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D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 3. Análise Nutricional de População | ||
USO DE CHUPETA E PREVALÊNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO EM CRIANÇAS MENORES DE 1 ANO NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ - MT. | ||
Giovanny Vinícius Araújo de França 1 (giovanny_ufmt@yahoo.com.br), Letícia Pacífico Queiroz Salustiano 1 e Gisela Soares Brunken 2 | ||
(1. Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT; 2. Dpto de Saúde Coletiva, Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT) | ||
INTRODUÇÃO:
É sabido que muitos fatores influenciam a duração do aleitamento materno, incluindo as práticas culturais, a realização do pré-natal, a educação em saúde. Dentre tais fatores, pode-se destacar o uso de chupetas e mamadeiras que, potencialmente, levam à diminuição da freqüência com que as crianças são amamentadas, além de estar associada a doenças infecciosas. Chupetas são freqüentemente utilizadas por crianças em países menos desenvolvidos, apesar de ter seu uso desaconselhado pela Organização Mundial de Saúde e pela Academia Americana de Pediatria. Alguns autores destacam a importância do aspecto cultural envolvido nesta prática, considerando o uso de chupetas um indicador de problemas com a amamentação. O presente estudo tem por objetivo levantar o uso de chupetas dentre crianças menores de 1 ano no município de Cuiabá-MT, relacionando-o à prevalência do aleitamento materno. Conhecer os hábitos locais em relação ao uso de chupetas permite traçar estratégias a fim de conscientizar profissionais da saúde e população sobre os efeitos de tais práticas. |
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METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo do tipo transversal analítico, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso. Foi realizado no primeiro dia da Campanha de Vacinação do ano de 2004, em unidades de vacinação. O município de Cuiabá tem uma população total de 483.346 habitantes, sendo 8.459 crianças menores de 12 meses, segundo o IBGE. Optou-se pelo modelo amostral de conglomerados para composição da amostra, procurando garantir representatividade da população estudada. Para coleta de dados foram feitas entrevistas, utilizando-se um questionário semi-estruturado aplicado às mães ou acompanhantes das crianças. A amostra constituiu-se de 921 crianças, sendo 481 do sexo masculino e 440 do sexo feminino, o que corresponde, respectivamente, a 52,2% e 47,8% do total. Para cálculo da prevalência do aleitamento materno foram consideradas todas as crianças que eram amamentadas, independente do consumo de outros alimentos. Foram desconsiderados três questionários por apresentarem a resposta NÃO SEI para as variáveis analisadas. As análises estatísticas foram feitas através do teste do qui-quadrado e determinação do p-valor, utilizando-se o programa Epi Info versão 6.0. |
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RESULTADOS:
No dia da vacinação, 74,3% das crianças eram amamentadas no peito, considerando-se 919 questionários; 35,0% utilizavam-se de chupetas. Dentre as crianças que consumiam leite materno, 75,0% não utilizava chupeta, sendo que esta prática ficou mais evidente entre crianças que não eram amamentadas. Observou-se forte associação entre o uso de chupetas e a menor prevalência do aleitamento materno, obtendo-se significância estatística para o teste do qui-quadrado (p<0,001). |
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CONCLUSÕES:
A prevalência do aleitamento materno no município de Cuiabá entre crianças menores de 1 ano (74,3%) se encontra superior à média brasileira (66,8%), sendo maior para crianças que não utilizam chupeta. Esta se apresenta como um fator associado ao desmame, observando-se que o hábito de utilizar chupeta é mais presente dentre crianças que não são amamentadas. Estudos vêm demonstrando os efeitos negativos em relação à amamentação provocados pelo uso de chupeta, como o realizado na cidade de Feira de Santana, na Bahia, por Vieira et al (2004). Fatores, como os conhecimentos maternos a respeito da prática de amamentar, influenciam a escolha de oferecer ou não chupeta às crianças e, conseqüentemente, a duração do aleitamento materno. Por isso, conscientizar mães sobre os malefícios dessa prática pode contribuir, significantemente, para aumentar a prevalência do aleitamento materno. É importante, também, que profissionais da saúde estejam atentos ao uso da chupeta, procurando identificar as dificuldades na amamentação que esta prática evidencia. |
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Instituição de fomento: CNPq - PIBIC | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Aleitamento Materno; Chupeta; Práticas alimentares. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |