|
||
H. Artes, Letras e Lingüística - 3. Literatura - 2. Literatura Comparada | ||
ITINERÁRIOS DA MORTE NO REALISMO MARAVILHOSO DE JORGE AMADO E GABRIEL GARCIA MARQUEZ | ||
Paulo Roberto Pereira Câmara 1 (paulcamara@zipmail.com.br), Adeilson de Abreu Marques 2 e Raimundo Nonato dos Santos 1 | ||
(1. Depto. de História, Universidade Federal do Maranhão - UFMA; 2. Depto. de Letras, Universidade Federal do Maranhão - UFMA) | ||
INTRODUÇÃO:
Presente estudo tem o objetivo de responder ä seguinte problemática: como o homem latino-americano se comporta ante a idéia da morte? A fim de apresentar uma possibilidade de resposta, toma-se como referencial a literatura latino-americana. Elegem-se dois autores: Jorge Amado, com seu A morte e a morte de Quincas Berro D`água, e Gabriel Garcia Márquez, com sua Crônica de uma morte anunciada. Na primeira, tem-se as proesas de Quincas Berro D`água, homem boêmio das ladeiras de Salvador, surgindo como síntese de uma cultura e de um estilo de vida e, ao mesmo tempo, revelando fatos insólitos presentes na história de um povo nascido sob o signo das contradições; na outra, tem-se a vida de Santiago Nasar, cuja sorte é marcada pela fatalidade, pelos presságios e augúrios. Em estudo de literatura comparada, procura-se destacar aspectos significativos da América Latina: formação histórica, cultural, literária, etc. São empregados dois eixos de análise: de um lado, considera-se o imaginário popular; de outro, o realismo maravilhoso. |
||
METODOLOGIA:
O método empregado nesta análise traduz-se como um estudo de literatura comparada, posto que são apresentadas as semelhanças e dessemelhanças entre as duas obras escolhidas com o objetivo de justificar as considerações que serão feitas ao longo da abordagem. |
||
RESULTADOS:
A leitura das referidas obras literárias nos permitiu realizar uma leitura das formas como tem sido encarado a morte pelos homens/mulheres latino-americanos. Outrossim, permite observar como o tema da morte que se configura como um verdadeiro tabu, é por outro lado, ricamente alimentado por crendices e supertições que povoam o imaginário popular desses povos. |
||
CONCLUSÕES:
Ao fim desta leitura da morte no imaginário popular latino-americano por meio de uma abordagem literária, chegou-se aos seguintes resultados: o imaginário latino-americano concebe a morte, essencialmente, sob duas concepções: de um lado, a poética da fatalidade, ou seja, a morte é entendida como conseqüência do acaso, em que o ser humano já tem um destino pré-determinado, cabendo a ele tão-somente aceitá-lo; por outro lado, há também a poética do insólito, isto é, a morte apresenta uma antecipação dada por meio de augúrios, presságios e, sobretudo, sonhos. Tal realidade é confirmada pelos textos literários cuja singularidade e capacidade de sintetizar o cotidiano do imaginário latino-americano destacam-se como um referencial para o entendimento não só da morte, mas, sobretudo, do ethos deste povo nascido de sincretismos, arbitrariedades e explorações, isto é, revelam tais textos, com magnitude, aspectos dessa terra barroca que é a América Latina. |
||
Palavras-chave: Morte; literatura comparada; América latina. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |