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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
ACONSELHAMENTO EM HIV/AIDS: REFLEXÕES À LUZ DE PAULO FREIRE
Karla Corrêa Lima Miranda 1, 2 (karlamiranda@terra.com.br) e Maria Grasiela Teixeira Barroso 2
(1. Departamento de Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará -UECE. Hospital São José de Doenças Infec; 2. Departamento de Enfermagem, Universidade Federal do Ceará.)
INTRODUÇÃO:
A infecção pelo Vírus da Imunodeficência Adquirida se configura como um sério problema das políticas e práticas de saúde pública e também tem trazido questões complexas, perdas, preconceitos. O aconselhamento é um estratégia teórica e metodológica que vai dar suporte ao profissional para lidar com a complexidade implicada no panorama da infecção e da doença. Entendemos o aconselhamento como um momento em que o aconselhador poderá potencializar o sujeito para a interpretação de sua realidade, como também ter autonomia para realizar suas escolhas, isto é, um momento educativo na perspectiva de Paulo Freire. Neste contexto, este estudo teve como objetivo investigar as estratégias utilizadas pelos profissionais de saúde no aconselhamento em HIV/AIDS.
METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa com característica qualitativa, inspirada na teoria e prática de Paulo Freire. Como técnica de análise, utilizamos a análise de conteúdo de Bardin. Para o grupo estudado, o aconselhamento está divido em três momentos: Pensar o aconselhamento, Fazer o aconselhamento e Sentir o aconselhamento.
RESULTADOS:
O aconselhamento ainda está centrado na cognição, mesmo que já se vislumbrem outros conceitos que permeiam este momento. As principais dificuldades do aconselhamento ocorrem em relação aos clientes e à instituição. As principais facilidades estão vinculadas à equipe que, segundo o grupo, tem bom relacionamento. Representa um momento de sofrimento principalmente para o aconselhador por trazer à tona densas questões existenciais.
CONCLUSÕES:
Podemos inferir por meio deste estudo que o aconselhamento é um momento especial, entretanto não se configura ainda como um momento educativo. Nesse sentido, o papel das chefias é altamente valioso, facilitando e motivando os profissionais, inserindo as reuniões na carga horária do profissional. Ademais, o engajamento da equipe médica no aconselhamento é indispensável pois educação é um trabalho conjunto e, como tal, requer a participação de todos os profissionais, como também o diálogo permanente entre Secretarias de Saúde, Programa de Saúde da Família, serviços domiciliares, educação continuada, organizações não-governamentais, escolas e bairros. Juntos poderão somar forças no intuito de fazer do aconselhamento um momento para além da informação, circunstância realmente educativa para a interpretação, intervenção e transformação do sujeito. Para a obtenção deste fim, propomos uma metodologia em aconselhamento, utilizando princípios e conceitos de Paulo Freire.
Instituição de fomento: FUNCAP
Palavras-chave:  HIV/AIDS; Aconselhamento; Educação.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005