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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia | ||
SÍNDROMES HIPERTENSIVAS EM GESTANTES ATENDIDAS NA MATERNIDADE ESCOLA ASSIS CHATEAUBRIAND (MEAC) NO PÉRIODO DE 8 A 12 DE NOVEMBRO DE 2004. | ||
JULIANABRAGA RODRIGUES DE CASTRO 1 (jubrc@yahoo.com.br), PAULA ALVES SALMITO RODRIGUES 1, THAYLISE GIOVANA CRUZ COSTA 1, MICHELE GERMANO CYSNE CARNEIRO 1, MARIA LIDUÍNA FREIRE BEZERRA DE MENEZES 1 e INGRID MELO ARAÚJO 1 | ||
(1. CENTRO DE NUTRIÇÃO, UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ- UECE) | ||
INTRODUÇÃO:
As síndromes hipertensivas complicam 8 a 10% de todas as gestações, sendo importante causa de morbidade e mortalidade materna. As principais síndromes são: hipertensão crônica, Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG), sendo esta última subdividida em pré-eclampsia e eclampsia. Alguns fatores levam ao desenvolvimento dessas síndromes, tais como primeira gravidez, história familiar de hipertensão, ocorrências anteriores de DHEG, ter hipertensão arterial crônica, gestação com parceiros diferentes, condições sócio-econômicas precárias, idade materna precoce ou avançada, nutrição e dieta, tabagismo e consumo de álcool, sendo estes os fatores analisados neste trabalho, além da ocorrência de alguns sinais e sintomas, como pressão arterial elevada, edema, cefaléia, vômitos, visualização de escotomas, dor epigástrica e convulsão. Existem três tipos de tratamento: médico, obstétrico e dietético. Assim, os objetivos desse trabalho foram analisar os fatores determinantes do surgimento dessas síndromes, bem como a incidência dos sintomas e suas conseqüências negativas, em gestantes atendidas no Ambulatório de Risco da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC), no município de Fortaleza, Ceará, com intuito de auxiliar na prevenção e no tratamento dessas patologias. |
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METODOLOGIA:
A pesquisa realizada foi um estudo de caso com abordagem quantitativa sobre a temática, o que permitiu observar, registrar e analisar os dados obtidos, tendo como universo o Ambulatório de Risco da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC), instituição pública de referência localizada no bairro do Porangabussu, no município de Fortaleza. A amostra utilizada nessa pesquisa foi composta de 14 gestantes hipertensas atendidas no Ambulatório de Risco da MEAC no período de 8 a 12 de novembro de 2004, sem a distinção de idade, nível sócio-econômico ou grau de instrução. Os dados foram coletados usando, como instrumento, um formulário com 22 questões objetivas e 4 questões subjetivas aplicado às gestantes hipertensas citadas, e foram coletados pelas pesquisadoras responsáveis pela elaboração do projeto. Por se tratar de uma pesquisa quantitativa, os resultados foram analisados e demonstrados pelo método bioestatístico de freqüência (percentagem). |
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RESULTADOS:
Durante a análise dos dados, verificou-se que 36% da amostra apresentava hipertensão crônica e que 64% apresentava DHEG. Os sintomas analisados surgiram nos primeiros meses, tanto para as gestantes com DHEG quanto para as hipertensas crônicas, e estes se manifestaram com prevalência maior que 30% para ambos os grupos de gestantes. Com relação ao número de gravidezes tanto para as portadoras de DHEG quanto para as hipertensas crônicas a prevalência foi maior entre as multíparas; dentre as portadoras de DHEG 100% dos filhos tinham o mesmo pai, enquanto que para o outro grupo, esse índice foi de 40%. A faixa etária predominante nessas gestantes foi entre 21 e 30 anos (64,3%). Foi encontrado baixo grau de escolaridade em 71,4% da amostra (concluído até 1º grau), e condições financeiras precárias em 57,1% (renda até 1 salário).Um total de 86% das gestantes analisado não fazia o uso de tabaco ou bebidas alcoólicas. Com relação à existência de histórico familiar de hipertensão 57,8% da amostra mostrou-se positiva. Com relação ao uso de medicamentos hipotensores, 57,1% da amostra mostrou-se desfavorável ao uso, dentre as que faziam uso de medicação, o Metildopa foi o de eleição (66,6%).A dieta utilizada por essas gestantes baseava-se predominantemente no consumo de carboidratos e proteínas.Verificou-se que com relação ao uso de sal e gorduras, as normas dietéticas estavam sendo parcialmente cumpridas. |
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CONCLUSÕES:
Nas gestantes atendidas no ambulatório de risco da MEAC, fatores como condições socioeconômicas precárias, histórico familiar de hipertensão e o fato da mãe ser primigesta mostraram-se com elementos relevantes no desenvolvimento dessas síndromes, ao passo que, consumo de álcool e tabaco e o fato dos filhos serem descendentes de pais diferentes não influenciaram substancialmente no desenvolvimento patológico destas. Concluí-se ainda que a orientação nutricional a essas gestantes, quando realizada, é de forma insuficiente e inadequada, o que acarreta o consumo de uma dieta imprópria por parte dessas mulheres. |
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Palavras-chave: SÍNDROMES HIPERTENSIVAS; FATORES PREDISPONENTES; GESTANTES. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |