático. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |