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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
TERAPIA OCUPACIONAL COM CAVALOS (EQÜOTERAPIA) E BENEFÍCIOS POSTURAIS MENSURÁVEIS EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL (DIPLÉGICAS E QUADRIPLÉGICAS)
Ana Eugênia Ribeiro Araujo e Araujo 1 (euggenia@hotmail.com) e Barbara Tereza Fonseca da Silva 2
(1. Depto. de Ciências Fisiológicas, CCBS, UFMA; 2. Depto. de Ciências Fisiológicas, CCBS, UFMA)
INTRODUÇÃO:
Crianças com paralisia cerebral manifestam desvios de postura, assimetrias e deformidades variadas. As características da espasticidade estão relacionadas com os diversos tratamentos indicados, desde o cirúrgico e o farmacológico, até o terapêutico ocupacional e fisioterápico. A terapia ocupacional visa melhorar a estabilidade postural em crianças com paralisia cerebral. O objetivo deste trabalho foi mensurar quantitativamente as mudanças posturais em crianças com paralisia cerebral, diplégicas e quadriplégicas, após a participação em um programa de eqüoterapia (terapia com cavalos).
METODOLOGIA:
Crianças (n = 16) com diagnóstico de paralisia cerebral do tipo espástica, nove com diplegia e sete com quadriplegia, sendo onze meninas e cinco meninos, com idade variando de dois a doze anos, foram selecionadas para avaliação postural antes e depois do programa de eqüoterapia realizado na sede da Academia da Polícia Militar do Estado do Maranhão. As sessões foram semanais, com quarenta e cinco minutos de duração, durante seis meses, em 2004. As avaliações foram feitas por um terapeuta ocupacional, de acordo com uma escala padronizada, com ênfase nos pontos de alinhamento e de simetria da cabeça e pescoço, ombros e escápula, tronco, coluna vertebral e pélvis. Foram estimadas as médias (± desvio padrão) para cada área corporal e para o total das áreas, antes e depois da eqüoterapia, e comparadas pelo teste t. Foram feitas análises de correlação entre as variáveis estudadas.
RESULTADOS:
As médias e desvio padrão da avaliação postural antes do programa de eqüoterapia foram: a) cabeça e pescoço - 1,2 ± 0,9; b) ombros e escápulas - 0,8 ± 0,7; c) tronco - 0,3 ± 0,5; d) coluna vertebral - 0,4 ± 0,5; e) pélvis - 1,1 ± 0,6; e f) total - 3,8 ± 2,0. As médias e desvio padrão da avaliação postural depois do programa de eqüoterapia foram: a) cabeça e pescoço - 2,4 ± 0,7; b) ombros e escápulas - 2,2 ± 0,5; c) tronco - 2,1 ± 0,7; d) coluna vertebral - 2,1 ± 0,6; e) pélvis - 2,5 ± 0,6; e f) total - 11,3 ± 2,3. As diferenças das avaliações antes e depois foram estatisticamente significantes (p < 0,001) para cada item. As crianças apresentaram os maiores benefícios posturais no alinhamento e simetria do tronco e da coluna vertebral. Não houve correlação significante entre a melhora postural e a idade, sexo ou tipo de paralisia cerebral. Mas houve correlação positiva entre os valores da avaliação postural antes e depois do programa de eqüoterapia (Coeficiente de Pearson = 0,56; p < 0,05).
CONCLUSÕES:
Após o programa de seis meses de eqüoterapia, benefícios posturais estatisticamente significantes foram verificados em todas as áreas corporais nas crianças com paralisia cerebral espástica, principalmente naquelas que apresentavam as piores condições de alinhamento e de simetria antes da eqüoterapia, como o tronco e a coluna vertebral.
Instituição de fomento: Academia da Polícia Militar do Estado do Maranhão
Palavras-chave:  Eqüoterapia; Paralisia Cerebral; Postura.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005