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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem | ||
ENFRENTAMENTO DAS MÃES DE CRIANÇAS EM PRÉ-OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA | ||
Maria José Muniz Filha 1 (mazemuniz@yahoo.com.br) e Lúcia de Fátima da Silva 1 | ||
(1. Depto. de Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará-UECE) | ||
INTRODUÇÃO:
O interesse por esse assunto justifica-se por situações experimentadas cotidianamente em minha vida profissional como enfermeira assistencial no pós-operatório de cirurgia cardíaca pediátrica, no qual se tem contato direto com as mães das crianças cirurgiadas. Diante da experiência vivenciada, percebo o quanto essas mães são ansiosas e ávidas de informações sobre todos os procedimentos aos quais suas crianças foram submetidas ou a que irão submeter-se. O presente estudo é de relevante importância para as mães de crianças no pré-operatório de cirurgia cardíaca e para os enfermeiros, pois permitiu a compreensão do enfrentamento das mesmas diante da decisão cirúrgica para sua criança, proporcionando um melhor direcionamento das orientações prestadas neste período, acerca do procedimento cirúrgico e fase de recuperação, conseqüentemente melhorando a assistência de enfermagem prestada ao paciente e seus familiares. O trabalho tem, pois, como objetivo compreender o enfrentamento das mães de crianças em pré- operatório de cirurgia cardíaca. |
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METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo qualitativo do tipo descritivo, de natureza fenomenológica. Foi realizado com mães acompanhantes de crianças em pré-operatório de cirurgia cardíaca em um hospital público especializado em doenças do coração e do pulmão em Fortaleza-CE, no período de julho a setembro de 2001, através de entrevista semi-estruturada, registrada em gravador. Foram entrevistadas 10 participantes e, em seus discursos, após leitura atentiva e utilizando alguns passos da análise de conteúdo segundo Bardin, foi possível identificar os significados que a mãe atribui ao acompanhamento pré- operatório de cirurgia cardíaca. |
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RESULTADOS:
Aprendeu-se que elas percebem o impacto emocional, quando do diagnóstico de doença cardíaca e da decisão pela intervenção cirúrgica, e pelo não apoio da rede familiar; ainda, as mães sentem medo e insegurança com relação ao ato cirúrgico, ao risco de perda (morte do filho) e à suspensão de cirurgia; apresentam conformação consubstanciada por manifestação de fé e religiosidade, procurando encontrar possibilidades, seja de cura ou de sobrevida da criança. A compreensão do fenômeno foi baseada em alguns conceitos da fenomenologia de Martin Heidegger em sua obra Ser e Tempo; são estes a saber: medo (temor), viver autêntico e inautêntico, ektases de temporalidade e ser com o outro. Estas significações, quando interpretadas pela fenomenologia Heidegeriana, demonstram que as mães, como existentes no mundo cotidiano, oscilam entre aceitar ou não aquela situação. Para elas é mais fácil permanecer na forma comum e inautêntica de ser, presas ao “temor” diante daquela ocorrência e ao “vigor de ter sido” ou vivido sem aquela problemática, não procurando, autenticamente, novas possibilidades de “vir a ser” em busca do tratamento e reabilitação do seu filho. No entanto, apoiadas pela fé e religiosidade, elas se conformam, autenticamente, e vivem a esperança de ver seus filhos saudáveis. |
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CONCLUSÕES:
Diante desta compreensão, pode-se afirmar ser importante que os enfermeiros considerem estes sentimentos e comportamentos apresentados pelas mães, despertando, dessa forma o interesse desses profissionais no sentido de abranger de maneira holistica, não apenas a criança, mas também suas genitoras no período que antecede ao ato cirúrgico, adicionando ao planejamento dos cuidados apoio e conforto a estas mães no enfrentamento da situação. |
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Palavras-chave: Fenomenologia; Enfermagem; Mãe acompanhando filho no hospital. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |