Visualização de Resumos

D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 6. Farmácia

AVALIAÇÃO DA ANSIEDADE, UTILIZANDO LABIRINTO ELEVADO EM CRUZ, EM RATOS ADULTOS TRATADOS COM FLUOXETINA NO PERÍODO NEONATAL

Fernanda Tatiane Medeiros de Oliveira ¹ (fertatiane@ig.com.br), Karoline de Moura Ramos ¹, Suênia Xavier Gonçalves ¹, Viviane Regina de Souza Santos ¹, Renata de Melo Guerra Ribas ², Ana Carolina Lima Cirino ¹, Alicinez Guerra Albuquerque ¹, Ana Késia de Souza Lima ¹, Valdenilson Ribeiro Ribas ^{1, 2} e Raul Manhães de Castro ^{1, 3, 4}

(1. Pesquisador (a) do Laborat. de Fisiol. da Nutrição do Depto de Nutrição, UFPE; 2. Pós-Graduando (a) do Depto de Neuropsiquiatria, UFPE; 3. Prof. Dr. do Depto de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco, UFPE; 4. Prof. Dr. do Depto de Neuropsiquiatria da Universidade Federal de PE, UFPE)

INTRODUÇÃO:
No desenvolvimento do sistema nervoso, eventos como: neurogênese, gliogênese, diferenciação neuronal, migração de neurônios, mielinização e sinaptogênese, ocorrem, nesta ordem e, sobretudo, com muita rapidez. Essa seqüência determina a composição neuroquímica e a estrutura morfofuncional definitiva no indivíduo adulto. A velocidade e a multiplicidade desses acontecimentos, no início do desenvolvimento desse sistema fisiológico, permitiu que se denominasse de período crítico do desenvolvimento do sistema nervoso, que pode variar entre as espécies. No homem, começa no último trimestre gestacional continuando até 2 a 4 anos de vida e no rato corresponde às três primeiras semanas de vida pós-natal que coincide com o período de lactação. Essas características tornam o rato um dos animais escolhidos para o estudo da ontogênese nervosa. Vários estudos demonstram que a administração de fármacos, nesta fase, afeta o sistema de neurotransmissores, dentre eles, o serotoninérgico. Pesquisas em animais e em humanos apontam o papel da serotonina em transtornos afetivos como ansiedade. O objetivo deste estudo foi avaliar a ansiedade de ratos adultos, que foram tratados com Fluoxetina, no período neonatal, utilizando o labirinto elevado em cruz. Embora, sejam vários os achados na literatura com pesquisas envolvendo a fisiologia da ansiedade, pouco se tem estudado sobre repercussões do tratamento crônico com antidepressivos.

METODOLOGIA:
Foram utilizados ratos machos Wistar neonatos, provenientes da colônia do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Esses animais foram mantidos sob condições padrão do biotério à temperatura de 24º ± 1º C; submetidos a um ciclo artificial claro-escuro de 12/12 horas. Para formação das ninhadas, os animais foram selecionados 24 horas após o nascimento. Posteriormente, distribuídos em ninhadas de seis filhotes por mãe – proporção esta que parece ser a ideal para o aleitamento dos filhotes. Os filhotes foram divididos, em 2 grupos: Controle (SAL=31), que recebeu um volume equivalente de solução salina (NaCl 0,9%, sc) e Fluoxetina (F=30), (10mg/Kg, sc). Os tratamentos foram diariamente do primeiro ao vigésimo primeiro dia de vida. Os animais de cada grupo foram submetidos ao teste de ansiedade, utilizando o modelo experimental do Labirinto Elevado em Cruz aos 90 dias de vida. Este modelo experimental é baseado no medo inato que os roedores tem pelo espaço aberto e elevado. Cada animal é colocado no espaço central do aparelho e observado por 5 minutos por uma pessoa treinada a 1,5m do centro, registrando o tempo de permanência em cada braço. O resultado da percentagem do total de tempo gasto nos Braços Abertos têm sido usados como índice de ansiedade. Categorias comportamentais medidas: Tempo, em segundos, de permanências nos Braços Abertos (TBA) e Tempo, em segundos, de permanência nos Braços Fechados (TBF).

RESULTADOS:
Foram utilizados os testes t-student (p>0,05) e Mann-Whitney (p<0,05) para análise dos resultados. Os resultados das avaliações foram em médias para os dados paramétricos, como a evolução ponderal nos 21 primeiros dias de vida e em medianas para os dados não paramétricos, como no caso do Tempo de permanência dos Braços Abertos, sendo que, em relação ao Tempo de permanência dos animais nos braços abertos, foi feito um cálculo, para cada animal, do percentual do tempo gasto nos braços abertos em relação ao tempo gasto nos dois braços, já que entre os braços abertos e os fechados, há um espaço no centro do labirinto, onde os animais têm que transitar. No grupo Fluoxetina houve uma diminuição do peso corporal do quinto (12,03 ± 1,46) ao vigésimo primeiro (39,15 ± 5,59) dia de vida, quando comparado ao grupo controle (12,42 ± 1,52; 48,83 ± 4,65). O grupo FLX também apresentou menor Tempo de permanência nos Braços Abertos FLX=(8,9, 0-56) que o grupo SAL=(13,6, 0-39,5). Contudo, Não houve diferença estatística significativa na duração do Tempo de permanência nos Braços Abertos dos animais do grupo FLX comparados aos do grupo SAL (P=0,289).

CONCLUSÕES:
O tratamento neonatal com Inibidor Seletivo de Recaptação de Serotonina (Fluoxetina 10mg/Kg, sc) reduz o peso corporal, mas, não altera, nesta concentração, a susceptibilidade do comportamento de ansiedade no teste com o modelo experimental do labirinto elevado em cruz. As alterações relativas à redução do peso dos animais parecem persistir até a idade adulta e possivelmente envolvem modificações no sistema serotoninérgico.

Instituição de fomento: CNPq , PROIN , CAPES-PQI

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: Ansiedade Experimental; Labirinto Elevado em Cruz; Tratamento neonatal com fluoxetina.

Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005