IMPRIMIR VOLTAR
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 4. Ecologia
QUALIDADE DA ÁGUA CONSUMIDA NAS COMUNIDADES DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ, BOM SOCORRO E PARAÍSO.
Megara Barbosa da Silva 3 (mebarbosa@uea.edu.br), Alcindo de Jesus Vieira 1, Luzinéia Machado Teixeira 1, José Roberto de Souza Teixeira 1, 2 e Salomão Batista Marialva 1
(1. Graduando do Depto. de Ciências Biológicas, Univ. do Estado do Amazonas - UEA.; 2. Téc. de laboratório de análise de água, Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE; 3. Prof. do Depto. de Ciências Biológicas, Univ. do Estado do Amazonas – UEA.)
INTRODUÇÃO:
Durante milênios, a humanidade considerou a água como algo que não se modificaria, não seria escasso e estaria sempre limpa para consumo. Em vinte e cinco anos, 1/3 da população da Terra poderá ficar sem água, se não forem tomadas medidas urgentes. A ingestão de água potável é um dos mais importantes fatores para a conservação da saúde. Conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde), órgão da ONU, 80% das internações hospitalares no mundo são devidas às doenças transmitidas pela água. No Brasil, 65% das internações hospitalares deve-se a esse fato, provocadas por doenças como desinteria, hepatite, meningite, ascaridíase, tracoma, esquistossomose e outras, ou seja, muitos brasileiros estão ingerindo água de má qualidade, uma vez que, água limpa nem sempre é sinônimo de água potável. O Estado do Amazonas, que possui grande reserva de água doce, não está ausente desse contexto. No município de Parintins, em comunidades rurais, há ocorrência dessas enfermidades, principalmente em crianças. Dessa forma, o desenvolvimento deste projeto nas comunidades rurais de Nossa Senhora de Nazaré, Bom Socorro e Paraíso, teve como objetivo conhecer por meio de análises laboratoriais, a qualidade da água que os comunitários utilizam para satisfazer suas necessidades básicas e informá-los sobre a importância do consumo de água potável; procedimentos comuns que poderão utilizar para purificar a água; principais doenças de veiculação hídrica e necessidade de proteger o meio ambiente.
METODOLOGIA:
Para chegar até às comunidades e executar algumas atividades, fez-se viagens utilizando embarcação regional como meio de transporte. As análises laboratoriais voltaram-se para os parâmetros microbiológicos e físico-químicos e utilizaram-se materiais e técnicas conforme Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde. No dia anterior às coletas das amostras, preparou-se no laboratório do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parintins), os meios de culturas necessários para as análises microbiológicas. Para tais análises usaram-se métodos tipo Tubos Múltiplos, Membrana Filtrante e Contagem Padrão de Bactérias Heterotróficas. Na realização das coletas de amostras, procedeu-se conforme técnicas específicas, como forma de evitar qualquer comprometimento da amostra. Coletaram-se amostras no mês de março e agosto de 2004, oriundas do sistema de abastecimento comunitário e do lago da localidade, o que ocasionou a execução de duas análises laboratoriais. Nas atividades de campo, registraram-se informações referentes a cada amostra e utilizaram-se frascos de vidro de 100ml e polietileno de 1000ml para as coletas. As amostras foram transportadas até o laboratório, condicionadas em uma caixa térmica onde havia gelo. As análises laboratoriais iniciaram-se no mesmo dia da coleta, como forma de garantir a autenticidade dos resultados da pesquisa. Na execução de palestras utilizaram-se materiais didáticos adequados, explorando-se o resultado das análises.
RESULTADOS:
Na primeira análise microbiológica, os resultados foram positivos nas três comunidades para coliformes totais. No método MF, somente na amostra da Comunidade de Nossa Senhora de Nazaré, o resultado foi positivo para coliformes fecais. No método CPBH o resultado foi negativo, pois, o número de colônias observado era inferior ao máximo permitido. Na segunda análise, os resultados foram positivos para coliformes totais e negativos no método CPBH, apenas a amostra da Comunidade do Paraíso forneceu resultado positivo para coliformes fecais no método MF. Nas análises físico-químico realizadas na hora da coleta, tais como, temperatura, pH e turbidez, a água de todas as comunidades estavam de acordo com os padrões necessários, com exceção da água da Comunidade do Bom Socorro, que na segunda coleta, a água do sistema de abastecimento, apresentava em seu corpo, grande quantidade de areia. As análises físico-químico realizadas no laboratório referentes a O2, O2, CaCO3, NO3N, NO2N, Fe, Mn, Al e NH3, com todas as amostras coletadas, os resultados obtidos estavam em conformidade com os padrões estabelecidos, pois, tais substâncias encontravam-se em concentrações conforme exigido para consumo humano. A participação dos comunitários tanto na realização dos trabalhos de campo, quanto nas palestras foram relevantes, engrandecendo a necessidade de expandir o conhecimento.
CONCLUSÕES:
Diante dos estudos dos resultados obtidos nos exames microbiológicos, vimos que nas primeiras análises detectou-se a presença de coliformes fecais, na amostra da Comunidade de Nossa Senhora de Nazaré, através do método Membrana Filtrante. Na análise posterior, no mesmo método, obteve-se o mesmo resultado na amostra da Comunidade do Paraíso. A OMS estabelece que “Água potável, é a que apresenta aspecto limpo e transparente; não apresenta cheiro ou gosto objetáveis; não contenha nenhum tipo de microorganismo que possa causar doenças e nenhuma substância em concentrações que possam causar qualquer tipo de dano à saúde do ser humano”. No Brasil, a água para consumo humano, deve atender às exigências da Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde, que estabelece as normas e padrões de potabilidade. Dessa forma, esses resultados vão de encontro ao estabelecido pela OMS e pela Portaria do MS, que caracterizam essa água como de má qualidade e imprópria para consumo humano, uma vez que, estes coliformes indicam a presença de microorganismos patogênicos como a Escherichia coli, que causam riscos à saúde humana. Conforme o exposto, constatou-se que foi relevante a realização deste trabalho e os resultados obtidos foram satisfatórios, sabendo - se, porém, que a freqüência de amostragem deveria ser maior. Portanto, seria essencial que os órgãos competentes cumprissem com suas obrigações, pois, dessa forma estariam contribuindo para melhor qualidade de vida das pessoas.
Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas – FAPEAM. Programa de Fomento à Iniciaçao Cientifica - PROFIC
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  qualidade; água; comunidades.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005