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D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 7. Ortodontia | ||
ESTUDO COMPARATIVO DA FORÇA PRODUZIDA POR MOLAS HELICOIDAIS ABERTAS DE AÇO E DE NÍQUEL TITÂNIO | ||
Mardônio Rodrigues Pinto 1 (mardoniopinto@ig.com.br), Margareth Maria Gomes de Souza 1 e Carlos Nelson Elias 2 | ||
(1. Depto de Odontopediatria e Ortodontia, Fac. de Odontologia - UFRJ; 2. Depto de Ciência dos Materiais - UFF) | ||
INTRODUÇÃO:
A busca de uma força ótima durante o tratamento ortodôntico têm impulsionado muitos pesquisadores a se dedicarem ao estudo do desenvolvimento de novos materiais que possam alcançar este ideal. Dessa forma, a indústria têm suprido o ortodontista de materiais os mais variados possíveis, com indicações de uso que os tornam tentadores. O uso de molas helicoidais tem sido sugerido em muitos trabalhos como uma alternativa ao uso dos elásticos em cadeia. Inicialmente composta de ligas de aço, essas molas podiam ser encontradas em duas modalidades: abertas e fechadas. Com o surgimento da liga de níquel-titânio, não tardou para que aparecessem no mercado as molas compostas por este material, oferecendo dissipação menor de forças quando comparadas as suas antecessoras. A grande maleabilidade desse material permite que esse tipo de mola permaneça ativa, mesmo diante de grandes alterações de tamanho, o que pode mascarar a força que está sendo aplicada clinicamente. Portanto, é impressindível que o profissional tenha noção da carga que está sendo dissipada durante a utilização dessas molas. O propósito deste estudo é avaliar a força liberada pela mola helicoidal aberta de aço e de níquel-titânio quando submetida a um ensaio de compressão, bem como, o grau de deformação permanente apresentado pelas mesmas. Orientando dessa forma, o profissional durante a escolha do material mais indicado para se trabalhar, evitando procedimentos que possam causar danos permanentes aos pacientes. |
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METODOLOGIA:
Para esse estudo foram avaliados 20 segmentos de molas helicoidais abertas (Morelli) com 10 mm de comprimento cada; sendo 10 deles composto por molas de aço inoxidável e 10 por molas de Níquel-Titânio (Ni-Ti). Para a realização dos testes, foram desenvolvidos dois dispositivos: o primeiro constituído de um tubo de pvc onde foi inserido resina acrílica autopolimerizável e colocado um fio retangular 0,019”x 0,026” de 50 mm de comprimento, que serviu de suporte para a mola helicoidal durante os testes. O segundo dispositivo constou de um mandril adaptado, que foi acoplado na ponta ativa da máquina de Ensaio Universal Emic DL 10000 (Figura 3), servindo como um tubo guia para que o fio retangular penetrasse e deslizasse no interior do mesmo, possibilitando deformar o segmento de mola então estudado. As molas foram comprimidas à temperatura ambiente de 21º e velocidade média de 2.0 mm/min do tamanho inicial de 10 mm até 5 mm aproximadamente e em seguida descomprimidas, sendo registrado a força gerada durante a compressão e a descompressão. |
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RESULTADOS:
A mola de aço necessitou de força média de 130g para cada milímetro comprimido, até atingir a força máxima de 676g para os 5mm previstos inicialmente. A mola de níquel-titânio necessitou de força média de 70g para cada milímetro comprimido, atingindo força máxima de 358g para a compressão dos 5mm determinados. Notou-se que houve uma queda abrupta da força logo no primeiro 0,5 milímetro de descompressão; na mola de aço essa força cai de 676g para 468g e na de NiTi de 358g para aproximadamente 124g. A partir daí, a mola de aço começou a liberar força de forma continua e proporcional, verificando-se a liberação média de 100g para cada milímetro retornado. Já a mola de NiTi, após a primeira queda de força apresentou comportamento diferente com relação a mola anteriormente citada; a força manteve-se praticamente constante durante os dois milímetros seguintes (100g); sendo que a partir do ponto 2,5mm de deslocamento, a força começa a diminuir na proporção de 38g/mm até chegar a zero. A mola de aço apresentou uma deformação real de aproximadamente 0,5mm entre o comprimento inicial e o comprimento final depois do ensaio, enquanto que a mola de NiTi apresentou 0,25mm de deformação real após o ensaio. |
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CONCLUSÕES:
As molas de NiTi apresentaram melhor desempenho que as de aço inoxidável, mantendo forças mais constantes e de baixa intensidade, tornando-as desse modo, mais indicadas como auxiliar na movimentação dentária. Todavia, mais estudos devem ser realizados em busca de encontrar materiais que possam satisfazer as necessidades individuais de cada dente, bem como a resposta biológica à força constante, para que assim, se alcançe o resultado almejado para cada paciente. |
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Instituição de fomento: CAPES | ||
Palavras-chave: ORTODONTIA; MOLAS HELICOIDAIS; ENSAIO MECÂNICO. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |