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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL EM CRAINÇAS DE 1 A 5 ANOS NO BAIRRO SANTA MARIA, ARACAJU-SE (2003-2004)
Acácio Ramos Trindade 1, Anúsia Oliveira Gonçalves 1, Gilza Silva dos Santos 1, Lasiene Feitosa da Silva 1, Leane Rodrigues Fontes 1 e Maria da Pureza Ramos de Santa Rosa 1
(1. Departamento de Enfermagem, Universidade Tiradentes - UNIT)
INTRODUÇÃO:
A desnutrição é conceituada como sendo uma doença da população carente e que atinge mais crianças que adultos, no qual o afetado tem baixo teor nutritivo em seu organismo. A carência nutricional infantil está presente em quase todo o país, atingindo principalmente a região Nordeste em crianças de 1 a 5 anos de idade. Esse tipo de deficiência pode levar as crianças à morte no primeiro ano de vida e, quando não mortas, deixa seqüelas muitas vezes irreparáveis, tais como: raquitismo, atraso intelectual, perda do paladar e olfato, hemorragias, kwashiorkor, problemas psicossociais, dentre outros. Em Sergipe, até o ano de 2000, a cada 1000 crianças nascidas vivas 34 morriam com menos de um ano. Após a implantação do Programa de Saúde da Família (PSF), que tem como principal finalidade a prevenção de doenças, foi verificada uma redução de mortalidade infantil em todo o Brasil. A pesquisa objetivou descrever o estado nutricional das crianças de 1 a 5 anos de idade num bairro pobre da capital Aracaju, no período 2003-2004.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo que teve como instrumento de pesquisa um questionário aplicado em visitas domiciliares, contendo questões relacionadas ao crescimento/desenvolvimento da criança, sua alimentação (aleitamento materno e a proporção de ingestão de proteínas, carboidratos, lipídios e vitaminas), e suas condições sociais (renda, emprego, condições de moradia e educação). Para avaliar o estado nutricional das crianças, foram utilizadas as medidas antropométricas (peso/altura) de cada criança em relação à sua respectiva faixa etária. O universo da pesquisa correspondeu a 3 regiões do bairro Santa Maria em Aracaju, padronizadas pelo PSF como áreas Rosa, Laranja e Verde. Como amostra, foram escolhidas aleatoriamente 40 famílias, somando um total de 120 crianças de 1 a 5 anos investigadas.
RESULTADOS:
Os resultados obtidos mostram que 70% das crianças nasceram com peso superior a 2.500g, ou seja, acima do esperado para uma criança saudável. Durante a pesquisa, verificou-se que 15% do total se encontravam desnutridas. Em todos os casos, de desnutrição, as crianças não foram amamentadas ou a amamentação foi realizada num período inadequado. Além disso, a alimentação dessas crianças é pobre em proteínas ou em nutrientes suficientes para esta fase, podendo apresentar sintomas de marasmo ou Kwashiorkor que são, respectivamente, situações de carências energética e proteica. 40% das famílias vivem com menos de um salário mínimo, 15% vive com um salário e 45% com mais de um salário. 76,40% dos chefes de família se encontram desempregados e 80% das crianças freqüentam a escola. Esses números comprovam que a desnutrição da comunidade está ligada à condição de pobreza e a ausência de condição de saúde. Embora, o PSF assista essas comunidades e tenha melhorado suas condições de saúde atuais, ainda existe uma carência sócio-econômica que leva a essa situação de carência nutricional.
CONCLUSÕES:
Pelo que foi observado por essa pesquisa, a comunidade necessita de orientações sobre a importância de uma alimentação nutritiva e que siga o princípio da variedade, proporção e moderação. O aleitamento materno, que é o primeiro e grande alimento no combate às doenças infantis, é outro ponto que deve ser abordado e reforçado para que se destruam os mitos em torno desse assunto. Pois se observou que as crianças que foram adequadamente amamentadas não apresentaram desnutrição. Portanto, as condições sociais dessa população têm relação direta com suas condições de saúde.
Palavras-chave:  Desnutrição infantil; Alimentação; Aleitamento materno.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005