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E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 2. Nutrição e Alimentação Animal
CONCENTRAÇÕES DE NITROGÊNIO AMONIACAL NO LÍQUIDO RUMINAL DE OVINOS ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO SUBPRODUTO DE ACEROLA (Malpighia glabra)
Sueli Freitas dos Santos 1 (sfsantoszootecnia@hotmail.com), Marcos Cláudio Pinheiro Rogério 1, Iran Borges 2, José Neuman Miranda Neiva 3, José Carlos Machado Pimentel 4, Nelson Nogueira de Barros 5, Eloisa Oliveira Simões Saliba 2, Norberto Mario Rodriguez 2, Joaquim Bezerra Costa 1 e Suelem Zíngara Roza de Oliveira 1
(1. Universidade Estadual Vale do Acaraú; 2. Universidade Federal de Minas Gerais; 3. Universidade Federal de Tocantins; 4. EMBRAPA Agroindústria Tropical; 5. EMBRAPA Caprinos)
INTRODUÇÃO:
A mensuração dos níveis de nitrogênio amoniacal (N-NH3) do líquido ruminal de ovinos alimentados com subproduto de acerola é importante para determinar a eficiência de uso da proteína dietética e de produção de proteína microbiana.
A disponibilidade do substrato protéico alimentar à degradação ruminal e o entendimento sobre a reciclagem de nitrogênio, já que o nitrogênio presente no rume pode também ser proveniente da uréia reciclada da descamação epitelial, da lise de células microbianas e da excreção de metabólitos dos microrganismos, são determinantes para este processo.
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a disponibilidade de N-NH3 de ovinos em terminação, que receberam dieta composta de capim elefante, milho, torta de algodão e níveis crescentes de subproduto de acerola.
METODOLOGIA:
Utilizaram-se 20 cordeiros machos e inteiros com sete meses de idade e peso vivo médio de 29 kg. Os tratamentos incluíam o subproduto de acerola, seco ao sol, em níveis crescentes (zero, 12, 29 e 43 %), em dietas compostas também de capim elefante in natura, milho e torta de algodão.
Os ovinos foram alojados em gaiolas metabólicas e passaram por um período de adaptação de 17 dias. Ao final desse, colheu-se o líquido ruminal por meio de sonda esofágica para as mensurações de N-NH3 em quatro tempos pré-estabelecidos (zero, duas, cinco e oito horas pós-prandial).
As dietas foram fornecidas às sete horas em uma única vez. Água e sal mineralizado estiveram disponíveis à vontade. O N-NH3 do líquido ruminal coletado foi determinado por destilação com óxido de magnésio, usando-se ácido bórico com indicador misto de cor como solução receptora (vermelho de metila + verde de bromocresol) e titulando-se com HCl 0,01N.
O delineamento experimental foi de blocos ao acaso em esquema de parcelas subdivididas, tendo nas parcelas as dietas e nas sub-parcelas os tempos de colheita (zero, duas, cinco, oito horas pós-prandial) com cinco repetições.
As análises estatísticas foram realizadas através do procedimento GLM do SAS e a comparação de médias foi feita pelo teste t (P<0,05).
RESULTADOS:
A interação tempos de colheita versus dietas foi significativa (P<0,05). Verificou-se que às duas horas pós-prandial houve a maior concentração de nitrogênio amoniacal no líquido ruminal em todas as dietas. Neste horário, o tratamento controle foi superior à dieta que incluiu 12% de subproduto de acerola (P<0,05), entretanto, foi semelhante aos demais. No jejum não houve diferenças entre as dietas. Na quinta hora pós-prandial o tratamento controle apresentou a maior concentração de N-NH3 em relação aos demais e na oitava hora pós-prandial as dietas controle e com 29% de subproduto de acerola mostraram-se com superioridade de valores em relação à dieta com 12% de subproduto e todos foram semelhantes ao nível máximo de inclusão.
As concentrações de N-NH3 obtidas com as dietas experimentais estiveram sempre aquém dos níveis de 23,5 mg/100 ml, considerados ótimos pela literatura, para que se obtivesse condições de se atingir a máxima fermentação microbiana em ruminantes em produção. Esta constatação servirá de base para outras pesquisas que relacionem a eficiência de produção de proteína microbiana em base de disponibilidade de ácidos graxos voláteis (AGVs) disponíveis para a produção de energia em forma de ATP.
CONCLUSÕES:
As baixas concentrações de N-NH3 no líquido ruminal analisado revelam certa indisponibilização do substrato protéico alimentar a degradação ruminal.
Instituição de fomento: Fundação Cearense de Amparo à Pesquisa, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Banco do Nordeste, UVA
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  frutas; nutrição; proteína.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005