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C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 2. Ecologia Aquática
COMPOSIÇÃO DE ESPÉCIES DE PEIXES NA SUB-BACIA DO RIO GUIRAÍ-MS
KARINA KEYLA TONDATO 1 (ktondato@hotmail.com), YZEL RONDON SÚAREZ 1, SIDNEI EDUARDO LIMA JÚNIOR 1 e FÁBIO EDIR DOS SANTOS COSTA 1
(1. LABORATÓRIO DE ECOLOGIA, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL-UEMS)
INTRODUÇÃO:
Nas últimas décadas, as intensas expansões urbana e agrícola têm provocado impactos ambientais preocupantes, modificando vários aspectos das bacias hidrográficas, entre elas a do Rio Guiraí-MS. Diante desta situação torna-se necessários estudos que caracterizem as comunidades aquáticas nas bacias hidrográficas e forneçam subsídios para seu manejo.
METODOLOGIA:
Com o objetivo de realizar uma caracterização das comunidades de peixes na sub-bacia do rio Guiraí-MS, realizamos coletas de peixes e características limnológicas em 6 locais previamente selecionados. A amostragem foi realizada em novembro/2004, com tarrafas e tela de isca (80x120cm) com malha de 2mm de abertura e esforço padronizado de 20 lances por local. Em cada local foram obtidas também um conjunto de variáveis abióticas: Velocidade da correnteza, Profundidade média, Largura do riacho, condutividade elétrica e oxigênio dissolvido. Uma lagoa marginal amostrada não foi analisada quanto à relação entre as características abióticas e composição de espécies. A riqueza para toda a bacia (ambientes lóticos) foi estimada através do método jackknife. A importância das características ambientais sobre a distribuição das espécies foi verificada através de uma Análise de Correspondência Canônica (ACC).
RESULTADOS:
Foram amostrados, até então, 272 indivíduos, distribuídos em 37 espécies, sendo a espécie mais abundante Bryconamericus stramineus com 55 indivíduos, seguida de Serrapinus notonelas com 52 indivíduos e Astyanax fasciatus com 25 indivíduos. Das 37 espécies, quatro ocorreram exclusivamente na lagoa marginal. Através do método Jackknife estimamos que existam 52 espécies de peixes nos ambientes lóticos da bacia do rio Guiraí, com intervalo de confiança (alfa=0,05) variando entre 47 e 56 espécies. O resultado da ACC permitiu explicar 59,3% da variação nos dados, sendo que o eixo 1 explicou 31,5%, tendo como variáveis mais importantes a profundidade do riacho e a velocidade da água. O eixo 2 explicou 27,8% na variação dos dados, sendo a largura do riacho e velocidade da água as variáveis mais importantes, respectivamente. Espécies herbívoras e onívoras de pequeno porte, foram as mais abundantes em riachos de menor ordem, que apresentam maior velocidade da correnteza e menor profundidade. A espécie Salminus hilarii, que apresenta hábito alimentar piscívoro e porte mediano foi uma exceção, uma vez que só ocorreu no ponto 1. Espécies onívoras de pequeno e médio porte com tendência à insetivoria predominaram em ambientes com menor correnteza e maior profundidade assim como Hoplias malabaricus, espécie essencialmente piscívora, que provavelmente, se utiliza das demais espécies como recurso alimentar.
CONCLUSÕES:
A distribuição das espécies de peixes é influenciada principalmente pelas características hidrológicas dos riachos com uma clara diferenciação entre os trechos de cabeceira e finais da bacia. Nossos dados sugerem diferenciação na estrutura trófica ao longo do gradiente longitudinal.
Instituição de fomento: FUNDECT,CNPq E UEMS
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  ECOLOGIA; PEIXES; RIO GUIRAÍ.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005