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G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 1. Geografia Humana | ||
GUAIÚBA NA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA | ||
Suzana Machado Arruda 1 (suzanaarruda@yahoo.com.br) | ||
(1. Departamento de Geociências, Faculdade de Geografia - UECE) | ||
INTRODUÇÃO:
O crescimento alcançado pelas cidades que compõem a Região Metropolitana de Fortaleza, nestas últimas décadas, levanta uma série de questões sobre a natureza dessa ordenação territorial. Criada em 1973, a RMF só veio a apresentar uma maior funcionalidade urbana posteriormente, com a intensificação das funções de trabalho e moradia, ou seja, com a instalação de indústrias e conjuntos habitacionais, principalmente no final da década de 70. Desta forma, a presente pesquisa tem por objetivo, analisar o crescimento urbano do município de Guaiúba, pertencente à RMF, bem como as relações de metropolização estabelecidas entre este município e a metrópole, Fortaleza, no período compreendido de 1973, quando a RMF foi criada, à 2000. No caso de Guaiúba, pretende-se identificar as mudanças ocorridas no município em conseqüência deste ter deixado de ser distrito de Pacatuba para ser incorporado à RMF, em 1989, qual sua funcionalidade diante da RMF e quais tipos de relações este estabelece com os demais municípios da RMF e principalmente, com Fortaleza. Tendo por base os processos constitutivos da urbanização metropolitana a pesquisa apóia-se nos conceitos de metrópole, metropolização e território, conceitos estes inseridos no âmbito da Geografia Humana e mais especificamente da Geografia Urbana. Assim sendo, consideramos fundamental a discussão desses conceitos de modo que possamos chegar não só ao entendimento da realidade mas avançar também no que se refere à base teórica da pesquisa. |
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METODOLOGIA:
O projeto aqui apresentado, inclui-se em uma das linhas de pesquisa do Laboratório de Estudos Urbanos e Geografia Cultural (LEURC) do curso de Geografia da UECE, que trata do estudo da cidade e do urbano. O citado laboratório dispõe de um corpo de professores e de estudante de pós-graduação e graduação, constituindo-se de uma unidade acadêmica de estudo e de produção do conhecimento, o que favorece um maior desempenho do aluno bolsista. A presente pesquisa foi então desenvolvida através da coleta de informações contidas em censos (IBGE), anuários, jornais, internet, prefeituras, além de outras fontes, ordenamentos de dados estatísticos traçando-se comparativos históricos entre as diversas variáveis (elaboração de tabelas que compreendem o período de 1970 a 2000), fundamentação teórica baseada em material bibliográfico especializado, trabalhos e dissertações de cunho técnico-científicos, como também em outras variações de fontes escritas (leitura, fichamento e exercício da escrita através da elaboração de textos baseados na bibliografia), utilização da cartografia e geoprocessamento (elaboração de mapas e cartogramas) além de visitas de campo ao município com o intuito de coletar os dados, realizar entrevistas, identificar singularidades, compreender seus processos e fazer observações empíricas à cerca de sua realidade e de sua dinâmica atual. |
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RESULTADOS:
Relacionando as informações obtidas através da análise das tabelas, gráficos e mapas construídos e das leituras realizadas, com diversas variáveis, chegamos à algumas interpretações. Em relação à urbanização das regiões metropolitanas podemos notar que, embora as metrópoles apresentem crescimento maior que o do país como um todo, seu ritmo diminuiu. Muitos municípios centrais estão apresentando crescimento pouco significativo ou até mesmo negativo, enquanto as periferias das metrópoles crescem mais que o núcleo central. No que se refere à Guaiúba, podemos notar que, sua população residente apresenta hoje um quadro bastante diversificado da época de 1970, onde Guaiúba (ainda distrito de Pacatuba) e Fortaleza eram os únicos municípios da RMF que apresentavam uma população urbana superior à população rural. De 1980 para 1991, sua taxa geométrica de crescimento da população é de 7,84%, que só é menor que a de Maracanaú, que apresentou uma taxa de 13,80%. Sua taxa de urbanização sofreu uma evolução considerável de 1991, 57,21%, para 2000, 78,51%. A porcentagem de pessoas que vivem em domicílios com energia elétrica em 1991 é de 61,69%, o que muda em 2000 para 89,21%. Com relação à porcentagem da renda domiciliar apropriada por faixas da população, podemos verificar que em Guaiúba, de 1991 para 2000, a porcentagem da renda apropriada pelos 20% mais pobres passou de 5,54% para 2,72%, ou seja, a população mais carente ficou ainda mais pobre. |
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CONCLUSÕES:
Podemos então, através das interpretações feitas no decorrer da pesquisa, compreender a realidade do município de Guaiúba, localizar e situar temporalmente os processos constitutivos do mesmo e sua dinâmica sócio-demográfica e econômica. Desta forma, podemos tentar compreender sob quais aspectos Guaiúba vem modificando-se mais intensamente, que tipos de investimentos são feitos no município, de que forma o Estado intervém, que tipo de relação Guaiúba estabelece com os demais municípios da RMF, qual a porcentagem de pessoas que tem acesso aos serviços básicos necessários, qual o nível de concentração de renda da população, o nível educacional da mesma e a situação de sua rede de ensino, que tipo de atividades são realizadas por seus habitantes, qual sua participação no PIB do Estado do Ceará, dentre diversos outros fatores. Através destas diversas possibilidades de análise, podemos então deflagrar a realidade do município e alertar para o crescimento do mesmo, o que exige, evidentemente, atenção devido às conseqüências sócio-ambientais decorrentes da velocidade do processo de urbanização. |
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Instituição de fomento: CNPQ | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Metrópole; Metropolização; Território. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |